José Reis Chaves
Há séculos, que a reencarnação, adotada no cristianismo
até o Concílio Ecumênico de Constantinopla em 553, vem sendo atacada por grande
parte dos líderes religiosos cristãos, que não querem perder privilégios que a
reencarnação lhes tira. Mas aos poucos, ela vem renascendo em um ritmo tão
rápido entre os cristãos que, ultimamente, ela tem deixado desconsertados os
líderes religiosos contrários a ela, o que os tem feito evitar tocar nesse
assunto, publicamente, com seus fiéis.
Para muitos desses líderes religiosos, sua ojeriza contra
a reencarnação é porque ela prejudica seus interesses materiais. É que, entre
outras coisas, eles querem que a nossa salvação passe por eles (pedágio?), e a
doutrina das vidas sucessivas dá a impressão de que seus poderes, pelo menos
parcialmente, seriam desvalorizados. Mas não é bem assim! As reencarnações são
justamente o tempo necessário para nós evoluirmos o bastante para que possamos
passar pela porta estreita, que é, segundo o maior sábio que já esteve neste
nosso mundo, o símbolo da salvação!
No Brasil, o país mais católico e mais espírita do mundo,
na década de 1940, segundo as estatísticas, apenas 2% da população aceitavam a
reencarnação. Hoje, o número dos que creem nela chega a cerca de 90%,
independente de religião, com uma grande concentração entre os adeptos do
espiritismo, da umbanda, do candomblé, da quimbanda, dos índios e até dos que
são sem religião, ou seja, de todos que creem em Deus e no espírito humano
imortal. Aliás, muitos dos sem religião não são ateus, justamente porque
descobriram a verdade da reencarnação através dos vários segmentos científicos
não materialistas. E é surpreendente que, até entre os nossos irmãos
evangélicos, que são mais conservadores, a crença na reencarnação tem crescido
bem. Daí que muitos pastores combatem-na, ferozmente, o que acontece,
principalmente, porque muitos deles têm medo de que seus fiéis se tornem
espíritas, provocando queda nos dízimos que eles recebem! E muitos padres e
pastores creem na reencarnação, porém, não falam nisso, publicamente, mas
apenas reservadamente! Mas disse o Maior dos Mestres: “Nada ficará oculto”
(Marcos 4: 22), o que quer dizer que, por mais que se queira esconder a
verdade, um dia, ela chega para todos. De fato, não se consegue omitir a
verdade para sempre. Como se diz, não adianta querer tapar o sol com a peneira!
Depois da crença em Deus, a imortalidade do espírito e as
suas consequentes e naturais reencarnações indispensáveis à continuação da
caminhada evolutiva dele, a crença na reencarnação é a maior e mais antiga
entre todos os povos. É o que constatou a Universidade de Oxford (Inglaterra)
que criou uma equipe, a pedido da Igreja Protestante Anglicana, para pesquisar
o fenômeno da reencarnação em 212 países, cujo resultado foi que cerca de três
quartos da população do nosso planeta creem nas vidas sucessivas,
independentemente de religião. E o homem de Neandertal, de cerca de 200 mil
anos, já sepultava seus mortos em posição de feto no ventre materno, como
símbolo da sua crença de que os espíritos deles renasceriam para uma nova vida
entre eles. É, pois, lamentável que teólogos tentaram e ainda tentam tirar da
cabeça dos cristãos a crença na reencarnação, tão antiga quanto a humanidade,
crença essa que, inclusive, é também bíblica e defendida por vários segmentos
científicos!
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