Não pensem que estou querendo criar casos ou revoltado pela fato de não ter mais mandato parlamentar!... Ou que minha insatisfação é ser filiado a um partido que tem dono!... Nesse caso, não tem para onde correr: todo partido tem dono. Até a rede já nasceu como propriedade da Marina. O Lula, todos sabem, é o dono do PT... O PMDB é um clube de amigos: os donos!
O que me intriga é a ausência do debate nacional. A esquerda desapareceu! Aldo Rebelo virou Copa do Mundo!... Os esquerdistas querem apenas uma boquinha.
Sabem de uma coisa? O governo criou agora um Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente... Os esquerdistas já debateram isso? Sabem o que significa?
Enquanto o governo cria esse tal de Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente, os oposicionistas de esquerda não se organizaram para um amplo debate sobre o assunto. Alguns nem querem saber.
Sabem que entidade está nesta luta? É o CIMI (Conselho Indigenista Missionário).
Quem quiser saber tudo sobre o tema, inclusive - e principalmente - os esquerdistas, é só ler esta notícia da CNBB, com a Nota do CIMI, para entender os mistérios da coisa.. Como diria minha avó: "entender tudinho"... Leiam:
NOTÍCIA da CNBB e NOTA do CIMI
Este decreto regulamenta a atuação das Forças Armadas na proteção ambiental, com a criação da Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança. De caráter preventivo ou repressivo, este grupo tem em suas atribuições o “auxílio à realização de levantamentos e laudos técnicos sobre impactos ambientais negativos”. De acordo com o Cimi, isso na prática significa a criação de instrumento estatal para reprimir toda e qualquer ação de comunidades tradicionais, povos indígenas e outros segmentos populacionais que se posicionem contra empreendimentos que impactem seus territórios”.
A seguir, a íntegra da nota do Cimi:
Nota Pública – Governo federal monta
nova operação de guerra contra o povo Munduruku
nova operação de guerra contra o povo Munduruku
Brasília, 27 de março de 2013
Depois de sofrer ataque da Polícia Federal em novembro de 2012, durante a Operação Eldorado, que resultou no assassinato do indígena Adenilson Kirixi e na destruição da aldeia Teles Pires, o povo Munduruku, que vive na divisa do Pará com o Mato Grosso, está prestes a sofrer mais um violento ataque policial e militar. De acordo com informações de observadores locais, cerca de 250 homens fortemente armados estão posicionados em Itaituba (PA) para a realização da agora denominada Operação Tapajós.
Após receber sinal verde da presidenta Dilma Rousseff, um contingente com agentes da PF, Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e Força Aérea foi deslocado para as proximidades da Terra Indígena Munduruku com o objetivo de realizar - à força - o estudo integrado de impactos ambientais para a construção do chamado Complexo Hidrelétrico do Tapajós.
Há alguns anos o povo Munduruku vem se posicionando firmemente contra qualquer empreendimento envolvendo o referido Complexo Hidrelétrico em suas terras já demarcadas ou tradicionalmente ocupadas. Os procuradores da República que denunciaram à Justiça Federal de Santarém a flagrante ilegalidade da Operação Tapajós são os mesmos que investigam os danos da Operação Eldorado; dizem temer por uma repetição do deplorável episódio. Afirmam os procuradores que o clima é de tensão.
Entre os dias 18 e 23 de fevereiro, 20 lideranças Munduruku estiveram em Brasília para cobrar reparações dos danos causados pela Operação Eldorado e, apesar da insistência do governo, se negaram a discutir a construção de usinas hidrelétricas. Na ocasião, o ministro Gilberto Carvalho afirmou que a negativa dos indígenas era ruim para o governo, mas ficaria ruim também para eles, Munduruku. No dia 12 de março, a presidenta Dilma Rousseff baixou o decreto nº 7.957 – que cria o Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente, regulamenta a atuação das Forças Armadas na proteção ambiental e altera o Decreto nº 5.289, de 29 de novembro de 2004.
Com esse decreto, “de caráter preventivo ou repressivo”, foi criada a Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança Pública, tendo como uma de suas atribuições “prestar auxílio à realização de levantamentos e laudos técnicos sobre impactos ambientais negativos”. Na prática isso significa a criação de instrumento estatal para reprimir toda e qualquer ação de comunidades tradicionais, povos indígenas e outros segmentos populacionais que se posicionem contra empreendimentos que impactem seus territórios.
Com essas medidas, o governo federal demonstra claramente que não está disposto a ouvir as populações afetadas pelos grandes projetos, a exemplo das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Substitui os instrumentos legais de escuta às comunidades - como a consulta prévia assegurada pela Convenção 169 da OIT - pela força repressora do Estado e transforma os conflitos socioambientais em casos de intervenção militar. Dessa forma, os direitos dos povos passam a ser tratados como crimes contra a ”ordem pública”, caminhando para um Estado de Exceção.
Essas ações do governo brasileiro confirmam a tese apresentada pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos quando afirma que atualmente vivemos em sociedades politicamente democráticas, mas socialmente fascistas, onde toda dissidência é criminalizada.
Em plena Semana Santa, Cristo segue seu calvário e é crucificado junto com os Munduruku e os demais povos indígenas no Brasil.
Conselho Indigenista Missionário – Cimi
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