A jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, mulher de Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), sonegou, por três anos consecutivos, a existência de ativos no
exterior que deveriam ter sido declarados ao Banco Central e à Receita Federal.
Segundo a Folha de São Paulo, extratos bancários da conta
Kopek, em nome da mulher do presidente da Câmara dos Deputados, demonstram que
em 31 de dezembro de 2014 estavam depositados US$ 278 mil. Na mesma data de
2013, o saldo era de US$ 148 mil e, no último dia de 2012, era de US$ 287 mil.
Conforme a legislação brasileira, o Banco Central exige uma
declaração de todo contribuinte de contas no exterior cujo saldo seja superior
a US$ 100 mil em 31 de dezembro do ano anterior. A omissão da declaração pode
ser punida com multa de R$ 250 mil. A declaração da existência da conta,
independentemente do valor, também é obrigatória no imposto de renda.
Ainda de acordo com a Folha, a versão de Cunha sobre as
contas, cuja existência ele negou perante à CPI da Petrobras, começou a mudar
após 29 de outubro, quando o Tribunal Federal Suíço rejeitou recurso dos
advogados do peemedebista contra a transferência da investigação da
procuradoria suíça para as autoridades brasileiras.
A decisão enterrou a possibilidade do deputado obter, pela
via judicial suíça, a invalidação das provas enviadas ao Brasil.
A partir dali, informa a Folha, o presidente da Câmara
começou a dizer a aliados e depois em público que era beneficiário de dois
trusts (estrutura que administra bens de terceiros) e que os recursos em nome
de Cláudia não precisavam ser declarados por manter saldo inferior ao mínimo
que torna a declaração obrigatória.
Em entrevista ao "Jornal Nacional" no sábado (7),
Cunha admitiu, porém, que a conta de Cláudia deveria ter sido declarada e pagar
impostos.
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