Carlos Chagas
Eunício Oliveira no Senado e Rodrigo Maia na Câmara
aparecem como favoritos para as presidências das duas casas, com decisão
prevista para fevereiro. Entre os senadores, não há problema. O PMDB tem
maioria e o representante do Ceará conta com o apoio do palácio do Planalto. No
caso dos deputados, é diferente. O atual presidente da Câmara não pode
permanecer, conforme o regimento interno, ainda que conte com a simpatia do
presidente Michel Temer e de boa parte dos deputados. Seria preciso mudar o
regimento para permitir a reeleição. O problema é que se Rodrigo Maia for
beneficiado com a mudança, por que não estender a permanência para o Senado?
Nesse caso, Renan Calheiros exigiria reciprocidade. Continuando a presidir o
Senado, ficaria livre de pelo menos a metade de seus problemas.
As decisões só serão tomadas em fevereiro e surgiu um
obstáculo: o PSDB. Os tucanos contam com a presidência da Câmara, mesmo sem
dispor de um nome de consenso. Se for para engolir Rodrigo Maia, vão botar água
no chope de Eunício Oliveira. A equação ficará mais conturbada se entrarem nela
as preliminares da sucessão presidencial de 2018. Onde estiver Geraldo Alckmin
não estará Aécio Neves, e vice versa. Os dois candidatos presidenciais
pretendem fechar o ano com um futuro presidente da Câmara definido, mas
dificilmente será o mesmo. Mais provável é que um mineiro e um paulista busquem
a indicação, vencendo aquele que dispuser de maior apoio no PMDB.
Em suma, complicações à vista para o tucanato e para o
presidente Michel Temer.
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