Mariana Ceratti, de Curitiba, para a ONU News.*
Uma iniciativa que une o Banco Mundial e o governo do
Paraná fez a mortalidade materna cair 30% nos últimos seis anos, chegando a
46,5 por 100 mil nascidos vivos. Além disso, 85% das grávidas do estado já
sabem exatamente onde vão dar à luz.
Esses são alguns dos principais resultados do programa
Mãe Paranaense, que recebeu investimento de R$ 630 milhões em centros de saúde
e em capacitação dos profissionais.
Risco
O programa determina, conforme o risco da gravidez, onde
a mulher fará o pré-natal e o parto. A estratificação de risco leva em conta
diversos fatores, como estado de saúde, idade, escolaridade e raça. Segundo
Debora Bilovus, coordenadora da rede Mãe Paranaense, o procedimento dá mais
confiança às futuras mães e às equipes médicas, além de permitir melhor uso dos
recursos.
"Essa gestante vai ser estratificada a cada consulta
de pré-natal. Estratificar o risco dessa mulher é garantir que ela tenha um
atendimento adequado e de qualidade de acordo com seu risco gestacional. A
gente quer reduzir ao máximo o número de óbitos por causas evitáveis."
Projeto
Independentemente do risco, as grávidas fazem no mínimo
sete consultas e 23 exames. Para a auxiliar de limpeza Geisielen Ferreira, 33
anos, é um acompanhamento mais rigoroso do que o recebido quando ela teve o
primeiro filho, aos 15. Mesmo com uma gestação de alto risco, devido a uma
trombose sofrida há quatro anos, ela se sente tranquila.
"No dia que eu vim para cá, fiquei internada aqui e
vi o tratamento que a gestante tem no pré-parto, a tranquilidade… Esse medo que
eu tinha já foi embora."
O investimento faz parte do Projeto de Desenvolvimento
Multissetorial do Paraná, do Banco Mundial, que vai até novembro de 2019. Os
próximos passos do Mãe Paranaense são levar esse atendimento a todas as
grávidas e reduzir a mortalidade infantil para menos de 10 por mil nascidos
vivos, um feito ainda inédito no Brasil.
*Reportagem do Banco Mundial Brasil.
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