segunda-feira, 8 de abril de 2013

Artigo de Jader Barbalho

 
O futuro com espadarte
 
Jader Barbalho (*)
 
 
Senador Jader Barbalho
 
Há muita confusão feita pela mídia, proposital ou por ignorância, sobre o trabalho de um homem público, eleito pelo voto popular. Na Câmara Federal, por exemplo, os deputados representam o povo brasileiro, e é por isso que existe diferença entre o número de deputados de cada Estado, porque o cálculo é feito com base na proporção populacional. São Paulo tem maior número de deputados que Rondônia. Já os senadores representam as unidades da federação, os estados. Então, todos os estados possuem número igual de senadores, ou seja: três, para que os interesses dos estados possam ser defendidos de forma igual. Da minha parte, como senador, tenho me empenhado muito na luta para trazer o desenvolvimento ao Pará, seja na busca de recursos, seja pela inclusão do nosso estado nos grandes projetos do país. Não me sobra tempo para ficar no blá-blá-blá, ou me exibir para as câmeras de tevê. Recebo diariamente lideranças, autoridades, intelectuais que, iguais a mim, têm muita preocupação com o futuro que queremos deixar para as novas gerações de paraenses.
O Pará tem muitas carências. Tem riquezas demais e me consome ver o nosso povo ser esquecido, deixado de lado tantas vezes, há tanto tempo. A nossa infraestrutura é precária, principalmente nos transportes, e a minha maior preocupação como senador, hoje, é a batalha para ver se o Pará entra de vez na lista de prioridades do governo federal. Não é possível que, com o volume de água que possuímos, não tenhamos hidrovias suficientes. O mesmo acontece com os portos. Essa semana descobri que a Medida Provisória mais importante que está no Congresso, a MP dos Portos, que vai regular as operações nos portos do Brasil, não se preocupou com os estudos e investimentos no Porto de Espadarte, em Curuçá. Meu Deus! Todo mundo sabe que o Porto do Espadarte pode vir a ser um dos melhores do mundo, por causa da sua profundidade, do seu calado. Também encurtaria distância e traria economia nos gastos com o escoamento da nossa produção mineral que hoje tem que ir até o Maranhão. O Porto do Espadarte, que o governo federal não contemplou com os recursos já anunciados, traria muita riqueza não só para o Pará, mas para o Brasil inteiro, haja vista os congestionamentos gigantescos de carretas que a região Centro-Oeste enfrenta para escoar sua produção por São Paulo e Paraná. Há também interesse internacional de que o Brasil resolva seus problemas em cumprir prazos de entrega de mercadoria. Então, meu trabalho é correr atrás, pesquisar, conversar com autoridades no assunto, me inteirar dos porquês de o meu querido Pará não estar na cabeça da fila. Essa semana enviei correspondência ao novo ministro dos Transportes, César Borges, sobre a importância de Espadarte para a integração, a logística e a infraestrutura brasileira nas relações comerciais nacionais e internacionais. Coloco os interesses do Pará acima de qualquer outro, seja político, partidário ou até mesmo de amizades.
A construção do Porto de Espadarte é um projeto fantástico. Imagine Curuçá como uma cidade portuária, com todas as repercussões positivas de desenvolvimento que isso vai implicar na região Nordeste do Pará e até em Belém! Curuçá terá o melhor porto do Brasil e um dos melhores do mundo. Tudo pode mudar. E o custo Brasil vai cair, porque Espadarte está próximo dos maiores mercados consumidores – Europa e América. É a logística que encarece a mercadoria brasileira. O tempo de espera para embarque e desembarque é enorme. Fortunas são desperdiçadas. Não tem como o Brasil pensar numa solução de curto prazo para melhorar sua logística de transporte sem pensar em Espadarte!
Eu aproveito a minha experiência, meu conhecimento para trabalhar na solução dos nossos problemas, conclamar estudantes, empresários, governo do estado, prefeituras, universidades e a população do meu estado para construir hoje o futuro que nós desejamos. Não podemos ver o bonde da história passar e não fazer nada.
(*) Senador pelo PMDB do Pará e presidente do diretório estadual

 

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