É sempre bom ler Chico e as obras que ele recebeu ditadas da espiritualidade e as escreveu pelo mecanismo da psicografia. Às vezes, histórias simples como lição de vida...
Hoje - 29/07 - não escrevi minha crônica do amanhecer... Preguiça?!... Talvez! Mas tenho para esta tarde uma página de Chico Xavier ditada pelo espírito Neio Lúcio, extraída do livro Alvorada Cristã...
Para você ler é só clicar no "Leia Mais". Estou transcrevendo, é um texto pequeno, uma história:
A lição inesquecível
Hilda, menina abastada, diariamente dirigia más palavras à
pequena vendedora de doces que lhe batia humildemente à porta da casa.
- Que vergonha! De bandeja! De esquina a esquina! Vai-te
daqui! - gritava, sem razão.
A modesta menina se punha pálida e trêmula. Entrementes, a
dona da casa, tentando educar a filha, vinha ao encontro da pequena humilhada e
dizia, bondosa:
- Que doces tão perfeitos! Quem os fez assim tão lindos?
A mocinha, reanimada, respondia, contente:
- Foi a mamãe.
A generosa senhora comprava sempre alguma coisa e, em
seguida, recomendava à filha:
- Hilda, não brinques com o destino. Nunca expulses o
necessitado que nos procura. Quem sabe o que sucederá amanhã? Aqueles que
socorremos serão provavelmente os nossos benfeitores.
A menina resmungava e, à noite, ao jantar, o pai secundava
os conselhos maternos, acrescentando:
- Não zombes de ninguém, minha filha! O trabalho, por mais
humilde, é sempre respeitável e edificante. Por certo, dolorosas necessidades
impelirão uma criança a vender doces, de porta em porta.
Hilda, contudo, no dia seguinte, fustigava a vendedora,
exclamando:
- Fora daqui! Bruxa! Bruxa!...
A mãe devotada acolhia a pequena descalça e repetia à filha
as advertências carinhosas da véspera.
Correu o tempo e, depois de quatro anos, o quadro da vida se
modificara.
O paizinho de Hilda adoeceu e debalde os médicos procuraram
salvá-lo. Morreu numa tarde calma, deixando o lar vazio.
A viúva recolheu-se ao leito extremamente abatida e, com as
despesas enormes, em breve a pobreza e o desconforto invadiram-lhe a
residência. A pobre senhora mal podia mover-se.
Privações chegaram em bando. A menina, anteriormente
abastada, não podia agora comprar nem mesmo um par de sapatos.
Aflita por resolver a angustiosa situação, certa noite Hilda
chorou muitíssimo, lembrando-se do papai. Dormiu, lacrimosa, e sonhou que ele
vinha do Céu confortá-la. Ouviu-o dizer, perfeitamente:
- Não desanimes, minha filha! Vai trabalhar! Vende doces
para auxiliar a mamãe!...
Despertou, no dia imediato, com o propósito firme de seguir
o conselho.
Ajudou a mãezinha enferma a fazer muitos quadrinhos de doce
de leite e, logo após, saiu a vendê-los. Algumas pessoas generosas
compravam-nos com evidente intuito de auxiliá-la; entretanto, outras criaturas,
principalmente meninos perversos, gritavam-lhe aos ouvidos:
- Sai daqui! Bruxa de bandeja!...
Sentia-se triste e desalentada, quando bateu à porta de uma
casa modesta. Graciosa jovem atendeu.
Ah! Que surpresa! Era a menina pobre que costumava vender
cocadas noutro tempo. Estava crescidinha, bem vestida e bonita.
Hilda esperou que ela a maltratasse por vingança, mas a
jovem humilde fitou nela os grandes olhos, reconheceu-a, compreendeu-lhe a nova
situação e exclamou, contente:
- Que doces tão perfeitos! Quem os fez assim tão lindos?
A interpelada lembrou os ensinamentos maternos de anos
passados e informou:
- Foi a mamãe.
A ex-vendedora comprou quantos quadrinhos restavam na bandeja
e abraçou-a com sincera amizade.
Desse dia em diante, a menina vaidosa transformou-se para
sempre. A experiência lhe dera inesquecível lição.
Fonte: Livro – Alvorada Cristã – Ditado pelo espírito Neio
Lúcio / Psicografia de Chico Xavier – Ed. FEB.
“Socorrer é um ato de amor. Não indagues se o que te pede
ajuda a merece; Lembra-te de que Deus não te ajuda por teus méritos, mas por
muito te amar” Cenyra Pinto
Publicado na coluna da Liga Espírita Pelotense no dia 04 de
Março de 2012 – JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ.
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