Morre, em São Paulo, o jornalista Othelino Filho, pai do
deputado Othelino Neto
Texto do jornalista Gilberto Lima
(Blog do Gilberto Lima)
Faleceu na tarde desta quinta-feira (14), no Hospital
Albert Einstein, em São Paulo (SP), o jornalista Othelino Alves Filho, pai do
deputado Othelino Neto (PC do B), presidente em exercício da Assembleia
Legislativa do Estado do Maranhão.
Raimundo Nonato Othelino Filho Parente Alves, conhecido
como Othelino Filho, nasceu em 22 de dezembro de 1949 na cidade de Sobral, no
Ceará. Filho do jornalista maranhense Othelino Nova Alves e da cearense Zeneida
Parente Alves, Othelino Filho, desde pequeno, seguia os passos de luta
ensaiados por seu pai. Quando adolescente, iniciou sua experiência com o papel,
a caneta e o
ideal.
Escreveu seu primeiro artigo, intitulado “Sala de aula”,
para um jornal estudantil de sua cidade. O artigo era uma denúncia contra o
analfabetismo e a manipulação da informação dentro das escolas e, sobretudo, na
sociedade. Para ele, a “sala de aula” mencionada no texto era ainda a fronteira
entre a liberdade e a civilização.
Em 1964, durante o período da ditadura militar, foi estudar
em Fortaleza. Nessa época, participou do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e
recebeu a incumbência de editar o Jornal do Liceu do Ceará, que em muitos
momentos era feito às escondidas. Aos 16 anos, fugiu de sua casa e veio em
busca de sonhos no Maranhão.
Mais tarde, no ano de 1968, permaneceu definitivamente na
Ilha de São Luís, que o abraçara desde o primeiro contato com a cidade.
De maneira simultânea a essas mudanças de vida, Othelino
Filho já ensaiava a profissão que iria seguir. Tornou-se correspondente, ainda
adolescente, do Jornal Pequeno e da Rádio Timbira.
Já em São Luís, o cearense com coração ludovicense
formou-se em Direito, em 1974, iniciou o curso de Filosofia e alavancou o seu
trabalho como jornalista. Além da motivação paterna, Othelino Filho – segundo
de três gerações de profissionais que fazem história na comunicação maranhense
– tinha o jornalismo como determinação de vida. Era ainda uma forma de dar
continuidade ao trabalho de seu pai, interrompido em 30 de setembro de 1967, quando
foi assassinado em praça pública.
Um ano após a morte de seu pai, em 1968, conquistou seu
registro como jornalista. Trabalhou na Rádio Educadora, Rádio Ribamar, TV e
Rádio Difusora. Foi chefe da Assessoria de Imprensa na primeira administração
do prefeito Jackson Lago e secretário de Comunicação Social da Assembleia
Legislativa do Estado. Exerceu temporariamente o cargo de secretário do Meio
Ambiente e Recursos Naturais do governo José Reinaldo.
Chegou ainda a ser repórter do Jornal Pequeno, diretor de
jornalismo da Rádio Timbira e presidente, por três vezes, do Sindicato dos
Trabalhadores de Empresas de Radiodifusão e Televisão, de cuja fundação
participou.
Othelino exercia a profissão que preenchia seus anseios e
que o fazia se dedicar de corpo e alma: o jornalismo. Em conversas com amigos,
ele sempre destacava que o desafio que mais marcou sua carreira foi a
participação como porta-voz da Frente de Libertação do Maranhão, nas eleições
para o Governo do Estado, no ano de 2006.
Desde 1995, ele já se dedicava à redação de artigos
semanais no Jornal Pequeno. A compilação desses artigos resultou na publicação
de quatro livros: A Oligarquia da Serpente (2006), A Rapina do Abutre, A Águia
Libertária e O Polvo.
Casado com a pedagoga Yolete Maria Alves e pai de
Cláudia, Othelino Neto e Flávia, o então garoto nascido em Sobral alçou voos
distantes e tornou-se cidadão maranhense.
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