Crônica do amanhecer
Por Hélcio Silva
(11/05/2016)
A Conspirata!... Essa do Waldir foi de pouca monta! Faltou prumo para alinhar a firmeza! Foi tudo feito por amadores.
Ele queria ser senador. Aceitou a proteção do Silvio e
recebeu o apoio do Flávio, que o garantiria como senador em 2018... Flávio
teria dado uma de Vitorino, pensando que poderia transformar o Waldir num Chateaubriand.
Mas ao Waldir falta a inteligência do Assis..., e Flávio não tem os olhares
certeiros do Vituca nem a habilidade do Sarney. Não conhece ainda o caminho das pedras.
Logo pela manhãzinha de hoje, aqui também no meu
conspirado recanto de meditação, nesta bela Curitiba, li tudo sobre o Waldir,
sobre o Flávio e sobre o Silvio...
E o Waldir queria garantia, proteção... Ufa! Para fugir
do pessoal do Temer, o Waldir foi levado para um Hotel...
Acordo fechado: O Waldir detonaria o impeachment e seria
senador pelo Maranhão em 2018..., com aval do general Flávio... Eles ainda
pensam que o Maranhão é curral eleitoral...
Tudo aconteceu mais intensamente no dia das mães...
Nossas mães não mereciam isso... Era uma bruxaria contra a Nação!...
Ufa!... Fiquei P. da vida quando li nesta manhã
(11/05/2016) este texto abaixo da matéria do jornalista Robson Bonin, em que ele
afirma:
“Para selar de vez o pacto, o deputado queria garantias
sobre seu futuro político - e as recebeu. Caso se prestasse ao papel de coveiro
do impeachment, ele ouviu do governador a promessa de que teria o apoio e a
máquina do governo do estado para disputar uma das vagas do Senado em 2018. Era
o que faltava para o indeciso parlamentar se convencer de vez.”
Tomei meu café com farofa de ovo. Andei na pequena sala
de um lado para o outro. Conversei com as quatro paredes e decidi: Vou
transcrever toda a matéria do jornalista Robson Bonin, com o título Conspiração
Oficial... Leiam:
Conspiração oficial
Em troca de proteção, Maranhão topou participar da
conspirata para tentar atrapalhar o impeachment. Dilma nada fez para impedir o
que se transformaria
horas depois num brutal vexame
Por: Robson Bonin - 10/05/2016
Não foi o acaso nem as convicções pessoais que moveram o
deputado Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara, na ação aparentemente
amalucada que tentou anular o processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Na manhã de segunda-feira, quando pôs sua assinatura no ato, Maranhão
apenas cumpriu a sua parte numa trama. Uma trama articulada em parceria com o
vice-líder do governo, deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE), que envolveu uma
oferta de proteção política e a promessa de uma vaga para o Senado nas próximas
eleições.
A manobra para tentar livrar Dilma começou a ser costurada
quando Maranhão assumiu o comando da Câmara no lugar de Eduardo Cunha. O vice,
desconhecido, despreparado e enrolado com a Justiça, assumiu interinamente o
posto, mas começou a sofrer pressões para renunciar e, com isso, permitir que
se fizessem novas eleições para a Mesa Diretora. Alvo fácil, o deputado logo
recebeu a solidariedade do líder do governo - e uma proposta: "Você não
tem apoio de ninguém. Eles vão te derrubar. Se quiser, você terá o apoio
político do governo, mas vai ter que deixar claro de que lado está. Você quer
jogar com a oposição ou com o governo?", perguntou Sílvio Costa.
Olhos arregalados e visivelmente interessado, o presidente
interino quis saber o que teria de fazer para conquistar a blindagem oferecida.
O líder de Dilma então sacou o roteiro da conspiração para derrubar o processo
de impeachment no Congresso. Para ter o apoio político do Planalto e permanecer
no cargo, Maranhão teria, primeiro, que atacar Michel Temer, o sucessor de
Dilma, dando andamento a um pedido de impeachment do vice. Depois, a parte mais
importante: teria de tirar da gaveta um recurso impetrado pela Advocacia Geral
da União (AGU) que pedia a anulação da sessão da Câmara que aprovou a abertura
do processo de impeachment contra Dilma.
"Você terá o apoio político do governo se se
comprometer a tocar essas duas coisas. Você topa?", questionou Costa.
Maranhão comprometeu-se a liberar o pedido de impeachment de Temer e se comprometeu
a estudar a possibilidade de acatar o pedido sobre o pedido de Dilma, uma
decisão que precisaria de mais reflexão. "Me comprometo a analisar",
disse o parlamentar, garantindo que voltaria a conversar em sigilo com Sílvio
Costa na noite de domingo (8), Dia das Mães. Depois da conversa com Maranhão,
Sílvio Costa acompanhou a presidente Dilma Rousseff em uma agenda oficial em
Pernambuco na sexta-feira. Na viagem, a presidente foi informada de toda a
operação que se desenhava.
A informação sobre o acordo com o Palácio do Planalto chegou
rápido ao Palácio do Jaburu, bunker do vice-presidente Michel Temer, que ainda
na sexta-feira destacou emissários para tentar conversar com o presidente da
Câmara. Guardando segredo sobre o pacto, Waldir Maranhão chegou a conversar com
Michel Temer, despistando o vice por telefone. Depois, viajou para o Maranhão
onde se encontrou com o governador Flávio Dino. Era a parte final da bruxaria.
Para selar de vez o pacto, o deputado queria garantias sobre
seu futuro político - e as recebeu. Caso se prestasse ao papel de coveiro do
impeachment, ele ouviu do governador a promessa de que teria o apoio e a
máquina do governo do estado para disputar uma das vagas do Senado em 2018. Era
o que faltava para o indeciso parlamentar se convencer de vez.
No domingo, acompanhado pelo governador, ele embarcou para
Brasília. Na capital, foi direto para a casa de Sílvio Costa. Entre goles de
uísque e petiscos de uma tábua de frios improvisada de última hora, o vice
interino acertou os últimos detalhes da operação que desencadearia na manhã
seguinte. Maranhão ainda estava preocupado com as consequências do seu ato
contra o impeachment, temia as reações da opinião pública, temia a reação do
Congresso e temia, sobretudo, a postura do presidente do Senado, Renan
Calheiros, diante da sua decisão.
Para conseguir dar segurança ao interino, Sílvio Costa ligou
para José Eduardo Cardozo e o convidou para expor os "argumentos
jurídicos" que embasariam a decisão do vice. "Eu disse ao Maranhão
que queria que ele seguisse a Constituição e o regimento da Casa",
explicou Cardozo.
A operação precisava ser mantida em segredo. Ainda no
domingo, Silvio Costa soube que emissários de Michel Temer estavam de prontidão
na entrada do prédio funcional de Maranhão. Para se esconder, o vice foi dormir
no hotel Royal Tulip, o mesmo que o ex-presidente Lula costuma usar como
escritório. Ele passou a noite no quarto acompanhado pelo deputado Márcio
Junqueira (Pros), que foi encarregado de garantir que nenhum aliado de Temer
conseguiria falar com o presidente.
Na manhã de segunda-feira, o primeiro telefonema do dia de
Maranhão foi para Sílvio Costa. "Siva! Acabei de assinar. Está
feito!". A vexatória conspirata que envolveu o advogado-geral da União, o
líder do governo e contou com o aval da presidente Dilma Rousseff durou poucas
horas.
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