convidada:
Jemima Pompeu Vespi
http://www.vizinhosdeutero.com.br/ilustração original do
texto.
Ter a identidade espelhada num irmão gêmeo é participar de um eterno jogo de comparações. Mas elas ajudam a explicar como a herança e os ambientes formam o ser humano. Eles chamam a atenção desde que se os conhece por gente. São mimados em dobro e causam confusão por dois — ou mais. Quem os vê não resiste a caçar diferenças mínimas em suas aparências e semelhanças em suas personalidades. Mas, sobre o sucesso que fazem por serem tão iguais, suas opiniões divergem: existem os que não conseguem imaginar a existência no singular; para eles, um é muito pouco. Outros, cansados de mal – entendidos, acham que dois é demais. A vida aos pares é assim mesmo, ambígua: há momentos constrangedores, outros cômicos, há situações irritantes, outras incomuns. Apenas duas em cada noventa pessoas sabem o que é ter a identidade espelhada num irmão gêmeo.
E a ciência começa saber, por que isso acontece.
Recentemente, os cientistas descobriram que há mais dois tipos de gêmeos.
Existe a hipótese de que, raríssimas vezes, também por motivos ainda
desconhecidos, o óvulo pode se dividir antes mesmo de ser fecundado – e quando
isso acontece, a fecundação se dá por dois espermatozoides. Estes são chamados
semi- idênticos, são 50% iguais geneticamente. Há casos que a mulher está
gestante de poucos dias, engravida de novo e concebe outra criança do mesmo ou
de outro pai. Os filhos, embora gêmeos pelo simples fato de nascerem juntos,
seriam meio irmãos. Impossível? Não.
Por mais que tenham hábitos diferentes, gêmeos idênticos
tendem a ter, por exemplo, as mesmas doenças nos mesmíssimos períodos de suas
vidas – desde uma curável apendicite a fatais ataques cardíacos. Também começam
a usar óculos com a mesma idade, quando é o caso. Isto significa que os genes
não só traz a tendência a sofrer de certos males como também funcionam feito
verdadeiras bombas-relógio. Nos exames de eletro encefalograma, gêmeos
idênticos mostraram ter ondas cerebrais muito semelhantes. Isto é, diante de
certos estímulos visuais e sonoros, seus cérebros reagem quase com a mesma
intensidade.
(Fonte: Revista Superinteressante)
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