terça-feira, 24 de maio de 2016

Propina durante mensalão revela que Genu é ‘profissional do crime’, diz Moro

Da Veja.com



O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos do petrolão em Curitiba, considera que existem indícios de que o ex-assessor do Partido Progressista (PP) João Claudio Genu, preso nesta segunda-feira durante a 29ª fase da Operação Lava Jato, atuava com "profissionalismo e habitualidade na prática do crime". O motivo, aliado à possibilidade de Genu destruir provas das investigações, foi utilizado por Moro para decretar a prisão preventiva do operador do PP.

Em despacho datado do último dia 20, Moro critica o fato de Genu, réu no julgamento do mensalão, ter recebido dinheiro sujo mesmo quando o Supremo Tribunal Federal (STF) processava políticos e empresários suspeitos de distribuir propina para a formação da base aliada do primeiro mandato do governo Lula. Ao final, João Claudio Genu conseguiu reverter a condenação por lavagem de dinheiro por meio de embargos infringentes. Também foi beneficiado com a prescrição da pena imposta a ele pelo crime de corrupção.

"A percepção de propinas em esquema criminoso enquanto estava sendo processado por outro caracteriza, em princípio, acentuada conduta de desprezo não só à lei e à coisa pública, mas igualmente à Justiça criminal e à Suprema Corte", disse Moro. "Enquanto os eminentes ministros discutiam e definiam, com todas as garantias da ampla defesa, a responsabilidade de João Cláudio de Carvalho Genu pelos crimes, o próprio acusado persistia recebendo vantagem indevida decorrente de outros esquemas criminosos, desta feita no âmbito de contratos da Petrobras", continuou o magistrado.

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