José Reis Chaves
A religião, para ser verdadeira, é aquela que une
fraternalmente todas as pessoas. Assim, o religioso fundamentalista, que faz da
sua religião um instrumento de separação e de condenação das outras religiões,
está na contramão das religiões. Na verdade, seu adepto é arrogante, orgulhoso,
egoísta e sem uma das mais importantes e fundamentais virtudes, ou seja, a da
humildade. Já o religioso verdadeiro respeita e até ama todas as outras
religiões e, principalmente, seus adeptos.
Mas, infelizmente, o que mais vemos acontecer entre
muitos religiosos é o contrário, pois, desarmonizam-se com os que não são
seguidores de suas religiões ou sem religião, fazendo, pois, da sua uma
religião exclusivista, isto é, como sendo a única verdadeira e salvadora. Mas o
religioso autêntico tem uma crença inclusivista ou aquela que valoriza também
as outras crenças e que respeita até o ateísmo, não discriminando, portanto, os
ateus, que, por vezes, são melhores diante de Deus do que um religioso que está
frequentemente na igreja.
Para essas pessoas assim, aqui vai o lembrete de um
ensino muito oportuno do Mestre dos mestres sobre o que estamos falando nesta
coluna: “Se, pois, trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu
irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai
primeiro reconciliar-te com teu irmão, e, então, voltando, faze a tua oferta”
(Mateus 5: 23 e 24). E por analogia com esse ensino, podemos dizer, de modo
racional, que ele vale também para as nossas preces, sejam elas dentro de uma
igreja, templo, sinagoga ou centro espírita. E esse ensino nos mostra que é
necessário e que é até mais importante estarmos em paz com todos os nossos
semelhantes do que estarmos fazendo qualquer espécie de um agrado a Deus, já que
estarmos em paz com todas as pessoas, estaremos de fato religando-nos com Deus,
o qual não precisa de nenhuma oferta.
E há religiosos fundamentalistas que apelam para tudo
para fazerem de sua religião a única verdadeira, imitando a Igreja do passado
que falava que fora dela não havia salvação, o que se justifica pelo fato de
isso ter sido numa época em que a humanidade era ainda pouco evoluída,
científica e culturalmente. Mas hoje, em pleno século XXI, há a Igreja dos
Testemunhas de Jeová, a da Assembleia de Deus e outras igrejas evangélicas que
ainda cometem esse mesmo erro egoísta de ensinarem que somente as suas
respectivas igrejas salvam.
E muitos até passam por cima dos textos bíblicos fazendo
da Bíblia uma grande confusão. Por exemplo, o adjunto adverbial grego “anothen”
(de novo) do texto evangélico: “É necessário nascer ‘de novo’ para se conseguir
o reino dos céus” (João 3:3), porque ele traz com uma clareza meridiana a ideia
da reencarnação, e algumas igrejas passaram a traduzi-lo assim: É necessário
nascer “do alto”, em vez de conservarem a tradução correta clássica nascer “de
novo”.
Mas como diz o adágio popular, os que fizeram essa
alteração do texto bíblico “deram com os burros n’água”, pois nascer “do alto”
mantém igualmente a ideia da reencarnação, já que o espírito que reencarna vem
também “do alto”!
Esses religiosos fundamentalistas contrários à verdade
bíblica da reencarnação, além de falsificarem a Bíblia, levam as religiões aos
conflitos, em vez de à diversidade com a unidade! Ademais, eles ainda se
consideram os verdadeiros cristãos!
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