sábado, 6 de abril de 2013

O PAPEL MILENAR DA UMBANDA SAGRADA

Reflexão baseada nos estudos da cabocla Ita na T.U.LO.

Por Alanna Souto


Historiadora Alanna Souto
 
Primeiramente vamos relembrar da sua fundação terrena, oficialmente, fundada em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes em Niterói - RJ, um rapaz de 17 anos na época, que anunciou a religião por meio do caboclo sete encruzilhadas em plena sessão de trabalho numa casa espírita, o que já demonstra o aspecto revolucionário da religião, primeiro por ter escolhido um cavalo ‘ adolescente’ na época, digo no corpo físico , pois carregava dentro de si a sabedoria de um ancião, segundo pela coragem e firmeza em se confrontar com valores kardecistas e suas limitações para com o mundo espiritual e por fim por ter “escolhido” o Brasil,um pais ‘subdesenvolvido’ dentro da ordem mundial ilusória que vivemos, como berço da religião.Ou seja, rompendo padrões e paradigmas.E assim a umbanda se espalhou no país, de Norte a Sul.
A história não para por aí. Mãe Ita, num de nossos estudos as terças-feiras, nos faz o seguinte questionamento, seria o “novo, velho”?
Afinal, são apenas 104 anos de Umbanda no mundo terreno. O que há de tão velho nessa religião tão nova na ‘terra’?
Bom para responder a pergunta, mãe Ita nos transporta há milênios atrás para além de nossas memórias acostumadas em registros, livros, documentos, vestígios em solo, presos em ‘provas materiais’. O que é um desafio a mim, enquanto historiadora, viciada em fontes, enfim.Aos poucos estou conseguindo me libertar dessas amarras...o certo que fomos ‘levados’ a tempos aos quais apenas podem ser acessados quando em contato com os registros Akáshicos, obviamente com ajuda de um mestre.

Mas antes de fazermos essa viagem no tempo devemos compreender que o planeta Terra, nada mais é que uma escola e que muitas raças se desenvolveram, cumpriram seu plano divino,posteriormente ascenderem para novos desafios e ares que ultrapassam nosso parco entendimento sobre essas raças raízes. O que devemos ter em mente é que nossa raça adâmica [aquela simbolizada na pessoa de ‘adão’] caiu. Isso é um fato registrado por todos os livros sagrados que se tem conhecimento, a lembrar da Bíblia, alcorão dos mulçumanos, a Torá dos judeus e assim por diante.
E mais uma vez perguntamos, por que houve essa queda?
E mais uma vez, mãe Ita, nos responde...e nos diz que vivemos num mundo de ilusões, tudo que enxergamos, tocamos e sentimos não passa de uma falsa construção. Na verdade vivemos numa “caixinha” e essa “caixinha” nada mais é que uma cópia distorcida do “mundo real”, uma espécie de holograma ao contrário, de baixa densidade, o qual fomos despejados em função de nossa queda. Assim o sol, a lua, as estrelas e tudo aquilo que visualizamos do “universo”, é falso... Dessa forma esse “cosmo” que enxergamos foi construído para dar conta de nós, numa espécie de adaptação de nosso estado de queda e caos, finito e ilusório.
É importante dizer que já vivemos em dias melhores, a nossa raça já foi livre e perfeita, tínhamos livre acesso ao que guias de nossa umbanda chamam por ‘reinos’, que seria o 'mundo real', aquilo que está por trás dos portais, para além da caixinha...
É fato bem provável que após sermos 'expulsos do paraíso' tenhamos saído da realidade para o estado ilusão, MAIA. De qualquer forma os motivos da nossa queda são inúmeros e, portanto, insondáveis para o nosso entendimento, o que não deixa de perpassar a maré dos equívocos pautada no egoísmo, vaidade, cobiça, etc.
Mas enfim. A questão é: como é que se faz o caminha de volta, do retorno?
O caminho de volta dependerá da busca, da conquista solitária de cada um de nós, obviamente iremos precisar de uma mão amparadora que nos levante e nos guie de volta. E é nesse sentido que as religiões aparecem como grande ‘encaminhadoras’ dessa missão....Contudo, mesmo diante de tantas crenças e religiões a humanidade até então ainda não conseguiu se libertar de suas amarras e do véu da ilusão.O que é um reflexo da própria limitação da percepção humana, como bem disse mãe Ita, o ser humano para mudar uma ideia pode levar até anos,séculos...a lembrar de tantos preconceitos, discriminação ao próximo, ao semelhante, que existem mesmo nos dias hoje, a exemplo: ao pobre, ao negro, ao indígena, velho... ‘minorias sexuais’ e até mesmo de uma condição religiosa fora do convencional, a exemplo de nós umbandista. Como diz o mestre Tupinambá, o problema do ser humano: ‘é a teima’.
Essa mesma ‘teima’ fez com que um povo sábio ou parte desse povo, conhecido por alguns e muito batido por filósofos, como Plantão, os atlantianos, originário de uma terra chamada Atlântida, 'caíssem', ocasionando o desaparecimento desse território, enterrando com ela toda sabedoria, liberdade espiritual, poderes extrassensoriais e ciência a qual a humanidade não conseguiu conquistar.
Refletir mesmo que rapidamente sobre a sabedoria de Atlântida é fundamental para entendermos o 'caminho de volta' e da libertação da 'caixinha', bem como para compreendermos até mesmo o papel da umbanda para humanidade.
Atlântida teria sido erguida pelo 'governo oculto do mundo', com os que já se encontravam em uma situação mais favorável e menos densa com objetivo de ajudar as raças dos caídos na travessia dos portais.
Segundo, sempre nos informa mãe Ita, Atlântida, de fato, existiu, portanto, não foi nenhum surto filosófico de Plantão e essa tinha sim a tarefa genuína de compartilhar a sua sabedoria com o restante do planeta, contudo, mais uma vez contaminados pela ambição e egoísmo parte desse povo, os quais se configuraram como magos negros, não quiseram partilhar dessa sabedoria ou mesmo se misturar fisiologicamente por meio do cruzamento de raças com outras civilizações mais desfavorecidas do planeta, o que gerou uma guerra com os magos brancos que estavam dispostos a cumprir os desígnios divinos, levando ao tombamento da velha Atlântida.
O ocorreu assim uma grande migração de parte desse povo atlantiano para diversas partes do planeta, além de muitos desses atlantianos os quais se recusaram a levar o conhecimento divino ao resto da humanidade, reencarnaram nas ditas ‘civilizações antigas’ que conhecemos hoje, egípcia, grega, celta...Nas Américas, os índios, principalmente os do Norte e aqui no Sul da América as grandes e antigas nações de atlantianos muito antes dos chineses chegarem e se misturarem com os nativos.Na China e na India por meio do confucionismo...E também incorporaram na tão admirada civilização timbetana que tão bem soube cultivar, resgatar e guardar os 'saberes' atlantianos de suas vidas passadas, guardaram até demais...caindo no mesmo erro do povo originário, obviamente em proporções menores.
Toda essa trajetória refletindo sobre nossa raça caída, a caixinha ilusória em que vivemos,por fim sobre a importância e existência do povo atlantiano é justamente para demonstrar o quão antiga é a origem de nossa umbanda sagrada.
Daí o porquê da pergunta inicial seria o ‘novo - velho’?!
O governo oculto do mundo, juntamente com seu exército divino e seus co-criadores, os orixás, resolveu após milênios fundar a Lei Aumbadhã, outra vez e dessa feita, os remanescentes da velha Atlântida renasceram em terras brasileiras. Chegou o momento de resgatar tudo aquilo que foi perdido, tendo o grande desafio de buscar e compartilhar os mistérios da magia, dessa vez sem amarras em livros, obras ou postulados. Renascida no Brasil resgataria sua dívida cármica, motivo de sua queda e viveria verdadeiramente, sua grande missão em se propagar num povo miscigenado, afinal, vivemos num pais conhecido pelo seu intenso processo de miscigenação: branco, negro e índio. Formando em sua tríade três arquétipos que transcende os rompantes culturais, mas que dão alento àqueles que por muito tempo em nosso país pós-colonial não tiveram voz e nem nome: O caboclo [da conjunção branco e índio], o Preto Velho simbolizando a raça negra escravizada, bem como a sabedoria anciã e por fim os Erês, representando uma fase da vida humana, a infância, por meio da representação das crianças e sua “inocência”. Além é claro, de forma, complementar a esse triângulo, mas não antagônica, os Exus.
E dessa forma a Umbanda chegou por essas bandas com a grande tarefa de libertar nossas mentes por meio do resgate do que foi perdido de nós e somente através da magia e do processo iniciativo, 'trabalho, cura e libertação', conseguiremos adentrar nos portais e assim romper com os véus da ilusão.Nesse sentido só iremos conseguir alcançar e construir um mundo verdadeiramente justo se começarmos a nossa transformação interna e externa, pois enquanto o homem não mudar a si mesmo, o caos e os aprisionamentos prevalecerá.Portanto, meus caros,a revolução é de dentro fora!...rumo a libertação.
 
Saravá!
Alanna Souto

 

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