O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
A CNBB, como muitas outras entidades mundiais, lembra a data. O blog também não esqueceu.
Coloco para os leitores do blog o registro feito pela CNBB sobre o tema e também a nota da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz:
Data foi instituída pela Organização das Nações Unidas há 24
anos
A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da
Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou
nota por ocasião do Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março desde
1992. No contexto das comemorações, a Comissão enseja unir-se “a todos os que
trabalham pela preservação deste bem natural”.
O texto, assinado pelo bispo de Ipameri e presidente da
Comissão, dom Guilherme Werlang, recorda que a água, como direito humano, deve
ser assegurada de forma universal e gratuita a todas as populações. A nota
também aborda os problemas de abastecimento causados pelo desmatamento e a
tragédia em Mariana (MG), que contaminou a bacia do Rio Doce.
“A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano ajuda-nos a
tomar consciência desta realidade ao recordar-nos que o cuidado com a Casa
Comum é responsabilidade de todos. Para
tanto, é nosso dever lutar por políticas públicas que garantam o direito de
todos ao saneamento básico que implica o acesso à água potável com qualidade e
um eficaz tratamento do esgoto a fim de que se preservem os rios e córregos”,
diz um trecho.
Leia na íntegra:
DIA MUNDIAL DA ÁGUA
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça
qual riacho que não seca” (Am 5,24)
Nas comemorações do Dia Mundial da Água, a Comissão
Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), une-se a todos que trabalham pela
preservação deste bem natural, fonte da vida em todas as suas expressões. A
água é um direito humano, por isso, deve ser assegurada de forma universal e
gratuita a todas as populações.
Com 12% da água potável do mundo, o Brasil é um país
privilegiado em recursos hídricos. Ainda assim, convive com o drama da falta de
água em inúmeras regiões. O desmatamento da Mata Atlântica, do Cerrado e da
Amazônia para a expansão do agronegócio; o aumento do uso de agrotóxicos; o uso
de fontes, córregos, rios, poços artesianos para irrigação com vistas à
produção e ao lucro; a ausência de ações de saneamento básico nas cidades e
comunidades rurais são alguns fatores do desequilíbrio no ciclo da geração e da
qualidade da água.
A tragédia ocorrida em Mariana, em novembro do ano passado,
com o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, ceifando vidas
e contaminando toda a Bacia do Rio Doce, é um alerta para os riscos de
atividades que exploram o solo sem levar em conta a preservação do meio
ambiente e o respeito à vida.
É urgente estancar esses problemas que comprometem os cursos
d´água e sua qualidade, atingindo especialmente os mais pobres. Agrava essa
situação a ameaça de privatização da água como nos alerta o papa Francisco.
“Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns
lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se
uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água
potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque
determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício
dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os
pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à
vida, radicado na sua dignidade inalienável” (Laudato Si, 30).
A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano ajuda-nos a
tomar consciência desta realidade ao recordar-nos que o cuidado com a Casa
Comum é responsabilidade de todos. Para
tanto, é nosso dever lutar por políticas públicas que garantam o direito de
todos ao saneamento básico que implica o acesso a água potável com qualidade e
um eficaz tratamento do esgoto a fim de que se preservem os rios e córregos.
É igualmente importante que o estado brasileiro desenvolva
programas de educação que ajudem na formação de uma nova consciência social,
politica e ecológica comprometida com a preservação do Planeta Terra, nossa
Casa Comum.
Maria, Mãe e Rainha da Criação, nos ajude a contemplar e
proteger cuidadosamente este mundo que o Pai nos confiou!
Dom Guilherme Werlang, MSF
Bispo de Ipameri/GO
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da
Caridade, da Justiça e da Paz
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