Desde que milhões de brasileiros tomaram as ruas de todo o
país, no último domingo, 13 de março, para pedir o impeachment, uma sucessão
avassaladora de acontecimentos fez disparar a contagem regressiva para que
viremos esta triste página de nossa história. As gravações autorizadas pela
Justiça que trouxeram à tona conversas pouco republicanas envolvendo Dilma
Rousseff, o ex-presidente Lula e diversas autoridades do governo e do PT
escancaram à sociedade a necessidade de retirarmos do poder a organização
criminosa que dele se apoderou.
Nas últimas horas, assistimos a novas manifestações
populares de indignação contra a desfaçatez daqueles que utilizam sua
influência para solapar as instituições e a própria democracia. O estágio de
degradação política e moral é tamanho que os brasileiros já não aguentam e não
querem mais esperar. Milhões voltaram às ruas exigindo a destituição de Dilma
por meio do instrumento constitucional do impeachment ou pedindo sua renúncia,
além da prisão de Lula. Nas conversas gravadas pelas autoridades, está
caracterizada a tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato
- o que só reforça o crime de responsabilidade cometido pela presidente da
República e a perda de todas as condições morais e políticas para que ela
permaneça no cargo.
Horas antes da divulgação das gravações, o atual governo já
havia debochado dos brasileiros ao nomear Lula, investigado por corrupção,
ministro-chefe da Casa Civil. Trata-se, como ficou claro nos diálogos
grampeados pela Polícia Federal, de uma sórdida tentativa do ex-presidente de
fugir da Justiça, obtendo o foro privilegiado e escapando da alça de mira do
juiz Sérgio Moro na Vara de Curitiba - deixando que sua família responda
sozinha ao juízo de primeira instância pelos eventuais crimes cometidos, enquanto
o chefe do PT seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com Lula no ministério, o Brasil passa a viver a experiência
constrangedora de um presidencialismo de fancaria no qual Dilma se transforma
em uma figura meramente decorativa. Na condição de tutor de sua sucessora, o
ex-presidente volta a mandar e desmandar no governo, desafiando o decoro, o bom
senso e, principalmente, o desejo da parcela majoritária da população
brasileira.
A velocidade dos acontecimentos é tão grande que, a esta
altura, poucos se lembram do conteúdo explosivo da delação premiada do senador
Delcídio do Amaral, que referendou o que as gravações autorizadas por Moro
explicitaram ao país. Segundo ele, Dilma e Lula não só sabiam do esquema
criminoso da Petrobras como fizeram de tudo para barrar as investigações da
Lava Jato. O ainda ministro da Educação, Aloizio Mercadante, teria tentado
comprar o silêncio de Delcídio, o que configura mais uma vez a tentativa de
obstrução da Justiça. O PT, de fato, não tem limites.
O desmantelo deste governo que já não mais governa chegou a
tal ponto que Dilma sequer tem capacidade de nomear seu novo ministro da
Justiça sem infringir a Constituição Federal. Primeiro, escolheu para a pasta
Wellington César, membro do Ministério Público, o que é vedado pelo artigo 128,
parágrafo 5º, inciso II, alínea d, da Carta Magna – e o próprio Supremo tratou
de referendar a inconstitucionalidade da escolha. Como se não bastasse tamanha
humilhação, a presidente o substituiu por Eugênio Aragão, subprocurador-geral
eleitoral e, portanto, também membro do MP. A indicação será, evidentemente,
contestada no Judiciário.
O fato é que, a cada dia, fica ainda mais evidente o total
esgotamento do governo lulopetista, que nada faz além de tentar evitar o
impeachment e cometer crimes para barrar as investigações da Lava Jato. A
nomeação desesperada de Lula para a Casa Civil, como os brasileiros deixaram
claro ao ir às ruas, não impedirá o desenrolar do processo que já foi iniciado
na Câmara dos Deputados. A comissão do impeachment será criada nas próximas
horas e, a partir daí, o afastamento democrático e constitucional da pior
presidente de nossa história republicana será apenas uma questão de tempo.
Dilma, Lula e a organização criminosa que tomou de assalto o
Estado brasileiro devem ser detidos pela força da lei e das instituições. O
país não aceita mais o deboche, o acinte, o escárnio daqueles que imaginam
estar acima do bem e do mal. O relógio disparou. A contagem regressiva já
começou. O impeachment vem aí, pelo bem do Brasil.
*Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente
nacional do PPS
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