quarta-feira, 10 de maio de 2017

FIÉIS AO BOLSONARO NÃO ACEITAM CRÍTICAS AO SEU CAPITÃO


Jorge Oliveira

Cascais, Portugal - É difícil imaginar o Brasil depois da eleição de 2018. Analisado hoje, o país está no mato sem cachorro. Crescem em todos os cantos o sectarismo e a irracionalidade de grupos que defendem a extrema direita e de outros, ignóbeis, que apostam na volta do PT ao poder, depois de todo lamaçal. Há, de certa forma, uma obscuridade política que impede muita gente de raciocinar com imparcialidade e isenção sobre o momento em que vive o país e o seu futuro político.

Pela primeira vez, desde o advento dos integralistas, movimento nazifascista, criado em 1932, que o eleitor não tinha uma opção tão clara para escolher um candidato a presidente de extrema direita. O capital-deputado Jair Bolsonaro, que já aparece bem nas pesquisas, é o representante desses nacionalistas exacerbados e reacionários que condenam qualquer tipo de crítica ao seu candidato.

Defensor da tortura, homofóbico e racista, esse parlamentar, que fala em nome de parte dos militares, surge no cenário político para disputar as eleições presidenciais com posições claras sobre o que pensa do Brasil e dos brasileiros. Por outro lado, os petistas estão em êxtase com as pesquisas que mostram Lula como candidato favorito à presidência. Como já disse aqui, estamos diante de um dilema: escolher o Bolsonaro, com seus padrões truculentos, ou o Lula, o chefe da organização criminosa que saqueou os cofres públicos.

Depois da fogueira da Lava Jato que chamuscou muitos pretendes ao cargo, sobrou um tucano de penugem nova:  João Doria, o político que se orgulha de não ser político e que se apresenta como um novo Jânio Quadros de vassoura em punho a limpar a sujeira de São Paulo. Os demais: Aécio, Marina, Serra e Alckmin, que até pouco tempo, eram pule de dez, foram minados pelos delatores da Odebrecht. Mas não se engane, eles estão apenas na UTI. Se a corrupção fosse parâmetro para interromper carreira política, Lula não estaria liderando as pesquisas.

A eleição na França mostrou que a direita, mesmo levando uma surra nas urnas, ainda está vivíssima na Europa. Marine Le Pen, a nacionalista bufão, levou o candidato de centro para o segundo turno e deixou os de esquerda a reboque. Um deles, Jean-Luc Mélenchon ficou com 19,62% dos votos e parou no primeiro turno. Na Holanda a extrema direita foi derrotada por Mark Rutte que conseguiu se reeleger. Mas os nacionalistas insistem na disputa por espaço. Isso, é claro, sem falar na América do Norte, onde Trump, o mais grotesco dos bufões, ameaça atear fogo ao mundo.

O Brasil caminha para uma rota perigosa depois que os petistas limparam as prateleiras dos órgãos público, no maior escândalo de corrupção da história. Os brasileiros que alçaram o Lula e a Dilma à presidência da república teriam todos os motivos para repudiá-los e a Justiça para botá-los na cadeia. Essa esquerda que se apresentou à população durante os últimos 14 anos foi a mais danosa, cruel e perversa para o povo. Ela saqueou os cofres públicos do dinheiro que hoje falta na educação, na saúde, na segurança e na infraestrutura do país. Transformaram-se do dia para a noite em vampiros do dinheiro dos brasileiros sob o falso pretexto de que só eles ajudariam os mais pobres porque o seu principal líder era um nordestino sobrevivente que conhecia de povo. 

E para onde vai o Brasil agora, depois desse desastre da esquerda? Certamente para um confronto entre um candidato de centro e outro da direita, porque, ao contrário do que se imagina, a esquerda, capitaneada por Lula ou um seu representante, não terá folego no segundo turno. E o candidato de direita – que hoje seria o capitão Bolsonaro – também certamente vai patinar se chegar ao segundo turno, a exemplo do que acaba de acontecer na França. O capitão terá contra ele todas as forças políticas juntas. Portanto, o que escrevi lá no início desse artigo refere-se a um cenário político de hoje, baseado nas últimas pesquisas.

O diabo é que o candidato de centro que se apresenta hoje, o João Doria, não transmite a mínima seriedade. Está mais para João Bobo.

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