Minha crônica da manhã
Hélcio Silva
(22 / 11 / 2017)
Era fim de tarde!
Sentado naquela pedra fria em frente ao prédio do antigo
Liceu, onde também funcionava, no período vespertino, o Instituto de Educação,
vi aquela jovem saindo da Escola, com outras normalistas, todas em azul e
branco...
De olhar firme, passos lentos e cadentes, com o rosto
irradiando beleza e esperança, assim caminhava a jovem...
Eu morava numa cidade pequena, com pouco mais ou pouco
menos de 250 mil habitantes... E ela também...
Tudo era belo, em nossa cidade...
E ela continuava caminhando, com seus passos lentos e
cadentes...
E eu pensava, indagando-me em silêncio...
Que estaria aquela jovem a pensar?
Meu pensamento a envolve... O que ela estaria pensando?
Ah!... Uma zoada na cabeça... Sintonizo a frequência e
aumento o volume... E ouço com nitidez, a voz da sua alma:
- Quero ser a melhor governadora da minha terra, fazer o
melhor governo da minha vida...
Espantei-me... Fiquei atordoado... Esfreguei meus dois
olhos com minhas duas mãos...
Estaria sonhando?
Sim... Parece que sim...
Minha cidade tinha na época, como já disse, apenas 250
mil habitantes... Uma cidade onde o vento dobrava num canto chamado da
Viração...
Avanço no tempo, uns anos para frente... A cidade já com
quase 500 mil habitantes...
Pequeno chuvisco, uma garoa para refrescar as 12 horas
daquele dia...
Fico de pé, olhando para o prédio do Colégio Marista...
Toca o fim da aula... E lá vem a turma dos maristas, um
colégio dos mais importantes da cidade... Bom Colégio!
E a turma dos maristas vai se dividindo dobrando as
esquinas da velha cidade, cada um dos alunos buscando o caminho de suas
casas... E eu acompanhei um jovem pela rua de Santana... E o jovem, cheio de
esperança, parecia sonhar...
O que estaria o jovem a pensar?
Por intuição ou inspiração, acabo por saber..., o que ele
estaria sonhando naquele mundo indecifrável da vida...
E o que seria?... Talvez estivesse a pensar:
- Um dia serei soberano nestas terras... E farei um governo
que será de todos nós...
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