quarta-feira, 23 de abril de 2014

Violência contra jornalistas e trabalhadores da Comunicação em 2013, no Ceará

Li esta manhã, nas páginas da CUT, a notícia que transcrevo abaixo:

 

Ceará registra 26 episódios de violência contra jornalistas e trabalhadores da Comunicação em 2013

22/04/2014

Levantamento do Sindjorce também mostra a insistente violência contra a organização sindical, com a perseguição de dirigentes nos locais de trabalho

Escrito por: Sindjorce

O ano que passou deixou marcas da violência sofrida pelos que foram às ruas em busca de notícias. Segundo levantamento realizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado (Sindjorce) - filiado à CUT, pelo menos 26 episódios de agressão contra trabalhadores da Comunicação foram registrados no Ceará, em 2013 - mais que o dobro do total apurado em 2012. São casos extremos, como a morte do radialista Mafaldo Bezerra Goes, passando pelo assalto de equipe de reportagem, até agressões de policiais e manifestantes, durante os protestos de junho. Soma-se a tudo isto a insistente violência contra a organização sindical da categoria, com a perseguição de dirigentes nos locais de trabalho.
"8 de agosto de 2013 já pode entrar para a história como o mais violento para a categoria até hoje. Nada menos do que sete episódios de ameaças, agressões e impedimentos de exercício da profissão foram registrados neste dia, quando 120 homens do Grupamento de Operações Especiais da Guarda Municipal realizaram a desocupação do parque do Cocó, em Fortaleza ", lembra a presidente do Sindjorce, Samira de Castro. Um dos casos mais emblemáticos foi o do jornalista Bruno de Castro, repórter do Núcleo Cotidiano do jornal O Povo, que levou um golpe de cassetete na costas e jatos de spray de pimenta no rosto. Equipes da TV Verdes Mares, TV Diário e TV Jangadeiro foram hostilizadas por manifestantes e até impedidas de continuar cobrindo a pauta. 
 
Enquanto os apreciadores do futebol faziam a festa dentro da Arena Castelão, os jornalistas que cobriam os protestos de rua durante a Copa das Confederações aguentaram muito spray de pimenta, balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, nos dois dias de jogos realizados na Capital cearense (19 e 27 de junho). Uma comissão de diretores do Sindjorce acompanhou,  no dia 27, o trabalho da imprensa durante a cobertura da manifestação “Copa para quem?”, realizada na Avenida Dedé Brasil, durante a semifinal do torneio de futebol. Juntamente com uma comissão de observadores do Ministério Público, os dirigentes testemunharam a preocupante onda de hostilidade dirigida aos jornalistas e aos veículos de comunicação.
O relatório da violência traz ainda registros de carros de reportagem depredados ou incendiados, durante as manifestações, mas sem vítimas. E relatos da falta de segurança pública, como o caso de uma equipe da TV Verdes Mares assaltada durante uma pauta no bairro do Pirambu. Há, ainda, o relato de outra equipe da mesma emissora agredida por torcedores descontentes com a cobertura dos times de futebol do Interior, em Sobral.

Patrões minimizam casos de agressão

"Os números evidenciam a necessidade de adoção de um protocolo de segurança, pactuado pelo Sindjorce, empresas de comunicação e poder público. O jornalista e todos os outros profissionais que têm o dever de informar a sociedade não podem ser alvo da falta de segurança, da ira dos manifestantes ou do despreparo das polícias", comenta Samira. "Infelizmente, os jornais e as emissoras de rádio e televisão minimizam a questão da segurança de suas equipes", acrescenta.

O fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os trabalhadores que cobrem conflitos sociais esteve na pauta das campanhas de mídia impressa e eletrônica. "Mas os patrões se recusaram a fornecer os EPIs, alegando que o jornalista já sabe o risco que corre ao escolher sua profissão. Enquanto o presidente do sindicato patronal, Mauro Sales, manda o repórter rezar antes de sair para a pauta, o preposto das emissoras de rádio e TV, Ramon Esteves, diz que a segurança do trabalhador é dever do Estado", acrescenta Samira.
 
 

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