quarta-feira, 2 de abril de 2025

O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS - 6 - A corrupção do gênero humano



O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS - 6

A corrupção do gênero humano

1 Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas. 2 vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. 3 Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.

4 Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade.

5 Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; 6 então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. 7 Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8 Porém Noé achou graça diante do Senhor.

9 Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. 10 Gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.

Deus anuncia o dilúvio

11 A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. 12 Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. 13 Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra. 14 Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora. 15 Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento; de cinquenta, a largura; e a altura, de trinta. 16 Farás ao seu redor uma abertura de um côvado de altura; a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimentos na arca: um em baixo, um segundo e um terceiro. 17 Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda carne em que há fôlego de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá. 18 Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos. 19 De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo. 20 Das aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida. 21 Leva contigo de tudo o que se come, ajunta-o contigo; ser-te-á para alimento, a ti e a eles. 22 Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara.


terça-feira, 1 de abril de 2025

O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS - 5 - Descendentes de Adão



O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS - 5

Descendentes de Adão

1 Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez; 2 homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados. 3 Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete. 4 Depois que gerou a Sete, viveu Adão oitocentos anos; e teve filhos e filhas. 5 Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos; e morreu.

6 Sete viveu cento e cinco anos e gerou a Enos. 7 Depois que gerou a Enos, viveu Sete oitocentos e sete anos; e teve filhos e filhas. 8 Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos; e morreu.

9 Enos viveu noventa anos e gerou a Cainã. 10 Depois que gerou a Cainã, viveu Enos oitocentos e quinze anos; e teve filhos e filhas. 11 Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos; e morreu.

12 Cainã viveu setenta anos e gerou a Maalalel. 13 Depois que gerou a Maalalel, viveu Cainã oitocentos e quarenta anos; e teve filhos e filhas. 14 Todos os dias de Cainã foram novecentos e dez anos; e morreu.

15 Maalalel viveu sessenta e cinco anos e gerou a Jarede. 16 Depois que gerou a Jarede, viveu Maalalel oitocentos e trinta anos; e teve filhos e filhas. 17 Todos os dias de Maalalel foram oitocentos e noventa e cinco anos; e morreu.

18 Jarede viveu cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque. 19 Depois que gerou a Enoque, viveu Jarede oitocentos anos; e teve filhos e filhas. 20 Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu.

21 Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. 22 Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Metusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas. 23 Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos. 24 Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.

25 Metusalém viveu cento e oitenta e sete anos e gerou a Lameque. 26 Depois que gerou a Lameque, viveu Metusalém setecentos e oitenta e dois anos; e teve filhos e filhas. 27 Todos os dias de Metusalém foram novecentos e sessenta e nove anos; e morreu.

28 Lameque viveu cento e oitenta e dois anos e gerou um filho; 29 pôs-lhe o nome de Noé, dizendo: Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou. 30 Depois que gerou a Noé, viveu Lameque quinhentos e noventa e cinco anos; e teve filhos e filhas.31 Todos os dias de Lameque foram setecentos e setenta e sete anos; e morreu.

32 Era Noé da idade de quinhentos anos e gerou a Sem, Cam e Jafé.


terça-feira, 25 de março de 2025

Comunicação:


Comunicação:


Bom dia meus amigos e minhas amigas, comunico a vocês que, mais uma vez, por problemas de saúde, estarei ausente das redes sociais e do blog. Voltarei tão logo estiver bem, com a saúde recuperada.

Um abraço.

(25 / 03 / 2025)


domingo, 23 de março de 2025

O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS - 4 - Abel e Caim



 

O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS - 4

Abel e Caim

1 Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor. 2 Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. 3 Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. 4 Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; 5 ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. 6 Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? 7 Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.

O primeiro homicídio

8 Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. 9 Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão? 10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. 11 És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. 12 Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra. 13 Então, disse Caim ao Senhor: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. 14 Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. 15 O Senhor, porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse. 16 Retirou-se Caim da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.

Descendentes de Caim

17 E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho.18 A Enoque nasceu-lhe Irade; Irade gerou a Meujael, Meujael, a Metusael, e Metusael, a Lameque.19 Lameque tomou para si duas esposas: o nome de uma era Ada, a outra se chamava Zilá.20 Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado.21 O nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.22 Zilá, por sua vez, deu à luz a Tubalcaim, artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro; a irmã de Tubalcaim foi Naamá.

23 E disse Lameque às suas esposas: 

Ada e Zilá, ouvi-me; 

vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: 

Matei um homem porque ele me feriu; 

e um rapaz porque me pisou.

24 Sete vezes se tomará vingança de Caim, 

de Lameque, porém, setenta vezes sete.

25 Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. 26 A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor.


sábado, 22 de março de 2025

Quem é o Sábio da Democracia? - Crônica de Hélcio Silva


Quem é o Sábio da Democracia?

Crônica de Hélcio Silva

(22 / 03 / 2025)

*****

Ele é O SÁBIO DA NOSSA DEMOCRACIA

Li o texto com cara de crônica.

Fico espantado, até preferindo esquecer, a história...

Vejo um conto mal contado!

Apenas como uma fantasia de lobo mau!

Agradável como ficção, na forma de ser apenas um bom texto para leitura de divertimento; jamais como verdade política.

O SÁBIO DA NOSSA DEMOCRACIA é aquele mesmo que fez parte dos 21 anos da ditadura militar de 64. Aconchegou-se a ela, no passado do tempo, tendo sido presidente do partido que a sustentou.

O general Ulisses, com outros bravos soldados da liberdade e com apoio do povo conseguimos todos o retorno à Democracia...

Porém, hoje, a história não é bem contada...

E ele, outrora aliado da ditadura, é O SÁBIO DA NOSSA DEMOCRACIA...

É apenas uma ficção, que ele acha ser verdadeira.

Que Deus esteja na proteção do nosso Brasil...

Meu nome é Hélcio

Apenas Hélcio

Nada mais do que Hélcio

(poeta do tempo, 86 anos de idade, filho da Ilha de Upaon-açu)


Um Pão de Padeiro - por Cecy Bastos, escritora e convidada especial da Plataforma Nacional do Facetubes.


Da convidada Cecy Bastos, “Um Pão de Padeiro”

Cecy Bastos é escritora e convidada especial da Plataforma Nacional do Facetubes.


Por: Mhario Lincoln / Fonte: Cecy Bastos

15 / 03 / 2025 

 

Fonte - Facetubes



Cecy Bastos
Gênero: Conto

Título: Um Pão de Padeiro
Autora: Cecy Bastos
Cidade: São Luís
Estado: Maranhão


A vida urbana é muito difícil para gatos de rua. Mesmo assim, Lily, uma gata de pelagem bege e olhos azuis, ia vivendo por ali, entre placas e becos.



Do outro lado da avenida principal, havia um lugar que chamava sua atenção: uma padaria de onde vinha um delicioso aroma de pão fresquinho. O padeiro era Lucas, um jovem com um sorriso tão doce quanto os pães que saíam do forno. Ele moldava a massa com tanta habilidade que parecia dançar junto. Lily costumava se aninhar na placa da loja em frente, observando cada movimento dele, enquanto seu coração ronronava como um motor, de tanta emoção.

Certa manhã, Lily, não suportando mais a distância, decidiu ir até lá. Em saltos ágeis, cruzou a avenida e se aproximou da padaria. O fluxo de clientes adiou o encontro, e Lily, quase imperceptível, deitou-se em uma cesta vazia, impregnada com o aroma delicioso. “Este deve ser o cheiro dele! Que delícia”, pensou ela, fechando seus olhos cor de mar para aproveitar melhor o cheiro. Foi então que sentiu um carinho em sua cabeça, junto com a frase: “Está com fome? Que fofinha.” Ao abrir os olhos, viu de perto o padeiro lindo que tanto admirava.


Tomando coragem, Lily decidiu se declarar. Com um miado delicado, subiu em uma prateleira e, naquele instante, fez uma pirueta romântica, exibindo toda sua graça felina. Lucas riu e aplaudiu, encantado com a apresentação inesperada. “Você é uma artista talentosa!” exclamou ele, com os olhos brilhando.

Ele a chamou, e Lily, em um impulso, pulou em seus braços. Com um olhar audacioso, mostrou-se apaixonada. Lucas disse com ternura: “Pode ficar. Você agora é minha gatinha.” Em seguida, deu-lhe seu primeiro pedaço de pão.

A partir daquele dia, aquela padaria tornou-se o lar de um amor inusitado, nascido entre deliciosos pães, onde um padeiro e uma gata se tornaram inseparáveis.


HOJE É DIA DE FEIRA EM OLINDA DOS ARANHAS - Vamos à Feira Nossa Senhora da Conceição, em São João Batista

 

HOJE É DIA DE FEIRA EM OLINDA DOS ARANHAS

Vamos à Feira Nossa Senhora da Conceição...

É HOJE - sábado - dia 22 - em Olinda dos Aranhas, em São João Batista. A feira funciona das 7 às 11 horas da manhã


Logo cedo, bem no cedinho da manhã, os produtores já amanheceram no local da feira, na praça de Olinda dos Aranhas... Homens e mulheres: a força do campo...

Com muita animação, refletindo o sentimento da roça, de onde vem a produção, os feirantes apresentam os mais variados produtos da terra.

Sempre com boas coisas na feira de Olinda, o movimento, a cada sábado, é só assim:

"Biscoito de tapioca, verduras, brechó, brincos, colares, pulseiras, salada de frutas e bombons caseiros, cosméticos e produtos de limpeza, bolos, café da manhã, mingau, azeite, ovos caipiras, brinquedos, condimentos, galinha de granja e Depósitos, bolo mesclado, maxixe e cheiro verde, toalha decorada, almoço(comida), sandálias e brinquedos são propostas da feira, produtos da feirinha de Olinda!"

Tudo isso acontece todos os sábado - entre 7 e 11 horas da manhã - na praça de Olinda dos Aranhas, em São João Batista. A feira é para o povo. Os feirantes são os empresários/produtores...


Tem ovos caipiras, maxixe e cheiro verde...

Tem biscoito de tapioca, salada de frutas e bombons caseiros...

É uma feira que tem o cheiro do povo da terra...

Tô indo pra feira, neste sábado de 22 de março...

Bom dia meus amigos e minhas amigas de Olinda...

Até mais ver!


O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS - Gênesis 3 - A queda do homem



O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS   

Gênesis 3

A queda do homem

1 Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. 4 Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. 6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. 7 Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.

Se desejamos servir ao bem - texto/crônica do Momento Espírita de hoje


Se desejamos servir ao bem

*****

O Apóstolo Paulo, em suas epístolas, grafou ensinamentos para as comunidades nascentes do Cristianismo. Sobretudo aos trabalhadores da primeira hora.

Escreveu ele que se alguém se purificar, será vaso para a honra, santificado para uso do Senhor, e preparado para toda boa obra.

O alerta se reveste de especial significado nos tempos atuais, pois vivemos num mundo onde os apelos à viciação e ao ócio se apresentam atraentes e constantes.

O Apóstolo dos gentios deixa claro que o bem que podemos fazer está na razão direta das conquistas morais realizadas, bem como no esforço de autoaperfeiçoamento.

Em momento anterior, o próprio Mestre Jesus dissera que ninguém coloca vinho novo em odres velhos porque o vinho novo, ao fermentar, romperá os odres. Perder-se-á o vinho.

Significa que para levarmos no vaso do coração a linfa pura e límpida do Evangelho, traduzida em bem proceder, não podemos ser um vaso cheio de impurezas.

Dessa maneira, se temos os ouvidos puros, poderemos ser instrumentos da justiça, pela interpretação correta dos fatos e dos eventos que nos chegam pela abençoada capacidade da audição.

quinta-feira, 20 de março de 2025

Até onde o mental aguenta, quando se dá um passo atrás para retomar com mais força à frente de batalha? Por Mhario Lincoln, poeta e escritor


Até onde o mental aguenta, quando se dá um passo atrás para retomar com mais força à frente de batalha?


Por: Mhario Lincoln

19/03/2025


*Mhario Lincoln

*****

Eu e Hélcio Silva somos amigos de longas datas. Convivemos aqui em Curitiba por mais de 10 anos, antes dele voltar para São Luís do Maranhão. Ele me incentivou muito quando comecei meu projeto primeiro nas Plataformas das Redes Sociais, em 2004. Tanto que ele mesmo era comentarista político (com programa na nossa iTV do "Portal Aqui Brasil", berço originário da Plataforma do Facetubes.

Vez por outra falávamos de poesia. Ele sempre escreveu ao estilo de poesias mediúnicas, influenciado por entidades liagadas ao movimento afro-religioso. Em muitas reuniões, entendia o que essa alma inquieta e olhar penetrante, poderia produzir. Sempre achava que ele não falava. Mas buscava lá no fundo, as palavras que emergiam das profundezas de um coração, ora apaixonado, ora preocupado, ora vislumbrante.


Passaram-se os anos e seus poemas - como o que analiso agora - se apresentam ainda, alguma desesperança frente à morte do direito e a solidão de uma liberdade fugidia. Porém, tais temas, tão dolorosamente humanos, evocam reflexões que devem permear o filosófico e o religioso, convidando-nos a mergulhar no íntimo da condição humana:

“Paraste?...
Sim, o sistema é forte...
É pesado...
O direito morreu,
Não mais o encontrarei...
A liberdade fugiu,
E se perdeu...
Parei...
Não mais resisto!
Nem mais existo...”

Logo de início, “Paraste?...” surge como uma sugestão que rasga o silêncio. O ato de parar não é meramente cessar movimento, mas revela a hesitação de uma alma que contempla o abismo. O sujeito poético vislumbra a vastidão de um mundo onde leis impiedosas, além das normas sociais, sufocam o sonho. Ao afirmar que o sistema é forte e pesado, expõe uma estrutura intransponível que nos rege, algo que Søren Kierkegaard também desvendou ao sondar a angústia existencial e a necessidade de transcendência. 


No verso em que se diz que o direito morreu, percebemos a dor de quem assiste à derrubada dos ideais humanos diante de um verdadeiro caótico. Simone Weil, filósofa e mística francesa, compreendeu as injustiças do mundo como um chamado à compaixão e ao enfrentamento da verdade superior que tanto tememos. Quando Hélcio Silva confessa que a liberdade fugiu e se perdeu, a desolação atinge o ápice, pois mostra que, mesmo antes de desfrutarmos desse bem supremo, ele nos escapa como névoa.


O poeta então admite que parou! Não vai mais resistir. Tal declaração me abalou, claro, por conhecê-lo em sua arena de luta constante que o levou à Câmara Municipal de São Luís por muitos anos. Por isso, não acredito no esgotamento do velho guerreiro que, agora, brilha com sua cabeça branca musculosamente experiente de  quem se envolveu contra as  forças que excederam sua compreensão. 
Ao dizer “nem mais existo”, a poética dele parece proclamar uma possível descrença no futuro da segurança humana e da justiça dos tribunais. Porém, como as águias, ele deve apenas ter se recolhido às alturas, para renovar as penas, as garras e o bico, para, logo, aparecer, como um condor, aparecer revoando os picos da renhida luta hercúlea.


Aliás, neste poema, mesmo com essas incertezas normais, antevejo uma volta triunfante e a replantação da semente de uma nova compreensão do divino e do humano. E ele vai continuar sua lide, sim, porque, entremeado de palavras febris, há suspiros reais de filosofia e fé que se entrelaçam, iluminando a fragilidade humana e reconstituindo a célula em busca de uma resignificação para sua própria existência neste estágio de vida. 


Isso me faz enxergar nessa confissão poética, quase catarse,  uma potência singular, pois apenas quem ousa encarar o vazio pode encontrar, na própria hesitação, a possibilidade de em um passo seguinte, encontrar a realidade mais plena. 
Esse é o meu veredito. Ave, Helcio!

*Mhario Lincoln é presidente da Academia Poética Brasileira.

******* 

Foto: Mhario Lincoln e Helcio Silva, na Rua XV, em Curitiba






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