Carlos Henriques Araujo
No meu livro “Caleidoscópio”, escrevi um artigo intitulado
“Herança maldita” uma alusão ao governo do FHC feita pelo Lula no início do seu
governo; Em 2014, escrevi outro, “Herança maldita II” que falava da situação do
país que a Dilma passaria para o Aécio Neves caso perdesse as eleições. Agora
este: “A maldição das heranças”. Nesta trilogia de heranças, o tema é o Brasil,
seu povo, os políticos e os administradores públicos.
No primeiro artigo, eu tentava explicar nossa
incompetência, comparando-a as diversas nações através de seu desenvolvimento,
levando em consideração a localização geográfica, tempo de existência e o tipo
de cultura e outras características.
No segundo, procurei mostrar que a nossa formação étnica
era a vilã, responsável por esta “geléia-geral” da mentalidade brasileira ao
levar vantagem em tudo; se locupletar com o dinheiro público; e sonegar
impostos. Que só depois de três ou mais décadas, com pesados investimentos na
educação, como aconteceu na Coreia do Sul e em Singapura, poderíamos ter a
esperança de ver um Brasil competitivo com os países desenvolvidos.
Neste terceiro e último artigo, faço uma ressonância
política social e econômica do nosso querido Brasil, e infelizmente cheguei a
esta triste conclusão:
“Deitado em berço
esplêndido” este “gigante, adormecido pela própria natureza, tem uma dívida
social tão grande quanto a corrupção, a violência, a impunidade e o descaso de
seus administradores públicos.
Com tanta riqueza mal distribuída e um povo tão sofrido,
bom de bola, mas, péssimo de voto; com profissionais e empresas “competentes”
na base da propina; com administradores e políticos sem escrúpulo, corruptos e
desonestos desde vereador até o presidente; E um judiciário caro, lerdo e
dependente, comprometido com quem os indica para a Corte Suprema, e uma justiça cheias de falhas e brechas, com uma
legislação ultrapassada, onde os poderosos e ricos, sob o manto da lei, do foro
privilegiado e da impunidade, corrompem, roubam, matam, mentem e ainda lhes é
assegurado, por lei, o direito de ficar calado.
Essa é a maior crise (política, social, moral e econômica)
pela qual o Brasil já passou desde o tempo do império, talvez. Mas eis que, no
meio desse cipoal de falcatruas, negociatas e impunidade, surge uma luz no fim
do túnel. Um trem, em sentido contrário, cheio de juízes, policiais federal e
funcionários do ministério público chamado de Lava Jato, para fazer uma limpeza
politico-administrativa e por fim nessas “heranças” que há décadas assola nosso
país.
Nem sempre retroceder é perder, o atleta recua para dar um
salto mais alto. É verdade que o Brasil perdeu muito economicamente, mas se
conseguirmos colocar todos os políticos e empresário corruptos na cadeia e
fazer as reformas política, social e fiscal necessárias, esta perda será
insignificante.
- Carlos Henriques Araujo é poeta, jornalista e escritor: é
piauiense. É de Parnaíba, mora em Teresina
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