José Sarney
O governador, em entrevista ao jornal O Globo, revelou duas
coisas importantes: a primeira, que ele está implantando um modelo cubano para
a educação ao Maranhão. O programa cubano — Yo Si Puedo — caracteriza-se pelo
método da lavagem cerebral, isto é, da imersão total em que a pessoa fica sem
tempo para nada, todo ele dedicado a receber a mensagem ideológica que lhe é
passada, e assim diminui o tempo de alfabetização + doutrinação ideológica, que
passa ser a única coisa a encher sua cabeça, portanto torna-se preparado para
aprender as ideias de revolução salvadora, fim da propriedade, partido único,
liquidar todos os opositores, apreender carros e motocicletas e fazer falir os
pequenos comerciantes.
Para ser professor tem que ser alguém que foi preparado
pelo mesmo método e obtém os mesmos resultados. Quem melhor para isso senão o
MST, pensou o governo atual do Maranhão?
Segunda coisa: o Governador confessa que burlou a lei, uma
vez que, não podendo contratá-lo diretamente, usou a Universidade e sua
Fundação Sousândrade como laranjas, para pagar ao MST, que iria fazer o
trabalho, R$ 25 milhões, quantia superior ao que recebem os professores não
cubanos-preparados, em outro programa estadual de alfabetização.
Ora, se sabe que o MST é formado e forma militância para
contestar o direito de propriedade e invadir terras, fazendas particulares. E o
governador do Estado determinou que não fosse cumprida nenhuma ordem judicial
de reintegração de posse, proibindo qualquer soldado de ser utilizado nessa
tarefa. Ele, que foi juiz, assim procede.
Quanto ao MST, este nunca escondeu seu objetivo e o cumpre
na defesa dos seus pontos de vista, visando assentar trabalhadores sem terra, o
que não impede que tenha indevida infiltração política.
Na infeliz entrevista também falseou dados, dizendo que
construiu 700 escolas, e O Globo o desmentiu — e sua Secretaria de Educação diz
que foram somente 71. As 629 que faltam para a sua soma foram construídas no
mar: ninguém vê, e como dizia o poeta José Chagas sobre a ponte que nunca
apareceu:
“Quando a maré vaza as 629 escolas vazam e quando a maré
sobe as escolas sobem no ar”, e ninguém vê.
Outra realização de que ele se louvou a O Globo foi a de
ter tirado meu nome de 100 escolas; diz que assim fez baseado no exemplo de
Stalin, que tirou o nome de Trotsky de todas as escolas da União Soviética,
diga-se, hoje, Rússia.
Lembro apenas que Trotsky foi, ao lado de Lenin,
responsável pela Revolução Comunista de 1917. Logo depois que Lenin morreu,
Stalin, com ódio, selvageria e inveja, perseguiu Trotsky, grande intelectual, e
não só mandou tirar seu nome das escolas, mas matá-lo, assassinando-o no
México, depois que, perseguido, fugiu da Rússia. Stalin também mandou matar os
filhos de Trotsky e, no Gulag, sua primeira mulher e muitos de sua família.
Stalin não admitia contestação e foi o maior tirano que a humanidade já
conheceu, mandando matar mais de 20 milhões de opositores e pessoas inocentes
que estavam em seu caminho.
É ele, Stalin, o exemplo que o Governador usa para tirar
meu nome das escolas. Não estou irritado com isso. O que me fez avaliar até
onde vai a mesquinharia foi querer tirar o nome de minha mulher da maternidade
Marly Sarney, que ela construiu com tanto amor.
Nosso Stalin, versado na História do comunismo, escolheu
ele mesmo o seu inspirador.
“Roseana, que bom te ver de novo.” A alegria e paz vão
reaparecer, com uma grande vitória. É isso que deseja o povo.
José Sarney
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