domingo, 25 de fevereiro de 2018

A MALDIÇÃO DAS HERANÇAS


Carlos Henriques Araujo


No meu livro “Caleidoscópio”, escrevi um artigo intitulado “Herança maldita” uma alusão ao governo do FHC feita pelo Lula no início do seu governo; Em 2014, escrevi outro, “Herança maldita II” que falava da situação do país que a Dilma passaria para o Aécio Neves caso perdesse as eleições. Agora este: “A maldição das heranças”. Nesta trilogia de heranças, o tema é o Brasil, seu povo, os políticos e os administradores públicos.

No primeiro artigo, eu tentava explicar nossa incompetência, comparando-a as diversas nações através de seu desenvolvimento, levando em consideração a localização geográfica, tempo de existência e o tipo de cultura e outras características.

No segundo, procurei mostrar que a nossa formação étnica era a vilã, responsável por esta “geléia-geral” da mentalidade brasileira ao levar vantagem em tudo; se locupletar com o dinheiro público; e sonegar impostos. Que só depois de três ou mais décadas, com pesados investimentos na educação, como aconteceu na Coreia do Sul e em Singapura, poderíamos ter a esperança de ver um Brasil competitivo com os países desenvolvidos.

Neste terceiro e último artigo, faço uma ressonância política social e econômica do nosso querido Brasil, e infelizmente cheguei a esta triste conclusão:

“Deitado em berço esplêndido” este “gigante, adormecido pela própria natureza, tem uma dívida social tão grande quanto a corrupção, a violência, a impunidade e o descaso de seus administradores públicos.

Com tanta riqueza mal distribuída e um povo tão sofrido, bom de bola, mas, péssimo de voto; com profissionais e empresas “competentes” na base da propina; com administradores e políticos sem escrúpulo, corruptos e desonestos desde vereador até o presidente; E um judiciário caro, lerdo e dependente, comprometido com quem os indica para a Corte Suprema, e uma  justiça cheias de falhas e brechas, com uma legislação ultrapassada, onde os poderosos e ricos, sob o manto da lei, do foro privilegiado e da impunidade, corrompem, roubam, matam, mentem e ainda lhes é assegurado, por lei, o direito de ficar calado.

Essa é a maior crise (política, social, moral e econômica) pela qual o Brasil já passou desde o tempo do império, talvez. Mas eis que, no meio desse cipoal de falcatruas, negociatas e impunidade, surge uma luz no fim do túnel. Um trem, em sentido contrário, cheio de juízes, policiais federal e funcionários do ministério público chamado de Lava Jato, para fazer uma limpeza politico-administrativa e por fim nessas “heranças” que há décadas assola nosso país.

Nem sempre retroceder é perder, o atleta recua para dar um salto mais alto. É verdade que o Brasil perdeu muito economicamente, mas se conseguirmos colocar todos os políticos e empresário corruptos na cadeia e fazer as reformas política, social e fiscal necessárias, esta perda será insignificante.

- Carlos Henriques Araujo é poeta, jornalista e escritor: é piauiense. É de Parnaíba, mora em Teresina

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