Auxiliares de Deus
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É tudo tão maravilhoso, numa corrente de auxílio, discreta, constante, que a maioria de nós considera que tudo se deve ao concerto da natureza.
O que devemos nos indagar é quem elaborou esse plano tão espetacular, tão bem formulado.
Um plano que conta com auxiliares operosos, incansáveis e que não se desviam do propósito para o qual foram criados.
Não há rebeldias, não há motins, não há preguiça ou paradas em feriados ou férias. A ordem é sempre a mesma. Eventual desarmonia ou interrupções acontecem por decretos dos seres humanos.
Assim é que observamos o trabalho da gralha azul, que, de tão extraordinário, mereceu criação de lendas e se tornou símbolo de um Estado do sul do Brasil. Homenageada em prosa, versos e canções.
Canta-se que o pinheiro dá a pinha. A pinha dá o pinhão. Gralha azul leva no bico. Vai fazer a plantação.
É a síntese do que essa ave de plumas pretas e manto azul realiza entre as araucárias.
Ela se alimenta das suas sementes. Previdente, pensando no amanhã, organiza verdadeiras despensas no solo, enterrando o que resta depois da saciedade.
Com uma particularidade: a ponta fina para cima. Também remove a cabeça do pinhão, o que impede que apodreça no solo.
Naturalmente, por armazenar em muitos e variados lugares, o resultado é que muitos desses tesouros ocultos brotarão, surgindo novas plantas.
E quando ela voa, levando algumas sementes no bico, perde uma ou outra pelo caminho, descobrindo-se, então, tempos depois, aqui e ali um pinheiro solitário, no meio da mata.
Semeadora.
Como sua irmã do Norte, a cutia, que, por seu tamanho e força, consegue romper o ouriço, a cápsula dura, lenhosa e esférica, que contém de quinze a vinte e quadro castanhas.
Igualmente, o que não consome, enterra em lugares diversos. Muitas dessas castanhas germinarão, dando origem a novas árvores.
Nunca se viu uma ou outra parar a sua faina, resolver trocar a sua alimentação, desistir do trabalho duro para conseguir a semente.
Por sua vez, os rios igualmente se fazem condutores de vida, levando sementes para lugares distantes, deixando-as ao longo de suas margens, abandonando-as em algum trecho do seu percurso.
E o vento, generoso, colhe algumas aqui, outras ali, e as leva para outras distâncias, depositando-as caprichosamente em seu percurso, como se quisesse surpreender os homens, que indagarão: Como esse espécime veio brotar aqui?
Quem plantou esse pinheiro? Quem semeou essa floresta?
Coisas de Deus. Coisas de um Criador que elaborou tudo nos mínimos detalhes, da cadeia alimentar à proliferação das espécies. Tudo corretamente pensado, sem erros de cálculos.
Um jardim de delícias, um paraíso. E somente o homem, para quem tudo foi feito e foi ofertado, consegue desequilibrar esse projeto infalível e inigualável, em momentos de ação predatória.
Poderíamos aprender tanto com a natureza: disciplina, perseverança, trabalho, amor.
Por falar nisso, já plantamos uma árvore ou semeamos um jardim? Cultivamos alguma espécie de flor, de vegetal, mesmo que seja num pequeno vaso na varanda de casa?
Redação do Momento Espírita
Em 9.10.2024
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