Carlos Chagas
O segundo turno das eleições municipais misturou
conceitos políticos conflitantes, incapazes de definir o que vem por aí. Três
Marcelos e uma Marcela aumentam as indefinições mas servirão como parâmetro
para o malogro ou o fracasso da recuperação nacional.
Marcelo Crivella confirmou a importância do desembarque e
da fuga das ideologias como fator das decisões na cidade politicamente mais
rebelde do país. Houve tempo em que sucederam-se Carlos Lacerda e Negrão de
Lima, antípodas capazes de exprimir o mesmo espírito rebelde da população mais
politizada do país, ainda que conflitantes. Foram os dois governadores mais
populares que os cariocas tiveram, mesmo inimigos permanentes. Depois das
sucessivas nulidades que os sucederam, abre-se o palco para nova confrontação:
Marcelo Crivella, elegendo-se prefeito, insere a religião como penhor de sua
vitoria. Ganhou em função da sua Igreja, mas ela estará iniciando um período
promissor em termos de poder ou tratou-se de presença passageira?
Terá Marcelo Freixo condições de ressuscitar a ideologia,
no caso de esquerda, constituindo-se no polo oposto ao Bispo, nas eleições de
governador, em 2018? Ou de presidente?
O terceiro Marcelo é o Odebrecht, longe de disputar
eleições, por enquanto inquilino da cadeia. Supondo-se que com suas delações, e
de seus ex-funcionários, venha a facilitar a condenação de montes de políticos
petroleiros, mensaleiros e demais fraudadores dos dinheiros públicos, o
ex-milionário prestará grandes serviços ao combate à impunidade. Também
influirá no futuro politico da nação.
Falta a Marcela, primeira dama do governo Michel Temer.
Seu papel, de anjo-da-guarda do presidente da República, é fundamental para o
sucesso dele. Tanto quando os três Marcelos referidos.
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