segunda-feira, 1 de maio de 2017

A religião verdadeira é a que faz da diversidade a unidade



José Reis Chaves







A religião, para ser verdadeira, é aquela que une fraternalmente todas as pessoas. Assim, o religioso fundamentalista, que faz da sua religião um instrumento de separação e de condenação das outras religiões, está na contramão das religiões. Na verdade, seu adepto é arrogante, orgulhoso, egoísta e sem uma das mais importantes e fundamentais virtudes, ou seja, a da humildade. Já o religioso verdadeiro respeita e até ama todas as outras religiões e, principalmente, seus adeptos.

Mas, infelizmente, o que mais vemos acontecer entre muitos religiosos é o contrário, pois, desarmonizam-se com os que não são seguidores de suas religiões ou sem religião, fazendo, pois, da sua uma religião exclusivista, isto é, como sendo a única verdadeira e salvadora. Mas o religioso autêntico tem uma crença inclusivista ou aquela que valoriza também as outras crenças e que respeita até o ateísmo, não discriminando, portanto, os ateus, que, por vezes, são melhores diante de Deus do que um religioso que está frequentemente na igreja.

Para essas pessoas assim, aqui vai o lembrete de um ensino muito oportuno do Mestre dos mestres sobre o que estamos falando nesta coluna: “Se, pois, trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5: 23 e 24). E por analogia com esse ensino, podemos dizer, de modo racional, que ele vale também para as nossas preces, sejam elas dentro de uma igreja, templo, sinagoga ou centro espírita. E esse ensino nos mostra que é necessário e que é até mais importante estarmos em paz com todos os nossos semelhantes do que estarmos fazendo qualquer espécie de um agrado a Deus, já que estarmos em paz com todas as pessoas, estaremos de fato religando-nos com Deus, o qual não precisa de nenhuma oferta.

E há religiosos fundamentalistas que apelam para tudo para fazerem de sua religião a única verdadeira, imitando a Igreja do passado que falava que fora dela não havia salvação, o que se justifica pelo fato de isso ter sido numa época em que a humanidade era ainda pouco evoluída, científica e culturalmente. Mas hoje, em pleno século XXI, há a Igreja dos Testemunhas de Jeová, a da Assembleia de Deus e outras igrejas evangélicas que ainda cometem esse mesmo erro egoísta de ensinarem que somente as suas respectivas igrejas salvam.

E muitos até passam por cima dos textos bíblicos fazendo da Bíblia uma grande confusão. Por exemplo, o adjunto adverbial grego “anothen” (de novo) do texto evangélico: “É necessário nascer ‘de novo’ para se conseguir o reino dos céus” (João 3:3), porque ele traz com uma clareza meridiana a ideia da reencarnação, e algumas igrejas passaram a traduzi-lo assim: É necessário nascer “do alto”, em vez de conservarem a tradução correta clássica nascer “de novo”.

Mas como diz o adágio popular, os que fizeram essa alteração do texto bíblico “deram com os burros n’água”, pois nascer “do alto” mantém igualmente a ideia da reencarnação, já que o espírito que reencarna vem também “do alto”!

Esses religiosos fundamentalistas contrários à verdade bíblica da reencarnação, além de falsificarem a Bíblia, levam as religiões aos conflitos, em vez de à diversidade com a unidade! Ademais, eles ainda se consideram os verdadeiros cristãos!

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