domingo, 14 de agosto de 2022

O FILHO DE PEDRO (30 / 07 / 2022)

O FILHO DE PEDRO

Crônica da saudade

Por Hélcio Silva

(30/07/2022)

Um tempo que já se faz antigo!

Parte de minha infância que não lembro. Alguma coisa - um pequeno espaço de recordação que fosse - gostaria de recordar.

Uma infância nascida, que não sei se nasceu, nem sinto que nasci e nem sei se chorei, no momento de nascer.

Minha mãe, nunca vi... Se a vi, amnésia me puniu, cegando-me por momentos, por muitos momentos que até hoje se prolongam.

Dizem haver sido uma mulher bonita de cabelos longos, que nunca segurei seus fios e se os segurei não lembro que os tenha segurado.

Morreu e não a vi em seu ataúde... E se a vi não lembro que a tenha visto.

Não tenho foto dela com seus cabelos longos, nem dela deitada no seu leito da morte.

Meu pai, um homem de bem, morreu poucos anos depois, longe dos filhos, em outro Estado onde fora buscar socorro médico, sem êxito...

Todos na orfandade!...  Éramos seis os filhos da mulher bonita de cabelos longos e do homem de olhos bonitos, que cortou os mares para morrer no rio.

Uma história real.

********** 

Nota de rodapé

Esta é a foto do meu pai, que recebi quando eu já tinha mais de 70 anos... Acho ser ele, embora não tenha lá muita certeza... De minha mãe, nem pequeno fio de cabelo. Nunca vi uma foto de minha mãe... É uma história que ainda hoje espero respostas. Vou completar este ano 84 anos e ainda hoje procuro a verdade. O certo é que sou Hélcio, filho de Pedro e Biloza: o resto é conversa de arquibancada.

(foto recuperada)


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