Sabem! Acabo de ler a Marli...
E quando eu penso que abafei escrevendo a minha coluna “Quintal
de Casa” querendo que a noite tenha amanhecer, contando meu sonho de um sono
que me fez sonho do passado... E querendo que o passado se tornasse
presente, eis que aparece Marli, e eu a leio ainda aqui no quintal... e ela me
vem com seu REALITY SHOW DE POBRE...
O que mais me chamou atenção no texto da Marli é quando
ela lembra: “Feche os olhos. Imagine que beleza o João Santana e o Delcídio do
Amaral, nus, dentro de uma sauna, batendo papo e combinando ações. O Fernando
Pimentel, atual governador de Minas, sempre suspeito, chegando com uma malinha
recheada de dinheiro em um flat, e Monica Moura, linda e loura, lá, só
esperando ele chegar para contar a bufunfa que lhe era devida."
E eu aqui na Ilha, ainda no “Quintal”, a imaginar o que
pensavam e faziam o João Santana e o Delcídio do Amaral, nus, dentro de uma
sauna... O que armavam para roubar do Brasil?... E o Pimentel sempre com a
malinha cheia de dinheiro... E a Mônica só esperando para contar a
bufunfa!!!...
E como já li o artigo da Marli... Publico o seu texto
abaixo para os leitores do blog:
REALITY SHOW DE POBRE
Não dá para escapar, tipo como a gente faz com os BBBs da
vida. Não adianta trocar de canal. Na internet é a mesma coisa. Nem adiantaria
mudar de cidade, Estado ou país. Não adianta. Espalhou-se. Não se fala em outra
coisa. Todo mundo sabendo, o mundo inteiro está acompanhando, talvez nem com
tanto interesse quanto a gente, mas está. Especialmente na América Latina, que
está vendo por que esse continente nunca sai da miséria. Só entra nela, como no
caso da Venezuela.
Mais de dois anos. O novelo da novela começou a se
desenrolar e agora parece que não vai acabar é nunca mais. Cada vez se
embaraça, trança mais gente. Não me lembro de um dia sequer que não tenha
havido notícias, mentidos e desmentidos. Depois, como agora, chegam na tevê
mais elaboradas, com imagens, sons e até - pasmem - duas câmeras ambiente, como
foi a gravação do depoimento daquele senhor arrogante e convencido chamado Lula
e o seu séquito de advogados de uma família só. Pai, filha, genro. O pai, Roberto
Teixeira, o compadre de velhas denúncias que jamais foram bem esclarecidas; por
exemplo, a da nebulosa venda da Varig. O genro, o enjoado Cristiano Zanin,
agora famoso, finalmente, figura tinhosa, casado com a empertigada Valeska,
ex-gorda, como ela própria declarou à época dos embates com Denise Abreu, que
foi quem em 2008 mostrou as provas do conluio e que já apontava que eles usavam
Lula para tudo.
Se à época das denúncias sobre a venda estas tivessem
sido levadas a sério como deveriam, babau. Não teria havido Dilma presidente, e
o ciclo da lambança talvez não alcançasse em um estágio tão sério assim. Já
havia mensalão, a maldição da Casa Civil, fatos questionáveis como os da área
de energia por onde também Dilma passou. E passou Lobão, Os Três porquinhos,
outros chapeuzinhos vermelhos. Mas o vento soprou e a casa caiu. Ou melhor,
está caindo, lentamente, desmoronando, caçando um a um em todos os aposentos.
São capítulos imperdíveis, narrados com cenas pitorescas
que atiçam nossa imaginação. Estamos assistindo diariamente a um seriado sobre
como funcionam os intestinos do poder. O que comem, como processam, como se
reproduzem, e o que regurgitam. Mais a parte que usaram para criar a gordura
dos seus luxos, os excessos que os deixavam felizes e ao qual chamavam Projeto
de Poder. Projeto de poder popular, alguns ousavam dizer. Pior, tem por aí quem
ainda acredite nisso.
Quando pensávamos que Lula seria o ápice, surpresa! Tem
mais. Vai ao ar uma descontraída Monica Moura que, ao lado do marido, João
Santana, privou da maior intimidade com todos eles, já que foram os
responsáveis, ao fim e ao cabo, por tê-los posto lá. Agora sabemos melhor o
quanto custou sermos enganados durante mais de uma década pela propaganda.
Vê-los ganhar mais de uma campanha presidencial mentindo, jogando areia nos
olhos, prometendo mundos com nossos fundos.
Nesse reality só está faltando edredom. Quero dizer, está
faltando que saibamos detalhes, porque no meio da história já apareceram vários
casos bem amorosos, com apelidos bastante significativos.
Feche os olhos. Imagine que beleza o João Santana e o
Delcídio do Amaral, nus, dentro de uma sauna, batendo papo e combinando ações.
O Fernando Pimentel, atual governador de Minas, sempre suspeito, chegando com
uma malinha recheada de dinheiro em um flat, e Monica Moura, linda e loura, lá,
só esperando ele chegar para contar a bufunfa que lhe era devida.
Também gostei de imaginar a cena dela passeando com Dilma
pelos jardins do Palácio, imaginar a confusa Dilma (no caso, Iolanda)
escrevendo um e-mail em código tentando avisar algo. Adorando imaginar o Zé
Eduardo Cardozo se contorcendo de ódio porque foi dito o óbvio sobre o
vazamento (para os alvos) das operações. E o sisudo Franklin Martins? Até sumiu
para não ter de explicar os milhões de dólares que cobrou para ir sacanear as
campanhas lá na África.
Quanta coisa já vimos ou ficamos sabendo nesses últimos
tempos, enquanto por causa disso tudo temos de tentar, com muita dificuldade,
nos manter com a cabeça fora d´água.
A política toda está de cabeça para baixo e não sei se as
pessoas se deram conta do significado disso e do quanto penaremos ainda para
reconstruir o país e a confiança nesses tempos tão agitados. Como nos reality
shows mais conhecidos, teremos de eliminá-los, um a um.
Mas sem vencedores, porque esses participantes já levaram
escondido o prêmio de muito mais de um milhão, um milhão e meio. Pensam em
dólares. E já ganharam casas, apartamentos, lanchas, sítios, viagens com tudo
pago.
Deve ter sido tudo obra da Dona Marisa.
Marli Gonçalves, jornalista - Mais matracas vão abrir a
boca e essa novela vai bem mais longe que Redenção. Ainda vamos assistir a
várias temporadas e vai ter muita malhação pela frente. - Brasil, 2017.
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