Pezão teve mandato cassado pelo TRE, mas está recorrendo
no cargo. Outros líderes da política, como Jorge Picciani, estão
atrás das grades.
Levaram o dinheiro do povo: acabaram com o Rio |
Dentro de um palácio, a poltrona usada por quem comanda o
segundo estado mais importante do país. Nas últimas duas décadas, todos os que
sentaram lá acabaram tendo que acertar contas com a Justiça. Dos últimos quatro
eleitos, três estão atrás das grades: Anthony Garotinho, a mulher dele, Rosinha
Matheus, e Sérgio Cabral.
O atual governador, Luiz Fernando Pezão, já foi citado em
delações premiadas e teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral,
mas está recorrendo no cargo. Todos foram aliados, mas Garotinho e Cabral
romperam em 2006 e só voltaram a ficar perto um do outro há um ano, quando os
dois ficaram presos em Bangu.
Sérgio Cabral nunca mais saiu da cadeia. Já está
condenado a 72 anos de prisão. Garotinho reconquistou a liberdade, mas preso de
novo divide, mais uma vez, o presídio com o ex-aliado.
Agora, a cadeia pública em Benfica. Endereço dos presos
da Lava Jato, e onde estão outros políticos que também decidiram o destino do
estado nos últimos 20 anos. Jorge Picciani foi seis vezes presidente da
Assembleia Legislativa; Paulo Melo, que tem sete mandatos, também presidiu a
casa. Antes deles, o próprio Sérgio Cabral esteve à frente da Alerj.
Hoje, todos estão na Galeria C, no segundo andar do
presídio. São nove celas com capacidade para 54 presos. Garotinho vai ficar em
uma ala separada, porque é inimigo político do grupo.
A situação do Rio de Janeiro levou a procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, a dizer, na terça-feira (21), que o estado vive um
“clima de terra sem lei”. O juiz Sérgio Moro também falou, na terça, sobre a
corrupção no Rio, em um evento em Curitiba. Ele disse que esquemas de corrupção
parecidos com o da Petrobras podem ter se espalhado pelo país.
“O exemplo mais visível atualmente talvez seja o estado
do Rio de Janeiro, onde ali se verificou que puxando o fio de uma investigação,
originada de corrupção em contratos da Petrobras, se identificou um esquema
criminoso muito mais complexo e muito mais abrangente”, explicou o juiz.
E, quando revelados, os esquemas criminosos nos mostram
que, dentro do palácio, o problema não é a poltrona e, sim, quem senta nela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.