Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral da ONU apresentou esta terça-feira um
plano para envolver governos, empresas e sociedade civil no que chamou de
"ação mais ambiciosa sobre as mudanças climáticas" para beneficiar a
geração atual e as futuras.
Discursando na NYU Stern School of Business, da
Universidade de Nova Iorque, António Guterres disse estar empenhado em
mobilizar o mundo para enfrentar o desafio em pelo menos cinco maneiras
concretas.
Passos
A primeira será reforçar a participação política de alto
nível para elevar o padrão de ação climática.
O seu passo imediato será fazer pressão para a
ratificação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que
Destroem a Camada de Ozônio. O documento prevê o fim gradual dos
hidrofluorocarbonetos.
Guterres vê a Conferência Mundial dos Oceanos, que ocorre
na próxima semana, como mais uma oportunidade de criar impulso.
Verdadeira mudança
Em segundo lugar, o secretário-geral quer reunir toda a
capacidade do sistema de desenvolvimento da ONU em apoio à ação climática e à
Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, especialmente ao nível nacional.
Ele considera que é aí onde a "verdadeira mudança será alcançada."
No terceiro ponto, Guterres promete usar o poder de
convocação das Nações Unidas para trabalhar com governos e representantes das
indústrias do carvão, do petróleo e do gás para acelerar a transição
necessária.
A promessa é trabalhar para promover uma transição
energética global, tornar os investimentos em infraestruturas "amigos do
ambiente", além de progressos na fixação dos preços de carbono.
O quarto ponto no plano de Guterres é atuar com os países
para mobilizar recursos nacionais e internacionais para apoiar áreas como
mitigação, adaptação, resiliência e implementação de planos de ação climática
dos países.
Estados insulares
Guterres disse que vai se concentrar em reforçar a
resiliência dos pequenos estados insulares contra a "ameaça
existencial" que a mudança climática lhes coloca.
O chefe da ONU promete ainda encorajar os países
desenvolvidos a cumprir as promessas feitas às nações em desenvolvimento, que
incluem o Fundo Verde do Clima.
Como quinto e último passo, Guterres afirmou que vai
estimular parcerias novas e reforçadas para implementar o Acordo de Paris
através da cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular. Para ele, é preciso
aproveitar o seu "enorme potencial".
Cúpula em 2019
Guterres disse que vai "usar todas as oportunidades
possíveis para persuadir, estimular e impulsionar o avanço", em todas as
áreas do seu plano, contando com a força da sociedade civil.
O chefe da ONU quer convocar uma cúpula dedicada ao clima
em 2019 para garantir uma primeira revisão crítica da implementação do Acordo
de Paris "com os bons ventos da economia verde".
Guterres declarou que suas portas estão abertas para
todos os que queiram discutir o caminho a seguir, mesmo "os que possam ter
perspetivas divergentes." Ele declarou que o diálogo sobre o clima deve
"deixar de ser feito aos gritos".
Para ele, continuará a haver fortes diferenças quanto à
forma de alcançar os objetivos climáticos.
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