quinta-feira, 28 de março de 2013

Lixão e perigo no ar



O lixo, principalmente nos grandes centros urbanos, é um desafio para os nossos governantes, envolvendo mais diretamente a administração municipal.
A decisão do Ministério Público Federal, no Maranhão, em ingressar com uma ação civil pública contra o município de São Luís para reduzir o risco de acidentes aéreos ocasionados por colisão entre aviões e as aves, é uma medida correta. Segundo uma notícia divulgada hoje pelo Portal UOL, com dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em 2012, São Luís registrou 16 casos de colisões com aves, o que representa 1% do total ocorrido no país no ano passado. No todo foram 1.668 ocorrências.
Na ação do MPF, o órgão alega que a Infraero identificou "pontos atrativos de aves", especialmente urubus, na área de segurança aeroportuária. No entorno do aeroporto, há depósitos irregulares de lixo, granjas e matadouros.
No entorno do aeroporto de São Luís, antigamente chamado de aeroporto do Tirirical - hoje Hugo da Cunha Machado -, está o Aterro da Ribeira que recebe todo o lixo de São Luís e demais cidades da Ilha - Região Metropolitana. Esse aterro só é aterro no nome. Na realidade é um lixão a céu aberto... Um grande lixão!... Antes, um outro lixão funcionava quase às margens do Rio Anil, no centro da cidade. Era o lixão do Jaracati..., que recebia todo o lixo de São Luís. Não sei se alguém ainda lembra como era. Talvez somente esteja na lembrança de alguns ambientalistas... Os políticos - com certeza - esqueceram. Já escrevi muito sobre os dois lixões: o Jaracati e o da Ribeira. O primeiro não existe mais. O local é hoje uma área urbanizada, uma região nobre da cidade.
O aterro da Ribeira é o único local que recebe todo o lixo produzido em São Luís e das demais cidades dos municípios que se localizam da Ilha. É muito lixo para um local só. Isso aumenta a população e concentração de urubus, além de causar a poluição do solo, da água e do ar. Hoje, somente a cidade de São Luis produz aproximadamente 1.600 toneladas lixo/dia ou mais um pouco (em 2008 era de 1.300 toneladas/dia).  Todo esse lixo (repito, só de São Luís) é colocado diariamente na Ribeira... Como estou ausente por aproximadamente cinco anos da cidade, faltam-me mais informações. Todavia, vou continuar escrevendo sobre esse tema.
Para melhor informar e lembra, repasso ao leitor uma matéria publicada no Jornal Pequeno do dia 4 de junho de 2008 que aborda a posição do Dr. João Tinoco Neto, PhD em Engenharia Sanitária e Ambiental, sobre o Aterro da Ribeira, com manchete e tudo mais que o leitor tem direito... Eis a matéria... É só clicar no leia mais:

Engenheiro sanitário critica o mau uso do Aterro da Ribeira

Dr.João Tinoco
O aterramento efetivo do lixo do Aterro da Ribeira (que é aterro só no nome) é a solução mais viável para o problema dos resíduos acumulados em São Luís. Essa é a opinião do professor João Tinoco Pereira Neto, PhD em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade de Leeds, na Inglaterra. Para Pereira Neto, em cinco anos uma área de 3,16 hectares permite enterrar um volume de 42.147 metros cúbicos de lixo. A incineração custaria caro e exigiria mão-de-obra especializada. Quanto à compostagem, segundo o engenheiro sanitário, ela só resolveria o problema da matéria orgânica.
João Tinoco Pereira Neto esteve ontem em São Luís participando do Fórum de Debates sobre Reciclagem de Resíduos, promovido pelo Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão (ICE-MA). O tema do Fórum – que aconteceu na Faculdade São Luís – foi “Reciclagem de Resíduos: articulação setorial para educação ambiental e geração de trabalho e renda”, e tinha como objetivo refletir sobre a destinação e as alternativas para os resíduos sólidos recicláveis em São Luís.
“Esta reflexão é importante porque contribui para diminuir a poluição do solo, da água e do ar; melhorar a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população; além de prolongar a vida útil de aterros sanitários”, disse o professor.
Ele também lembrou que a reciclagem dos resíduos gera empregos para a população não qualificada, sem falar na geração de receita com a comercialização dos recicláveis, estimulando a concorrência, uma vez que produtos resultantes dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles produzidos a partir de matérias-primas virgens.
Ao ser informado de que a Prefeitura de São Luís coleta 1.300 toneladas de lixo diariamente e que deposita tudo unicamente no Aterro da Ribeira, Pereira Neto afirmou que “isso é inadmissível”. No entender do engenheiro sanitário, “ao mesmo tempo em que os aterros são as soluções mais baratas e viáveis para este tipo de problema, não se pode despejar tanto lixo, todos os dias, num só lugar”.
Construção civil – Outro ponto importante levantado pelo professor foi em relação aos resíduos sólidos provenientes da construção civil, que totalizam mais de 40% dos resíduos produzidos em São Luís.
De acordo com Pereira Neto, a solução desse problema é tão simples quanto barata. “Basta implantar usinas com trituradores e peneiras, separar por granulagem o material resultante da trituração e devolver os resíduos reciclados para a construção civil. Além de ser uma solução para os resíduos da construção civil, a trituração criaria uma fonte de renda para muitas pessoas”.

 

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