Os objetivos fundamentais da República, irremovíveis da Constituição – construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional e promover o bem de todos, estão aí empacados e não é de hoje.
No primeiro Governo da Dilma já se antevia o desastre. O
Brasil hoje é um País quebrado. A proposta de Orçamento da União para este ano,
que ainda rola no Congresso indica um rombo descomunal. As contas não fecham.
A fúria do leão da Receita Federal sempre focando a classe
média, ignorando os donos das grandes fortunas, que sabem de olhos fechados
como pagar menos impostos, não consegue aquietar a sanha gastadora do Governo
sempre relutante em reduzir o tamanho do Estado a cada ano mais infestado pela
mediocridade e mãos ligeiras da maioria dos novos agentes.
Ouvi o Lula contar no rádio as dificuldades das campanhas
anteriores das quais saiu sempre derrotado.
Voavam um avião velho que passada a eleição caiu na Bolívia. Agora, não.
Estava muito otimista. O Duda Mendonça, até então marqueteiro do Maluf,
aceitara trabalhar para o PT e o Duda para ele era que nem goleiro do
Corinthians, ou seja, uma garantia.
Realmente, o Duda começou dando um banho de loja no antigo
sindicalista do ABC, arrumando-lhe a barba e o cabelo, vestindo-o com ternos
bem cortados, camisas sociais e gravatas combinando. Não haveria mais discurso
raivoso. Só a fala mansa do Lulinha paz e amor. E tal.
No plano politico, Dirceu articulou adesões como a de José
Alencar, senador por Minas e respeitado conquanto bem sucedido empresário, que
foi ser o Vice. Credita-se ainda a Dirceu os apoios de dois ex-Presidentes,
Sarney e Itamar.
Quando os concorrentes passaram a bater no Lula indicando
que ele não tinha nem equipe para governar, Duda bolou a simulação de uma
reunião de trabalho para o programa do PT na TV. Um especialista de cada área.
Tudo petista.
Foi aí que a Dilma foi vista pela primeira vez em cadeia
nacional como parte dessa equipe. Trazida de Porto Alegre pelo Dirceu. Sua
especialidade? Energia elétrica. Depois, com o mensalão, ela foi trocada para a
Casa Civil no lugar do Dirceu, mas manteve régua e compasso no Ministério das
Minas e Energias através do novo Ministro Silas Rondeau, que ela própria
indicou a Lula.
Tendo, a partir de então, conhecido melhor a Dilma no dia a
dia do Planalto, ninguém melhor do que o Presidente para avaliar sua Ministra
Chefe da Casa Civil.
É verdade que Lula ainda esperou, em máxima discrição, que a
onda de reeleições sucessivas que se alastrava por outros países do continente,
a partir da Venezuela. Ao pressentir que, não obstante forte eleitoralmente, o
Congresso não aceitaria, tratou logo, no maior sigilo e com muita antecedência,
de esculpir a Dilma para futura Presidente.
Problema é que a Dilma nunca concorreu a eleição nenhuma.
Nem para síndica de condomínio, nem para Vereadora, nem mesmo para Miss
Perpétua, a Rainha das Flores.
No interior do Nordeste, por exemplo, entre o eleitorado de
cabresto, incluindo os dependentes do Bolsa Familia - e essa gente é quem ainda
decide as eleições, ninguém sabia quem era Dilma. Começaram a dizer que ela era
a mulher do Lula. E deu certo. Iriam votar, e votaram, na mulher do Lula.
No ano passado não houve eleição presidencial. Houve um
leilão entre financiadores de campanha, regado a mentiras e fantasias,
resultando tudo num indiscutível estelionato eleitoral favorável ao PT. Nem
Sarney no auge da popularidade do Plano Cruzado ousou tanto. Agora, com a Lava
a Jato, começamos a ver tudo mais claramente.
Errou o Lula ao bancar para sua sucessão uma pessoa sem
experiência para liderar um País com as dimensões e complexidade politica para
a construção da democracia. E que já entrou para a história como a Presidente
mais desastrada e autoritária entre os não militares que até aqui ocuparam o
cargo.
Eis que prenderam agora o outro responsável direto pelo
estelionato, o marqueteiro da Dilma. Quem pagou e quanto pelas mentiras que a
Presidenta – candidata teve que falar?
Ontem, mais uma agencia de avaliação de riscos de
investimentos, no caso a Moody`s (como se pronuncia mesmo?) rebaixou a nota do
Brasil, o que significa mais queda na credibilidade do Governo.
Ao mesmo tempo, pesquisa de opinião pública, mantém a alta
rejeição popular da Dilma, mais de 65% no País.
Edson Vidigal, Advogado, foi Presidente do Superior Tribunal
de Justiça e do Conselho da Justiça Federal.
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