Por Carlos Henriques Araujo
Diretamente da praia do Coqueiro, um momento de reflexão política.
O que vou dizer todo mundo já sabe, mas é bom repetir. O
Brasil com esses políticos que nós (o povão) elegemos a cada pleito, jamais
chegará ao primeiro mundo. Entendemos, mas não aceitamos. Nossos políticos não
são honestos, não são competentes, não são altruístas e não estão preparados
para o serviço público.
Sem exagerar, acho que 90% deles não se enquadram num
perfil aceitável. Para cada um honesto, nove são corruptos; para cada um
competente, nove não têm competência para legislar; Para cada um consciente de
sua missão, nove estão ali somente para se dá bem, e para isso não têm
escrúpulos.
Para cada um que mostra resultado, faz projetos e debatem
em plenário, nove não apresentam projeto, não discutem, nem sequer leem os
projetos que estão votando ou não comparecem às reuniões, a não ser por
interesse corporativista ou quando são “comprados” para votar nesse ou naquele
projeto que visa o interesse deles ou do partido.
No Brasil, os
políticos fazem de seu mandato profissão. Ficam rico com falcatruas, desvios e
propina de caixa 2; se aposentam precocemente e reelegem seus filhos ou mulher
para lhes substituir ou viram cacique, assumem um cargo público, quase sempre
vitalício e só largam “as tetas do governo” quando morrem.
Eles se elegem e se reelegem e elegem quem eles querem. O
país que se dane, os eleitores que se lixem, pois eles têm dinheiro (caixa 2) e
seus cabos eleitorais se encarregam de comprar os votos.
Ideologia, eles não têm, mudam de partido quando isso lhes
é favorável a eleição. No caso dos partidos que estão no governo ou que fazem
coligações, a reeleição se torna mais fácil, pois o governo direciona
benefícios às camadas mais pobres da população com critérios puramente
eleitoreiros.
Entre nós, eleitores, para cada um que vota consciente, dez
vendem seu voto, ou vota por conta da amizade, de um favor, de um emprego e até
por uma carrada de areia amarela.
Se contarmos os votos dos que recebem “bolsa-família”; dos
que receberam uma casa do programa “minha casa minha vida”; dos que entraram
para faculdade através de “cotas”; e dos que votam em branco ou anulam seu
voto, concluímos que é quase impossível fazer uma limpeza no executivo e no
legislativo para nos livrarmos dessa corja de fichas suja e processados em primeira
instância, através do voto.
O Brasil precisa
mudar se quiser chegar ao primeiro mundo, mesmo com a riqueza que temos:
recursos naturais, terra fértil, água e minérios, um excelente parque
industrial, um setor de serviços amplo e moderno e um povo passivo e
trabalhador.
E com uma arrecadação de impostos monstruosa (mais de um
trilhão de reais em 2017), o governo faz muito pouco ao mitigar a fome dessa
gente com “bolsas-esmola”. E, em se tratando de qualidade de vida, exceto as
classes ricas, a carência é total na educação, na saúde, na segurança e nos
transportes públicos.
É preciso aumentar e melhorar a distribuição dos
“benefícios” através de projetos sem fins eleitoreiros e aumentar a
fiscalização para evitar o desperdício e a roubalheira nos programas
existentes. E principalmente, investir muito em educação.
by CHA
- Carlos Henriques Araujo é poeta, jornalista e escritor: é piauiense. É de Parnaíba, mora em Teresina
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