Brasília - A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira, 4, o pedido de liminar do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva para suspender a nova fase da Operação Lava Jato que teve ele como alvo principal. Também foi negado o pedido de suspensão dos dois processos investigatórios contra o ex-presidente conduzidos pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público de São Paulo.
Lula protocolou o pedido na sexta-feira da semana passada, dia 26, alegando haver "conflito de competência" entre os dois processos investigatórios. Segundo ele, os processos tratavam do mesmo objeto, o que é contra a lei.
"Não é o que se verifica, na hipótese", defende a
ministra Rosa Weber no despacho publicado no início desta noite. Ainda nesta
sexta, a defesa do ex-presidente pediu a suspensão da 24ª fase da Operação Lava
Jato, que culminou na condução coercitiva do presidente para prestar depoimento
à Polícia Federal. A ministra negou também este pedido, por reconhecer que ele
"desborda dos limites fáticos ensejadores do conflito invocado".
Os advogados do ex-presidente alegam ter havido
"desafio à autoridade" da ministra Rosa Weber nas diligências
realizadas na manhã desta quinta-feira. As investigações contra ele se referem
à obtenção de vantagens ilícitas por Lula que teriam se materializado nos
imóveis de Atibaia e do Guarujá, em São Paulo.
A defesa do ex-presidente no Supremo pedia que as
investigações do MPF fossem transferidas ao MP-SP. A força-tarefa da Lava Jato,
no entanto, enviou à ministra Rosa esclarecimentos afirmando que as
investigações do MPF são diferentes das conduzidas pelo MP-SP e, por isso, não
haveria motivo para que ambas fossem juntadas.
Lula foi conduzido para depor na manhã de hoje porque,
segundo o MPF, há "evidências" de que ele recebeu valores desviados
da Petrobras. De acordo com os procuradores, são pelo menos R$ 4,5 milhões em
lavagem de dinheiro por meio do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e do tríplex
164-A, no Guarujá.
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