sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Uma conversa sobre Educação


Hélcio Silva

(09/9/2016)




O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A EDUCAÇÃO BRASILEIRA?

Não adiante governos e ministros dizerem apenas que o quadro é vergonhoso. O atual ministro da Educação lamenta a nota vermelha divulgada pelo Ideb. Disse à Veja que “É vergonhoso”...

No Brasil, busca-se Ministro para a Educação nos acordos políticos, sem levar em consideração a competência do escolhido, nem o compromisso do nomeado com o futuro da Nação através da Educação.

Estou vendo nesse período eleitoral desta disputa pelas prefeituras que os candidatos não estão levando ao palco dos debates este tão importante tema: Educação... Não discutem com profundidade a importância da Educação no processo de transformação.

O Brasil precisa mudar! Não haverá mudança se a Educação não for a base da mudança...

Li nesta manhã uma entrevista com do atual Ministro da Educação, que é filiado ao DEM e foi para o ministério pelo acerto de um acordo político entre o DEM e o presidente da República... Isso é vergonhoso.

Transcrevo abaixo o teor da entrevista que o ministro deu à Revista Veja:

 

 “É vergonhoso”, diz ministro da Educação sobre o Ideb


Há quatro meses na cadeira de ministro da Educação, o pernambucano José Mendonça Bezerra Filho, 50 anos, cumpriu nesta quinta-feira a via- crúcis de seus antecessores: vir a público anunciar outra nota vermelha para o ensino básico. A divulgação do Ideb, o termômetro oficial daqualidade na sala de aula, mediu a evolução em escolas públicas e particulares entre 2013 e 2015 – ou a involução, no caso do ensino médio. Deputado federal licenciado pelo DEM, Mendoncinha contou a VEJA o que pretende fazer em sua gestão para reverter a curva.

O que pensou quando viu o monte de notas vermelhas do Ideb?

Frustração e vergonha. É claro que um país com essa defasagem não conseguirá dar um salto.

Muita gente celebrou os avanços nas primeiras séries do ciclo fundamental. O senhor não?

Não. Com esse desastre, não há o que comemorar mesmo.

Por que a educação brasileira não sai do buraco?

Na última década, as iniciativas foram mais focadas no lado midiático e em políticas pulverizadas, que atiraram para todos os lados. Sobrou marketing e faltou transformação social para valer.

Mas o PT criou diversos programas voltados para os mais pobres, como o Fies e o Prouni.

Esses programas serão preservados, mas olhe o Ciência sem Fronteiras, que enviou jovens universitários ao exterior, uma das bandeiras petistas: dragou 3 bilhões de reais para atender 35 000 alunos — o mesmo dinheiro que custa todo o programa de merenda escolar, que chega a 39 milhões de estudantes. Os grandes números demolem a ideia de que o foco petista foi nos mais pobres.

A que números o senhor se refere?

Enquanto o ensino superior recebeu 30 bilhões de reais dos cofres federais, o básico ficou com um terço disso. Faltou atenção às escolas públicas.

Também faltou dinheiro?

Mais dinheiro sempre ajuda, mas o maior problema é usá-lo de forma apropriada. O Ideb mostra que, infelizmente, isso não vinha acontecendo.

O que pretende mudar para livrar o Brasil do fracasso escolar?

Um ponto estratégico é transformar o ensino médio, hoje engessado e ineficiente. Ele precisa ser mais flexível e atraente para o aluno.

Há chances políticas de um plano como esse, que fere tantas corporações, passar no Congresso?

Acredito nisso e estou trabalhando por isso.

O Enem acompanhará essas mudanças?

Nesta edição fica tudo igual. Mas haverá mudanças no Enem, que serão consequência da transformação do próprio ensino médio.

Muitas escolas e até redes de ensino não levam o Ideb em consideração. Será que agora servirá de alerta?

Acho que a educação está virando um tema para os brasileiros, que já fazem pressão por avanços. Espero que entre de uma vez por todas na agenda dos futuros prefeitos.


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