segunda-feira, 30 de junho de 2025

ATOS DOS APÓSTOLOS, 16 - Paulo leva consigo a Timóteo

 


ATOS DOS APÓSTOLOS, 16 

Paulo leva consigo a Timóteo

¹ Chegou também a Derbe e a Listra. Havia ali um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego;

² dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio.

³ Quis Paulo que ele fosse em sua companhia e, por isso, circuncidou-o por causa dos judeus daqueles lugares; pois todos sabiam que seu pai era grego.

⁴ Ao passar pelas cidades, entregavam aos irmãos, para que as observassem, as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros de Jerusalém.

⁵ Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número.

A visão em Trôade

⁶ E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia,

⁷ defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.

⁸ E, tendo contornado Mísia, desceram a Trôade.

⁹ À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos.

¹⁰ Assim que teve a visão, imediatamente, procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho.

O SEGUNDO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO ÊXODO, 12 - A instituição da Páscoa



O SEGUNDO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO ÊXODO, 12

A instituição da Páscoa

¹ Disse o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito:

² Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano.

³ Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.

⁴ Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro.

⁵ O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito;

⁶ e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde.

⁷ Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;

⁸ naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.

⁹ Não comereis do animal nada cru, nem cozido em água, porém assado ao fogo: a cabeça, as pernas e a fressura.

¹⁰ Nada deixareis dele até pela manhã; o que, porém, ficar até pela manhã, queimá-lo-eis.

POESIA & PROSA - Por Antonio Guimarães de Oliveira, poeta e escritor


POESIA & PROSA

Antonio Guimarães de Oliveira

É necessário reensinar a uma coisa sua beleza, colocar a mão na testa da flor e recontá-la em palavras e no toque, ela é adorável até que floresça novamente por dentro, de auto benção. O primeiro passo na jornada é se perder.

Ligue o sonho que você viveu através do olhar inabalável. É como você pensava: a queimadura viva. Nos dias flutuantes, que você descubra a graça. Vá tão fundo em si mesmo, você fala por todos.

A prosa está andando. A poesia está voando. Para mim, poesia é alguém que se levanta, por assim dizer, e diz, com o mínimo de ocultação possível, o que é para ele ou ela estar na terra neste momento.

A necessidade do novo amor é fidelidade ao velho. Vou encontrar aquela pessoa especial que é errada para mim da maneira certa. Beije a boca que lhe diz, aqui, aqui está o mundo. Esta boca. Essa risada. Esses ossos do templo.

E a desolação dos amantes é a mesma: aquele enorme vazio esculpido em seres tão minúsculos como nós pede para ser preenchido. Não faz mal. O eu é o mínimo. Deixe nossas cicatrizes se apaixonarem.

Luvas de segunda mão se tornarão lindas novamente, suas memórias são o que lhes dá a necessidade de outras mãos. É assim com a poesia: quando é incompreensível, parece profunda, e quando você a entende, é apenas ridícula.

O resto dos meus dias eu passo vagando: imaginando o que, afinal, era aquela infusão pegajosa, aquele sabor rançoso de sangue, aquela poesia, pela qual eu vivia? A busca leva muito tempo e tenho que voltar atrás com frequência.

Eu começo, mas não sei para onde estou indo. Talvez a poesia seja o canário no poço da mina nos alertando sobre o que está por vir. Existem duas versões para cada poema - a versão chorona e a versão reta.

Quando chegarmos à nossa própria história, o começo feliz, o final que ainda não conhecemos, os dez mil atos que sobrecarregam os dias intermediários, leremos cada página dela. O título secreto de todo bom poema pode ser 'Ternura'.

*Galway Mills Kinnell, 27 de fevereiro de 1927, Providence, Rhode Island, EUA – 28 de outubro de 2014, Sheffield, Vermont, EUA*. 

(TRANSCRITO NA ÍNTEGRA POR ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA: 30.06.2025. SÃO LUÍS-MA).


POR QUÊ, MEU DEUS? - Artigo de Gabriel Chalita, acadêmico da Academia Paulista de Letras


POR QUÊ, MEU DEUS?

Acadêmico: Gabriel Chalita*

Por que nos tornamos tão competitivos, tão sequiosos do ter, tão necessários do dizer que vencemos?


Por quê, meu Deus?

Eu acredito em Deus. Não em um Deus decididor dos nossos destinos. Acredito no Deus que nos sopra a vida e que nos garante, desde os inícios, a inteligência e a liberdade.

Somos seres capazes da escolha. E, para a escolha, a inteligência. Então, por quê? É a pergunta que faço com alguma frequência diante da frequência de escolhas erradas que nós, humanos, fazemos.

E a inteligência? A palavra inteligência vem de dois vocábulos "inter", de entre; e, "legere", de escolher. A inteligência é, então, escolher entre.

O tempo todo, o todo do mundo escolhe entre uma coisa e outra. Por que alguém escolhe a guerra podendo escolher a paz?
Por que alguém escolhe a perversidade podendo escolher a bondade? Por que alguém escolhe espalhar dizeres que doem podendo escolher o silêncio?

Eu estava em um aeroporto chegando a um outro país. E alguns homens abordaram uma mulher que estava com sua filha com deficiência. Porque ela fazia barulho. A abordagem foi tão dolorosa que nem o pranto da mãe amoleceu a rudeza dos homens do poder. Quem deu poder a eles? Um homem ainda mais rude que destila ódios e que faz um barulho ensurdecedor na humanidade. E quem deu poder a esse homem? Muitos homens e muitas mulheres com informações erradas que levaram a escolhas erradas. E a inteligência? E o escolher entre?

Alguns jovens esperam um outro jovem na saída da escola. O jovem que estava sendo esperado sofria por não se sentir fazendo parte da parte que conhece do mundo. O que esses jovens farão com ele? Em que prateleiras deixaram guardados sentimentos essenciais, na arte da escolha, no uso da inteligência, como o respeito, a compreensão, a compaixão?

Em uma casa, em tantas casas, adultos violentam crianças, por quê, meu Deus? Se o sopro criador da vida sopra também o amor, onde foi que a liberdade nos levou a esquecer o de onde viemos e o para onde vamos? Chamamos isso de liberdade ou de sua ausência?

Os homens e suas ausências. A ausência do cuidado faz com que cotidianamente causemos dor uns nos outros. Um grupo de trabalhadores trabalhavam felizes quando chegou alguém com poder. E a felicidade foi saindo timidamente, porque os gestos e as palavras desse alguém, com poder, desaprovam a felicidade de seus comandados.

Quem são os comandantes dessa embarcação incauta que se tornou a mente humana? Quem nos deposita desde os inícios os comandos que nos comandarão?

Por que nos tornamos tão competitivos, tão sequiosos do ter, tão necessários do dizer que vencemos?

Ouço vozes que se unem a vozes que não nos identificam. Vozes que diminuem uma parte da humanidade da qual fazemos parte como se essa parte não fosse parte também? Vozes e atitudes inumanas desumanizam a humanidade inteira.

Um grupo conversava sobre a morte aos diferentes. Desacreditei. Interveio o meu dizer sem saber se tive ou não o poder do convencimento ou do despertar o pensar.
A escolha é filha do pensar. Sem o pensar, a escolha é eco de outras escolhas ou de suas ausências.

Uma mulher agride em um lugar do alimentar um outro que ela decide infamiliar, porque diferente dela. Do que alimentamos a alma para, ao escolher entre o conhecer e o julgar, escolhermos errado?

Uma criança pede ao pai que trate com mais educação um garçom que fazia o seu trabalho. Olho para a criança e agradeço e lembro de uma canção que diz de um mundo que vê uma flor brotar de um impossível chão.

Por quê, meu Deus?

Eu insisto na pergunta e prosseguirei insistindo. E poderia dar tantos outros assombros de ações inumanas. Um cão esfaqueado por disputas em redes insociáveis. Uns fazendo e outros oferecendo dinheiro para requintes da crueldade. O que pensaria o cão se pensasse como pensam os humanos ao desacreditar de atitudes tão inumanas?
Mas a criança chorou ao ouvir a notícia e abraçou o seu cão, recolhido das ruas, depois do abandono. É a flor brotando em outro chão.

É isso, meu Deus?

É entendermos os desentendimentos e prosseguirmos semeando? Um dia, o dia amanhecerá com música? Ou talvez já amanheça. Um dia, o dia amanhecerá com música e nós com a sensibilidade necessária para o ouvir?

Ouvir a delicadeza da flor brotando do impossível chão.

Ouvir uma oração sincera pedindo a Deus o dom da não desistência.

Publicado em O Dia, em 29 06 2025

*Gabriel Chalita é acadêmico da Academia Paulista de Letras 


Análise: "IOF caiu. E agora?" - Artigo de Ney Lopes, escritor, jornalista, ex-deputado federal


Análise: "IOF caiu. E agora?"

Ney Lopes*

28 Jun 2025

Instala-se em Brasília sério confronto entre Governo e Congresso.

Motivo: desde 1992, um decreto presidencial não era barrado pelos parlamentares.

O Congresso votou com o mercado e decertou a queda do decreto que aumentou o IOF.

Ficaram em aberto os R$ 20,5 bilhões necessários para cumprir a meta fiscal do orçamento de 2025.

Isso porque, o governo já bloqueou R$ 31,3 bilhões em despesas deste ano.

E agora José?

Como “tapar o buraco”, que existe, é real.

O principal é dizer aquilo, que se teme dizer.

O “gargalo” da dívida pública brasileira é a falta de critérios na concessão de incentivos fiscais, isenções, créditos privilegiados etc.

Ao contrário de abrir essas “caixas pretas”, a causa divulgada é sempre culpar a remuneração do serviço público, a previdência social dos desfavorecidos e programas sociais, que têm distorções a serem corrigidas, porém não são a causa principal.

Falta espaço para expor tudo.

Todavia, “pasmem! ”.

Os bancos têm direito a subsídios creditícios. Usados sabe para que? Para facilitar o crédito.

Ora, o crédito é concedido, não facilitado.

Ato na Paulista: o Brasil ‘não aguenta mais o PT’


Ato na Paulista

Tarcísio critica gastança de Lula e diz que o Brasil ‘não aguenta mais o PT’

Governador de São Paulo também criticou a política econômica do governo federal


Flávio Bolsonaro (E), Jair Bolsonaro (C) e Tarcísio de Freitas (E). (Foto: Reprodução/@flaviobolsonaro)

Rodrigo Vilela - Diário do Poder

Durante discurso na manifestação deste domingo (29) na Avenida Paulista (SP), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) subiu o tom fez duras críticas ao governo do presidente Lula (PT).

“O Brasil não aguenta mais a desfaçatez, o gasto desenfreado. O Brasil não aguenta mais a política dos campeões nacionais, não aguenta mais a corrupção, não aguenta mais um governo gastador, os juros altos. Quem paga essa conta são vocês. “, afirmou o governador.

Tarcísio também criticou a política econômica do governo federal, que recorre ao aumento de impostos sem promover corte de gastos.

“O Brasil não aguenta mais aumento de impostos, não aguenta mais o PT”, disse.


Assunto importante: ONU reforça urgência de recursos para o desenvolvimento

 

Em meio à crise, ONU reforça urgência de recursos para o desenvolvimento


Entre Amigos Association / Poligono Sur, em Sevilha, é um dos bairros mais pobres da Espanha

30 Junho 2025 - ODS

"Conferência Internacional reúne dezenas de chefes de Estado e governo para resolver déficit de US$ 4 trilhões anuais que pagariam por serviços de saúde, educação, infraestrutura e outras frentes da Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável."


Começa nesta segunda-feira, em Sevilha, na Espanha, a 4ª. Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento.

As Nações Unidas informaram que pelo menos 70 chefes de Estado e governo devem participar do evento, que terá mais 300 reuniões paralelas.

Oportunidade de uma década

Atualmente, existe um déficit de US$ 4 trilhões para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS. Uma situação que ameaça a luta contra a pobreza, a mudança climática, fome, desigualdade e a proteção do planeta, entre outros pontos.

A reunião é vista pela ONU como uma “oportunidade de toda uma década” para reestruturar o sistema de financiamento na direção da Agenda 2030.

A chefe da Divisão de Engajamento Estratégico no Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Desa, falou do retorno de dinheiro investido em desenvolvimento.

Mariangela Parra Lancourt lembra que para cada dólar americano investido em educação de meninas, existe um retorno de US$ 3 para a economia desses países. Cada dólar aplicado em água e saneamento gera um benefício quatro vezes maior em custo de saúde. E um dólar investido para reduzir acidentes naturais retorna 15 dólares na reparação de pós-desastre.

Suporte financeiro e técnico

Para criar as condições que pagam pelo desenvolvimento, os países precisam rever a arquitetura financeira internacional com base em impostos, subsídios, comércio e políticas financeiras e monetárias.

Bancos multilaterais de desenvolvimento fornecem suporte financeiro e técnico a países em desenvolvimento. Revisões de políticas fiscais e de comércio nacionais e internacionais também ajudam a catapultar economias em desenvolvimento.

Um outro aspecto é a Assistência Oficial ao Desenvolvimento, ODA na sigla em inglês, que cria um canal no qual ajuda de países desenvolvidos correm diretamente às nações em desenvolvimento.

Mais 600 milhões na pobreza?

O corte de verbas está afetando milhões de pessoas carentes que acabam por pagar o preço. Sem financiamento, mais 600 milhões de pessoas serão lançadas na pobreza abjeta até 2030 e os ODS poderão ter que esperar até 2050 para serem alcançados.  

O secretário-geral, que está em Sevilha, afirmou que serão necessárias "grandes ideias" e "reformas ambiciosas" para retomar o caminho da erradicação da pobreza, da fome e da desigualdade.

António Guterres reiterou seu apelo por reforma do sistema financeiro que descreve como  “anacrônico, disfuncional e injusto.”

Compromisso de Sevilha

Poucas semanas antes do evento, os países-membros da ON aprovaram, em Nova Iorque, o declaração final da Conferência conhecida como “Compromisso de Sevilha”, um pacote de reformas e ações para eliminar o déficit de US$ 4 trilhões.

Os Estados Unidos se retiraram do processo e da conferência alegando que o documento mina a soberania dos Estados e contradiz os interesses fiscais do governo americano.

Uma das preocupações da comunidade internacional é a dívida pública. Atualmente, 3,3 bilhões de pessoas vivem em países que gastam mais com o pagamento da dívida do que com saúde ou educação.

Com barreiras comerciais aumentando e a assistência ao desenvolvimento caindo, a abordagem de financiamento precisa mudar. E a Conferência em Sevilha quer combater os desafios na raiz.


sexta-feira, 27 de junho de 2025

ATOS DOS APÓSTOLOS, 15 - A controvérsia sobre a circuncisão de gentios

 


ATOS DOS APÓSTOLOS, 15

A controvérsia sobre a circuncisão de gentios

¹ Alguns indivíduos que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos.

² Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena discussão com eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão.

³ Enviados, pois, e até certo ponto acompanhados pela igreja, atravessaram as províncias da Fenícia e Samaria e, narrando a conversão dos gentios, causaram grande alegria a todos os irmãos.

⁴ Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem-recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus fizera com eles.

⁵ Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés.

A reunião dos apóstolos e presbíteros em Jerusalém

⁶ Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão.

⁷ Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem.

⁸ Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera.

⁹ E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração.

¹⁰ Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?

¹¹ Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.

O SEGUNDO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO ÊXODO, 11 - Deus anuncia a décima praga



O SEGUNDO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO ÊXODO, 11

Deus anuncia a décima praga

¹ Disse o Senhor a Moisés: Ainda mais uma praga trarei sobre Faraó e sobre o Egito. Então, vos deixará ir daqui; quando vos deixar, é certo que vos expulsará totalmente.

² Fala, agora, aos ouvidos do povo que todo homem peça ao seu vizinho, e toda mulher, à sua vizinha objetos de prata e de ouro.

³ E o Senhor fez que o seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios; também o homem Moisés era mui famoso na terra do Egito, aos olhos dos oficiais de Faraó e aos olhos do povo.

⁴ Moisés disse: Assim diz o Senhor: Cerca da meia-noite passarei pelo meio do Egito.

⁵ E todo primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta no seu trono, até ao primogênito da serva que está junto à mó, e todo primogênito dos animais.

⁶ Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve, nem haverá jamais;

⁷ porém contra nenhum dos filhos de Israel, desde os homens até aos animais, nem ainda um cão rosnará, para que saibais que o Senhor fez distinção entre os egípcios e os israelitas.

⁸ Então, todos estes teus oficiais descerão a mim e se inclinarão perante mim, dizendo: Sai tu e todo o povo que te segue. E, depois disto, sairei. E, ardendo em ira, se retirou da presença de Faraó.

⁹ Então, disse o Senhor a Moisés: Faraó não vos ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito.

¹⁰ Moisés e Arão fizeram todas essas maravilhas perante Faraó; mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, que não permitiu saíssem da sua terra os filhos de Israel.


Onde o Brasil chora e o STF não vê - Por Simplício Araújo



Onde o Brasil chora e o STF não vê


Por Simplício Araújo

Uma epidemia silenciosa e altamente destrutiva tomou conta de boa parte dos lares maranhenses e brasileiros — e poucos estão percebendo. Somente quando um parente perde o salário, abandona o trabalho, entra em depressão ou tenta o suicídio, é que a família acorda. Mas, às vezes, já é tarde demais.

É a jogatina digital — legalizada e incentivada — que está devastando silenciosamente a vida de milhões de brasileiros, especialmente nos estados mais pobres, como o Maranhão. Um estado onde já faltam empregos, assistência, escolas e políticas públicas, agora vê crescer um novo inimigo: o vício em apostas online.

Esses jogos, que começaram tímidos com esportes e cassinos virtuais, hoje são empurrados goela abaixo da população por meio de mensagens SMS, WhatsApp, vídeos no YouTube, anúncios em redes sociais e influenciadores pagos. Não há mais escapatória: estão em todos os cantos. E o que antes era passatempo de poucos, hoje virou vício de massa, atingindo trabalhadores, donas de casa, jovens estudantes(em escolas publicas e privadas) e até idosos.

Muitos acham que estão só “tentando a sorte”. Mas o que está por trás são algoritmos poderosos, programados para extrair ao máximo o dinheiro do usuário — seja ele pobre ou rico. Esses sistemas foram criados para garantir lucro total para as chamadas “bancas digitais”, muitas delas com sede em paraísos fiscais, intocáveis para a Justiça brasileira.

Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os estados e a iniciativa privada poderiam explorar serviços lotéricos, quebrando o monopólio da União (ADI 4986). Em dezembro de 2023, o Congresso Nacional aprovou a Lei 14.790, sancionada pelo Governo Federal, regulamentando as chamadas apostas de quota fixa — aquelas feitas em eventos esportivos reais ou virtuais, com odds predeterminadas. A nova lei criou o ambiente perfeito para a explosão das “bets” no Brasil.

Na prática, o Brasil legalizou um novo sistema de vício digital em escala nacional, com potencial de devastação comparável ao álcool e às drogas. Só em 2023, segundo o Instituto Brasileiro Jogo Legal, as casas de apostas movimentaram mais de R$ 120 bilhões no país. E esse valor cresce mês a mês.

No Maranhão, onde mais de 60% da população está em situação de vulnerabilidade social, o efeito é devastador. Pessoas que vivem de auxílio emergencial, do Bolsa Família ou de salários mínimos estão gastando tudo em promessas ilusórias de enriquecimento rápido.

E o impacto vai além do bolso: crescem os casos de ansiedade, depressão, abandono escolar e violência doméstica ligados diretamente ao vício em apostas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classificou esse comportamento como transtorno mental relacionado a jogos eletrônicos, e especialistas brasileiros alertam que não há estrutura pública hoje para tratar a crescente demanda de dependentes digitais.

Enquanto isso, o Congresso faz de conta que não vê. A maioria dos parlamentares prefere manter o lucro das plataformas — que financiam shows, campeonatos e influencers — a encarar o problema de frente. E o STF, que censura redes sociais em nome da “saúde democrática”, ignora o verdadeiro colapso familiar promovido pelas plataformas de jogos online.

Pior: parte da grande mídia, cooptada pelos anúncios milionários das “bets”, também prefere o silêncio. Os únicos que falam são as famílias devastadas — e mesmo assim, quando já perderam tudo.

Enquanto o Brasil legaliza vícios, famílias maranhenses afundam no desespero. Legalizamos a destruição disfarçada de entretenimento. A tecnologia, quando usada sem responsabilidade, se torna veneno. E a jogatina digital é hoje o veneno mais lucrativo e mais letal no cotidiano da nossa gente.


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