Sobre o desmatamento
Mauro Sergio Aiello
Não falo como um ambientalista, ou seja, não tenho formação
nessa área. Falo como cidadão comum. Falo como alguém que conheceu um São Paulo
onde havia casas onde encontrávamos no fundo do quintal, um pequeno pomar.
Lembro-me com saudades dos fundos das casas do Sr. João
Garcia e do Sr. José. Encontrávamos pés de: Abacate, Caqui (Chocolate e o
Branco), Pitanga, Goiaba Branca e Vermelha, Amoras, Bananas. É o que eu me
lembro. Frequentar aquele lugar era maravilhoso.
Hoje você encontra, com enorme raridade, casas com esses
pequenos pomares. Na verdade é raro você encontrar uma casa com uma árvore,.
seja ela qualquer que for. Eucaliptos? O campinho onde toda tarde batíamos uma
bolinha, na esquina da Rua Amor Perfeito com a Sempre Vivas, hoje Jaime Torres,
era cercado de eucaliptos. Lembro-me que, no tempo de verão quando caia os
torós com raios, corríamos para casa.
Vi o bairro do Jardim Popular, onde vivi de 1959 a 1979 se
transformar outrora com muito mato em um lugar com muitas casas e poucas
árvores. Infelizmente esse é o nosso jeito de construir nossas moradias, ou
seja, eliminamos o verde e enchemos o lugar de cinza, vermelho, amarelo.
Transformamos um pedaço de jardim em uma selva de pedra.
Quando vejo o que acontece em outros lugares como a
Amazônia, por exemplo, eu me entristeço profundamente. Quando vejo que muito do
verde é retirado sem critério e sem projeto de reflorestamento, eu fico triste
e decepcionado. A Amazônia é rica sobre seu solo e debaixo do seu solo. Até
agora não me convenci que a Venezuela tem um solo rico em petróleo e o Brasil
não. Ora, somos limítrofes pela mata amazônica.
Na verdade o Brasil ainda não aprendeu a explorar sua
riquezas. No Brasil coamos mosquitos e engolimos camelos, politicamente
falando. Lamentável. Terrível. Somos motivo de piada, de críticas e de desprezo
e muito, por nossa própria culpa e responsabilidade.
Precisamos amar nossa nação, nosso solo, nosso povo. Chega
de brasileiros que se corrompem e corrompem enchendo o bolso de dinheiro,
convertendo em dólares e gastando na terra do Tio Sam ou na Europa.
Viva o Brasil sem a morte de seus recursos naturais.
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