Em áudio gravado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado, Fabiano Silveira, o atual ministro da Transparência, Fiscalização e
Controle (antiga Controladoria-geral da União), aparece orientando o executivo
e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, sobre "providências e
ações" contra a Operação Lava Jato. A informação foi veiculada no
Fantástico, da TV Globo, neste domingo (29).
A gravação, feita em 24 de fevereiro deste ano, teria
ocorrido na residência oficial do Senado. Silveira, na época, atuava no Conselho
Nacional de Justiça. Além dos três, dois advogados de Calheiros estariam no
local acompanhando a conversa.
Machado, que já tinha sido alvo de busca e apreensão na Lava
Jato, troca reclamações gerais sobre a Justiça e a Lava Jato. Fabiano então
orienta Renan e Machado como se comportar em relação à PGR (Procuradoria-geral
da República).
Silveira diz ao ex-presidente da Trasnpetro que ele deve
procurar o relator da medida cautelar contra o executivo "pedindo
esclarecimentos". Machado responde que "não tem nada [provas] "
contra ele e Renan se mostra preocupado.
O peemedebista é citado em um inquérito sobre duas doações
no total de R$ 400 mil feitas pela Transpetro a ele durante campanha eleitoral.
Machado diz a Calheiros que "Youssef [Alberto] cuidou disso". O
doleiro teria providenciado recibos, mas no valor total maior, de R$ 800 mil.
Silveira discute neste momento a estratégia de defesa dos
dois. "Tá entregando sua versão para os caras, entendeu? Vão querer
rebater os detalhes", diz ele a Calheiros.
Segundo a reportagem, Silveira teria procurado diversas
vezes integrantes da investigação da Lava Jato. Como obtinha informações
evasivas, Calheiros "ficava contente" com o retorno.
Procurado pelo Fantástico, Silveira não quis dar entrevista.
Disse que esteve de passagem na residência oficial, mas que não tem nem nunca
teve relações com Machado. Acrescentou ainda que esteve em conversa informal e
não interveio para terceiros contra a Lava Jato.
As gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado
com políticos do PMDB, feitas como parte de sua estratégia para conseguir o
acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal, não
afastam a possibilidade de ele ser julgado na 13ª Vara Federal, em Curitiba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.