quinta-feira, 3 de novembro de 2016

TRÊS MARCELOS E UMA MARCELA


Carlos Chagas

O segundo turno das eleições municipais misturou conceitos políticos conflitantes, incapazes de definir o que vem por aí. Três Marcelos e uma Marcela aumentam as indefinições mas servirão como parâmetro para o malogro ou o fracasso da recuperação nacional.

Marcelo Crivella confirmou a importância do desembarque e da fuga das ideologias como fator das decisões na cidade politicamente mais rebelde do país. Houve tempo em que sucederam-se Carlos Lacerda e Negrão de Lima, antípodas capazes de exprimir o mesmo espírito rebelde da população mais politizada do país, ainda que conflitantes. Foram os dois governadores mais populares que os cariocas tiveram, mesmo inimigos permanentes. Depois das sucessivas nulidades que os sucederam, abre-se o palco para nova confrontação: Marcelo Crivella, elegendo-se prefeito, insere a religião como penhor de sua vitoria. Ganhou em função da sua Igreja, mas ela estará iniciando um período promissor em termos de poder ou tratou-se de presença passageira?

Terá Marcelo Freixo condições de ressuscitar a ideologia, no caso de esquerda, constituindo-se no polo oposto ao Bispo, nas eleições de governador, em 2018? Ou de presidente?

O terceiro Marcelo é o Odebrecht, longe de disputar eleições, por enquanto inquilino da cadeia. Supondo-se que com suas delações, e de seus ex-funcionários, venha a facilitar a condenação de montes de políticos petroleiros, mensaleiros e demais fraudadores dos dinheiros públicos, o ex-milionário prestará grandes serviços ao combate à impunidade. Também influirá no futuro politico da nação.

Falta a Marcela, primeira dama do governo Michel Temer. Seu papel, de anjo-da-guarda do presidente da República, é fundamental para o sucesso dele. Tanto quando os três Marcelos referidos.


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