terça-feira, 21 de outubro de 2025

O Brasil da inveja e do orgulho vazio - Artigo de Alex Pipkin, PhD em Administração


O Brasil da inveja e do orgulho vazio

Alex Pipkin, PhD em Administração

Poucos motores impulsionam tanto o Brasil quanto a inveja — essa paixão disfarçada de virtude que, sob o lulopetismo, virou política pública. A inveja é o grande mote da ação governamental; o “coitadismo”, neste desgoverno, é a grande “virtude cívica”.

Daí brota o slogan patético que costura o populismo nacional: “Justiça Social e Soberania Nacional”. Um bordado de ressentimento e demagogia, costurado com a linha grossa da ignorância econômica, do oportunismo moral — até os desesperados e desinformados que angariam as esmolas estatais sabem disso.

A tal justiça social não nasce da compaixão, mas do rancor. É o ódio dos improdutivos contra quem ousa ser competente. É a ética dos preguiçosos, a vingança dos medíocres. Em nome da igualdade, o Estado confisca o mérito, pune o sucesso e recompensa o fracasso.

É a mesma inveja que explica, em parte, o antissemitismo atávico. Não há ódio mais revelador do que o ódio ao povo judeu. Um povo que, por meio da sua história, cultura e fé, demonstra que o progresso nasce da responsabilidade individual, disciplina, educação e risco assumido.

O sucesso judeu é o espelho que o ressentido não suporta ver. A inveja do virtuoso é o combustível do covarde moral. O brasileiro médio não quer subir — quer puxar os outros para baixo. E o Estado, generoso como carrasco, realiza o desejo: nivela por baixo, distribui miséria e aplaude a própria ruína em nome da “justiça”.

O resultado é um país que se orgulha da mediocridade e chama de “solidariedade” o ressentimento institucionalizado. Essa mesma doença moral sustenta o segundo pilar do mesmo engodo, o da “soberania nacional”.

Se a justiça social explora a inveja, a soberania nacional explora o orgulho. É o teatro do populismo tropical, em que o Estado veste farda de patriota para esconder sua incompetência, seu autoritarismo disfarçado e o desejo invejoso de gozar dos benefícios do capitalismo para a deselite podre, enquanto impõe coletivismo aos reles mortais do povo manipulado.

No léxico lulopetista, soberania significa o direito de continuar ineficiente sem interferência externa. É o orgulho da estagnação. Fecham a economia, repelem a competição, demonizam o lucro, e depois culpam o estrangeiro por sua própria burrice econômica.

E, como manda o manual marxista, a culpa nunca é das políticas “progressistas”, que têm uma impossibilidade lógica de dar certo — nunca deram certo e jamais darão. A culpa é sempre de um inimigo fabricado, inventado para sustentar a narrativa e disfarçar a mediocridade.

Que soberania nacional é essa, em que, em nome de um coletivo abstrato, o indivíduo caminha cada vez mais na estrada da servidão? São 100 milhões de brasileiros que vivem das migalhas estatais, que só enxergam o curto prazo, se tornam cabrestos eleitorais, porque invejam os outros, não fazem acontecer, não correm riscos, não caminham com as próprias pernas.

Que soberania é essa, onde os indivíduos não têm dignidade, trabalho ou esforço, vivem ajoelhados, esperando esmolas estatais? Essa é a lógica — e ilógica — do coletivismo. É o nacionalismo dos medíocres, aquele que grita independência enquanto mendiga subsídios.

Nenhum império estrangeiro nos explorou tanto quanto o nosso próprio governo. O verdadeiro inimigo da soberania está dentro de casa. Evidente, um Estado gordo, predador, que suga o sangue dos produtivos e distribui migalhas aos submissos.

Colonizados por Brasília, seguimos de joelhos, adorando o carrasco que se diz protetor. “Justiça social e soberania nacional” — o slogan perfeito para o regime do “progressismo” do atraso. Uma mistura de inveja moral com orgulho vazio, feita para domesticar o indivíduo e perpetuar o poder dos que vivem de frases feitas.

O Brasil não precisa de salvadores, mas de liberdade. Não precisa de justiça social, mas de justiça de fato: do mérito, do esforço, da responsabilidade individual. Não precisa de soberania retórica, mas de cidadãos soberanos, donos do próprio destino.

Enquanto isso não acontecer, seguiremos prisioneiros das duas grandes paixões brasileiras: a inveja que odeia o mérito e o orgulho que teme a liberdade.


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