Por Sérgio Aparecido Alvim
(Do Jornal O
Clarim • Março 2016)
O Espírito
carrega em sua essência incontáveis desejos, como o de crescer e tornar-se um
“gigante” diante de todos os desafios que encontra em sua jornada evolutiva, de
colocar-se acima da dor, do sofrimento, das angústias e de tudo que o torna
falho, incapaz. Todos estes desejos estão, entretanto, acompanhados de
instintos trazidos desde os primórdios e como se fossem correntes com elos
grosseiros, prendem-no ainda fortemente à ignorância e à insensatez,
dificultando ainda mais as conquistas que contribuem essencialmente para que
ele, Espírito imortal, ascenda às estrelas mais cintilantes espalhadas pelo
universo infinito, prontas para receber um Ser renovado, mais espiritualizado,
sedento por novos aprendizados.
Os sábios do
passado já nos ensinavam da batalha que existe dentro de cada um de nós, e
graças à bondade, justiça e misericórdia de Deus, nessa batalha nós é que
seremos os verdadeiros vencedores, porque em nossa essência, aos poucos,
estamos aprendendo que o mais importante, o primordial, é vencermos a nós
mesmos. O Pai da misericórdia nos deu a bênção da reencarnação, para sermos,
juntos d’Ele, cocriadores de nós mesmos.
“O ser
humano é construído para a ação contínua e o seu pensamento deve estar sempre
ativo, cultivando ideias dignificantes, construtivas, que o envolvam em ondas
de harmonia e saúde.” (Joanna de Ângelis, Liberta-te do Mal)
A paz que
tanto almejamos hoje não será apenas para este ou para outro ano. Ela será para
nós uma conquista perene, pois a cada ciclo que se fecha outro está por vir,
assim é a caminhada espiritual individual, e o que é capaz de nos tornar
felizes hoje, amanhã servirá apenas de alavanca para novas conquistas, novos
aprendizados. Quando o Mestre da vinha nos prometeu o Seu Consolador, Ele,
Jesus, o fez para que pudéssemos com Ele aprender, dentre outras coisas, que
não começamos agora a nossa jornada e que temos ainda muitos caminhos a
percorrer, com calma, buscando a transformação do conhecimento em sabedoria, e
tudo em prol de nós mesmos.
“Transformar
o conhecimento em sabedoria”. Para nós, esta máxima deveria representar um
caminho seguro e certo para a conquista da paz tão almejada, aquela sentida
pelo dever cumprido, após um trabalho de auxilio àqueles que detêm menos
conhecimento, menos posses, menos oportunidades que nós, ao colocar-se à
disposição daqueles que necessitam de nossas migalhas, que por menores que
sejam, ainda têm algum valor para outros. A paz encontrada após uma prece,
mesmo que singela, em prol do irmão que passa por alguma dificuldade, pela
qual, muitas vezes, certamente já passamos. A grande dificuldade nos dias
atuais, em um momento tão especial em que passa o planeta Terra passa, pode ser
a indiferença que ainda teima em predominar sobre os indivíduos, quando muitas
vezes se esquecem de que a solidariedade e a fraternidade podem ser também
belíssimas oportunidades na conquista desse sentimento divino que denominamos
paz.
“A crença na
transcendência da vida impõe, sem dúvida, responsabilidade em todos os momentos
da existência corporal.” (Joanna de Ângelis, Liberta-te do Mal)
Ouvimos do
Mestre há mais de dois mil anos: “Vós sois a luz do mundo”, e dentre tantas
outras belíssimas lições vivenciadas por Ele ainda entre nós, esta é a que vem
nos ensinar e nos incentivar ainda mais a necessidade de fazer acender em nós a
luz que existe em cada um, inserida pelo Pai no momento de nossa criação.
Aprendemos que para esta luz brilhar ainda mais forte é mister que façamos
aqui, e agora, a nossa parte, a nossa cota de participação na criação divina e,
se tudo que já conquistamos ainda não representar para nós o que realmente
precisamos para a harmonia interior, é porque ainda não encontramos aquilo que
vai realmente nos fazer sentir o amor e a presença de Jesus em nós, então
precisamos trabalhar um pouco mais para entendermos melhor o Evangelho do Cristo.
Inserido no
contexto da transição planetária estão todos os acontecimentos que envolvem a
Terra no ontem, no hoje e certamente no que irá acontecer amanhã, mas que
tenhamos mais e melhores condições de contribuir para esta mudança
indispensável e que busquemos através de todo tipo de conhecimento, que possa
efetivamente colaborar na instauração da paz no mundo, pois ela é uma
fatalidade para toda a humanidade e não tardará para que reine sobre este
planeta e sobre toda a humanidade.
“O
Espiritismo, demonstrando a continuidade da vida depois da disjunção molecular
do corpo somático, contribui de maneira eficaz para a construção de uma
sociedade mais razoável, mais lúcida quanto aos seus deveres, mais fratrenal.”
(Joanna de Ângelis, Liberta-te do Mal)
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