RIO - A gestão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB),
divulgou nota nesta segunda-feira, 12, que diz que ele foi vítima de
"intolerância religiosa" na Sapucaí. Foi uma resposta à crítica da
Mangueira à prefeitura em seu desfile, domingo. Crivella foi representado como
um boneco de Judas, traidor do carnaval, enforcado. A escola fez uma defesa da
folia, contra o corte de verbas às escolas e outras manifestações culturais
populares. Crivella virou Judas porque teve apoio dos dirigentes em sua
campanha eleitoral e depois reduziu os recursos.
O samba da Verde e Rosa fazia menção à religião dele - o prefeito é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, que condena a festa: "Pecado é não brincar o carnaval".
A íntegra da nota, da Riotur, é:
"É lamentável que uma escola, que sempre defendeu a
tolerância e o respeito, venha utilizar o momento sagrado do seu desfile para
praticar um ato de intolerância religiosa como o que vimos neste domingo.
A agremiação está no seu direito de não gostar da decisão
do Prefeito de destinar parte dos recursos para as creches conveniadas, mas daí
a atacar a fé do Prefeito e colocar sua imagem pendurada pelo pescoço com uma
corda é algo que deve ser repudiado.
A Riotur informa que neste ano foram aportados 19,5 milhões
de reais às escolas de samba. Isso significa que a redução da arrecadação por
parte das escolas foi de 20% em relação ao ano anterior, que foi de 24 milhões
de reais. Vale ressaltar que a tão falada redução aconteceu dentro de um
cenário de crise excessiva, de retração econômica e um déficit de quatro
bilhões de reais nos cofres da prefeitura."
Crivella saiu do Rio no carnaval. Ele foi para a Europa
numa viagem de trabalho voltada à área de segurança (que é atribuição estadual;
e não municipal). Na sexta-feira, participou da abertura oficial do carnaval.
Na ocasião, disse que se trata "apenas de uma festa", e que o Rio tem
outras prioridades, mas discursou elogiando os artistas do carnaval.
Antes de embarcar, compartilhou nas redes sociais: "O
alarde foi grande, previsões pessimistas traçaram um cenário de terra arrasada,
mas o tempo veio mostrar que as medidas adotadas eram acertadas, e os
resultados agora aparecem. O carnaval receberá este ano investimentos de quase
R$ 80 milhões. Apenas os recursos levantados junto à iniciativa privada somam
R$ 38,5 milhões, o maior valor já captado e mais do que o dobro obtido em 2017,
quando se arrecadou R$ 15 milhões".
Afirmou ainda que "cumpriu sua parte, com a
organização e o cuidado necessário a um evento que expressa a alegria e a
criatividade do carioca". "As acusações de que patrulhamento
religioso ameaçariam o carnaval mostraram-se infundadas e revelaram o
preconceito de quem acusava", continuou.
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