Organização diz que problema é fruta de falhas na supervisão episcopal
O cardeal Theodore McCarrick reza durante encontro anual da
Conferência Nacional dos Bispos Católicos dos EUA, em Baltimore |
O relatório, apresentado nesta terça pela Suprema Corte do estado, apontou que 300 "padres predadores" abusaram de mais de mil crianças por décadas, acobertados pela igreja. O cardeal de Washington Theodore McCarrick, que antes atuava na Pensilvânia, renunciou no mês passado diante da iminente publicação das denúncias.
"Quaisquer sejam os detalhes a respeito do arcebispo
McCarrick sobre os muitos abusos na Pensilvânia (ou em qualquer outro lugar),
já sabemos que um dos problemas é a falha da liderança episcopal", disse o
cardeal Daniel DiNardo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos Católicos
dos EUA, em nota.
A organização disse que vai criar novas formas para que
vítimas reportem os abusos e para que as denúncias sejam investigadas sem
interferência por bispos que supervisionem os acusados.
Denúncias similares já emergiram na Europa, na Austrália,
no Chile e nos próprios EUA, levando a processos judiciais, provocando a
falência de arquidioceses e diminuindo a autoridade moral da liderança da
Igreja Católica, que tem cerca de 1,2 bilhão de membros ao redor do mundo.
Um grupo católico que atende vítimas de abuso expressou
preocupação com o novo processo de denúncias.
"Tomo tudo com um grão imenso de sal, mas essa é a
declaração mais forte de que posso me lembrar envolvendo autoridades de
segurança e leigos", disse Nick Ingala, porta-voz do Voice of the
Faithful.
Para ele, seria crucial que qualquer processo seja
independente da influência clerical, mas acrescentu: "Não sei como eles
vão fazer isso".
O Vaticano ainda não comentou publicamente sobre as denúncias
na Pensilvânia.
REUTERS
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