Carlos Henriques Araújo
Ontem. Anos sessenta. Quanta saudade! As pessoas dançavam
juntas, ouviam música de qualidade, conversavam e discutiam sobre arte. Os
compositores se desafiavam compondo. Os instrumentos eram acústicos mas havia
mais talento e menos tecnologia. Os jovens curtiam a vida sem ajuda de
“êxtase”, “anabolizante” ou “viagra”.
Como na canção, o povo era feliz e não sabia. As favelas
eram moradias de gente pobre e honesta. As casas eram simples com cadeiras nas
calçadas e escrito em cima que era um lar. As armas eram o cavaquinho, o
pandeiro e o violão. O tráfico era de samba, droga só nas farmácias como
remédio. O estandarte não era de ouro, mas dava mais orgulho aos passistas.
Os moradores das favelas desciam à avenida para sambar, o
“arrastão” era de bloco carnavalesco. As pessoas só reclamavam do mau tempo e
só tinham dor de cabeça quando adoeciam ou estavam de ressaca. Sequestro não
havia e bala perdida, só quando uma criança esquecia um bombom na rua. A
polícia protegia o povo e era fácil distingui-la dos bandidos.
Mas “o que é bom, dura pouco”, diz o ditado popular. No
dia 31 de março de 1964 veio o “golpe militar”. Prisões, cassações, expulsões e
mortes sucederam a atos institucionais, suspensão dos direitos civis e censura
prévia.
Os grupos de esquerda, que queriam implantar o comunismo,
partiram para luta armada na clandestinidade. E através de atentados com
bombas, assaltos a bancos, sequestros e infiltração nos meios universitários e
na mídia alternativa tentaram implantar a ditadura do proletariado a qualquer
custo.
O governo, diante da violência dos terroristas, reagiu em
defesa da pátria com a mesma violência. E lançou mão de uma campanha de
patriotismo com o slogan: “Brasil, ame ou deixe-o”. E para nossa felicidade, em
70 o Brasil foi tricampeão de futebol, no México. Foi um balde de água fria na
fervura da esquerda política, o povo saiu em carnaval pelas ruas debaixo de
“chuva, suor e cerveja”, ao som de “Pra frente Brasil”.
Hoje. Véspera de uma eleição. As sequelas do
autoritarismo da direita e da guerrilha da esquerda ainda são sentidas na
memória de muitos, principalmente, na ausência de novas lideranças no cenário
político. A música do saudoso Belchior (Como nossos pais) traduz muito bem este
sentimento: “nossos ídolos ainda são os mesmos ...” (Sarney, Collor, Lula, FHC,
Renan, Ciro ...).
E os poucos que se apresentam como renovação, não nos
convencem. Cada um com seu projeto de poder e esquemas de corrupção. Com
exceção do Bolsonaro que não é novo na política, mas que não é corrupto e nem
tem projeto de poder. Ele é o único com chance de ganhar e fazer uma
reestruturação do país.
Agora só nos resta dizer como Cazuza: “Meu partido é um
coração partido ...”. Ideologia, não existe uma para seguir. Os meus heróis,
que não morreram de over-dose, estão mamando nas tetas da lei Rouanet.
O Brasil de hoje, herança de um governo de 13 anos,
governado por um político de esquerda, hoje preso por implantar o maior esquema
de corrupção já visto no mundo, nunca esteve à beira do abismo comunista.
Ameaçado por uma esquerda que não tem escrúpulo para
atingir seu objetivo. Que tenta destruir a família, a religião, o patriotismo e
impor a desigualdade social, de renda, de raça, de cor e de gênero. E talvez
até mandar matar seu concorrente à eleição.
Carlos Henriques de Araújo - Membro da UBE- PI
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