Jorge Oliveira
Brasília - É triste, mas verdadeiro, o eleitor brasileiro
não tem um candidato a presidente da república ficha limpa em 2018. Os nomes
postos aí, os mais notáveis, estão sujos da lama da Lava Jato. E a escolha por
um deles, se é que algum chega até lá antes de ser preso, é um caminho difícil.
A última eleição, a de 2014, foi um divisor de água na política do país.
Reelegemos a Dilma para Lula governar novamente, e o desastre bateu às portas
da nação com o destroço da economia, a corrupção deslavada e a prisão dos
políticos que, por décadas, deram às cartas no país. Dois anos depois, o que
seria uma operação simples envolvendo doleiros de Brasília, escancarou-se às
comportas do maior escândalo de corrupção do mundo, patrocinado pela turma do
PT e seus associados.
Não sobrou ninguém. O Marcelo Odebrecht entregou a metade
dos políticos do Congresso Nacional, apontando um a um quem estava na caixinha
da empresa. E o Joesley acabou de atear fogo ao circo. Na delação premiada
entregou a outra metade. Os que ficaram de fora, os cabeças de bagres,
certamente não tiveram acesso aos empresários inescrupulosos que dominaram, nos
bastidores, a política e a economia. Assim, a pouco mais de um ano das eleições
estamos acéfalos de candidatos com credibilidade e honradez para tocar o país e
combater a corrupção desenfreada que contaminou a nação.
Olha só, para nossa infelicidade, quem ainda pensa em se
candidatar para tocar o país: Lula, Aécio, Alckmin, Bolsonaro, Marina, Doria.
As lideranças que surgiram nos últimos vinte anos, também foram parar na lama
da corrupção, a exemplo de Lindbergh, o senador petista, que se esgoela
diariamente no plenário para provar que é honesto. Outros líderes não surgiram
nesse tempo, porque as entidades estudantis estiveram aparelhadas e atreladas a
partidos políticos e envolvidas com a política demagógica e populista do PT.
Corre-se o sério risco de elegermos mais um cacareco,
depois do último desastre.
Assim, é com profunda melancolia, que avisamos:
precisa-se de um candidato a presidente ficha limpa. Não é fácil escolher um
desses bufões para administrar o país, depois que a Dilma botou a última pá de
cal nas esperanças dos brasileiros. Durante seis anos, ela foi sem ser
presidente. Apaga-se a cada minuto da história política do Brasil. E um dia
será encontrada vagando pelas ruas repetindo o refrão como uma tonta: “É golpe!
Fora Temer”. O outro, Lula, ideólogo da petezada corrupta, continua vociferando
bobagens nas reuniões dos seus companheiros enquanto o Sérgio Moro não
pronuncia a sentença para seus crimes.
Quer voltar ao poder para consertar o país, segundo ele,
em estado de putrefação. Olha se isso não é mesmo coisa de esquizofrênico. Em
menos de um ano, ele e a Dilma esqueceram que deixaram uma herança de 14
milhões de desempregados, uma economia capenga e desacreditada no exterior, uma
organização criminosa que avançou pelas empresas públicas como ave de rapina, o
aparelhamento do estado com milhões de cargos comissionados para a rapaziada
dos sindicatos e o esfacelamento da máquina pública que emperrou o
desenvolvimento. Mesmo assim, nos seus delirantes comícios, ele proclama os
seus apaniguados a voltarem ao poder. Coisa de quem bebe, diria seus críticos
mais cruéis.
A mesma postura do esquecimento da trágica gestão também
contaminou os parlamentares petistas no Congresso Nacional. É hilário ouvir
alguns deles falar em ética, recuperação da economia e moralidade
administrativa quando se sabe que deixaram milhões de trabalhadores sem comida
no prato pelo desemprego avassalador. Mas eles usam o púlpito para criticar a
gestão atual do Temer como se não fossem responsáveis por mais essa herança
maldita, vice em dois mandatos da Dilma. Lula, por exemplo, diz que ninguém
precisa se envergonhar de ser político. Claro que não, todos concordamos.
Devemos nos envergonhar dele e dessa corja petista que saquearam os cofres
públicos e traíram os votos dos brasileiros de boa fé.
E você, que ainda está em dúvida quanto em quem votar,
fique sabendo que o voto em branco também é uma forma de protesto.
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