A ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye foi
condenada nesta sexta-feira (6), por um tribunal de Seul, a 24 anos de prisão,
pelo envolvimento no caso de corrupção da "Rasputina", que culminou
com sua cassação em janeiro de 2017.
A sentença, que foi transmitida ao vivo pela TV por quase
duas horas, considera comprovada que a ex-presidente conservadora e sua amiga,
Choi Soon-sil, conhecida como "Rasputina", criaram uma vasta rede de
favores pela qual extorquiram grandes empresas como Samsung, Hyundai e Lotte.
Park, de 66 anos, estava presa preventivamente desde março
de 2017 e foi a primeira chefe de Estado sul-coreana cassada na democracia. A
saída dela levou a uma antecipação nas eleições, vencidas em maio do ano
passado pelo liberal Moon-Jae-in.
Além disso, o tribunal presidido pelo juiz Kim Se-yoon condenou a ex-governante ao pagamento de uma multa de 18 bilhões de wons (US$ 16,8 milhões).
A promotoria tinha pedido para ela 30 anos de prisão e
multa de 118,5 bilhões de wons (US$ 95 milhões).
Park, que chegou ao poder em fevereiro de 2013, foi
declarada culpada de 16 das 18 acusações no caso de corrupção da
"Rasputina", como abuso de poder, suborno e coação.
Na entrada do tribunal, uma multidão de simpatizantes da
ex-presidente se reuniu, agitando bandeiras do país e mostrando cartazes em
inglês onde estava escrito: "Parem os processos mortais contra Park
Geun-hye" ou "O Estado de Direito morreu".
A ex-governante, que não comparece ao tribunal desde
outubro do ano passado alegando problemas de saúde, também não participou da
audiência de hoje e denunciou que foi julgada de maneira imparcial e mantida
presa preventivamente sem motivos.
É a primeira vez que a Coreia do Sul transmite pela
televisão o veredito de uma causa penal, depois que a Suprema Corte aprovou, no
ano passado, uma emenda para permitir essa cobertura, se o próprio tribunal
considerar um caso de interesse público.
A sentença de hoje é dada depois de a "Rasputina"
sul-coreana ter sido condenada, em fevereiro, a 20 anos de prisão e a pagar uma
multa milionária por ser o cérebro da trama de corrupção que escandalizou o
país asiático.
Choi, amiga íntima de Park, era a principal responsável
pela ampla rede de tráfico de influência tramada ao lado da ex-presidente.
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