sábado, 20 de julho de 2024

O NASCIMENTO DE DEUS - Delírios Cósmicos De Uma Noite de Natal - Poeta Luis Augusto Cassas


Cultura LUIS AUGUSTO CASSAS

O NASCIMENTO DE DEUS - Delírios Cósmicos De Uma Noite de Natal 

"Sofrimento ensina-me suportá-lo/ vivê-lo gozá-lo ultrapassá-lo/ antes que a neurose à galope/ esporeie o seu cavalo (...)"

27/12/2023

Por: Mhario Lincoln Fonte: LAC/Facetubes


Cassas em São Luís do Maranhão.

 

Poeta Luis Augusto Cassas, convidado do Facetubes


O NASCIMENTO DE DEUS

Delírios Cósmicos De Uma Noite de Natal 

                                                    Luis Augusto Cassas


Deus não passou ao largo
mas por dentro da minha vida
Atravessou-a como um barco
rompendo casco e escotilha
Desesperado queria nascer
(“Natal só na quinta Avenida”)
por que tanto mar a vagar
foi pescar a lata de sardinha?
Engravidou-me com o seu amor
que contrassenso é o ser vivo!
Espalharam a noticia
de que havia morrido
Armou a tenda em meu peito
vieram sol e lua das cercanias
Do ferro velho borrifado a óleo
resgatou o anjo a estrela-guia
Sofrimento ensina-me suportá-lo
vivê-lo gozá-lo ultrapassá-lo
antes que a neurose à galope
esporeie o seu cavalo
Ameaçou-nos com a salvação
aleluia!aleluia!aleluia!
Amoroso é o seu coração
aleluia!aleluia!aleluia!
Se encarnou por obra do amém
aleluia!aleluia!aleluia!
e a historia o reconheceu-vem!
Nasceu envolto em graxa sangue
liquido amniótico e infinito
Só vendo o mundo invertido
compreendereis o seu sentido
O cordão umbilical e as roupas velhas
foram arremessadas às estrelas
Invoca a providencia e o seu desígnio
na luta entre as escolhas e o destino
Era mais velho que o tempo
e mais jovem que o vento
Tinha os dedos compridos
como os profetas bíblicos
e no olhar mais abismos
que os vulcões do Pacífico
- Como te chamas? - “O Incompreendido!”
És o ungido? - “Solitário amigo!”
Meteu a mão na geringonça
do Sanatório Cósmico
expulsou mercadores/bugigangas
- “Eis-me aqui!” o próprio em carne e osso
-“ Rompa-se o segredo e o véu do arcano
também na experiência do sagrado
sofro de solidão e de abandono
e me faço companhia no humano”


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