Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo Metropolitano de Uberaba – MG
Precisamos entender as realidades vividas pela juventude
dos últimos tempos. Ela é atraída por uma cultura cibernética cativante,
absorvente e provocadora de sensacionalismo, que ocupa o tempo das pessoas.
Além do mais, favorece o individualismo e sacrifica o espírito de convivência.
Os jovens têm sido reféns dos meios virtuais, que são bons, mas quando usados
com equilíbrio.
O mundo dos jovens de hoje é muito diferente de tempos
passados, dos nossos avós e pais. Eles sofrem com a agitação da sociedade, as
correrias, o frenetismo da era digital interconectando a aldeia global. Tudo
passou a ser virtual e não sobra tempo para uma convivência fraterna, um bate
papo saudável e descontraído. Significa profunda perda das realidades naturais
e domínio do artificial.
Falamos de tempos modernos, diferente do passado em que
havia as rodinhas de amigos, de bate papo sadio e descontraído e todos, rapazes
e moças, viviam em paz, sem preconceito, sem discriminação e nem opressão.
Estamos em outros tempos, mas o jovem continua com sua força jovem, com seu
idealismo, sua vontade e determinação para vencer na vida.
O jovem precisa descobrir a potencialidade que tem para
construir um mundo melhor. Por outro lado, sabemos que as oportunidades são
poucas e dificultam o desabrochar da força jovem. Muitos vão à luta e conseguem
e, com sua determinação e coragem, vencer e conquistar espaço de realização
pessoal. Avançam na realização de seus projetos de vida na sociedade moderna.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman faz referência a uma
sociedade líquida, própria dos nossos tempos. Isso influencia nos
relacionamentos humanos, fazendo com que neles também haja uma liquidez, uma
falta de estabilidade. É nesse mundo que o jovem tem que enfrentar uma
sociedade marcada e ferida pela criminalidade, genocídios, drogas, corrupção e
desigualdade de oportunidades.
Vemos os jovens de hoje recebendo um legado muito negativo
das realidades sociais e de inúmeras contradições do passado. Mas precisam ter
a marca da esperança, da transformação do mundo e superação das crises que
afetam a população. Eles não podem ser vítimas e corrompidos pelas telas dos
celulares, porque aí a felicidade não passa de “consumir” coisas de prazer
vazio.
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