quarta-feira, 31 de maio de 2017

Desigualdade na América Latina segue em ritmo muito alto, avalia Cepal

Comissão Econômica da ONU prevê obstáculos para região alcançar o desenvolvimento sustentável; relatório aponta problema da distribuição de renda e condição étnico-racial.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

A Comissão Econômica da América Latina e do Caribe, Cepal, divulgou um relatório informando que os "níveis de desigualdade na região são muito altos". Isso pode dificultar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, até 2030.

No ano passado, o coeficiente de Gini para rendimentos pessoais teve valor médio de 0,469 para 17 países da América Latina, considerado alto pela Cepal. Zero representa nenhuma desigualdade e 1 significa desigualdade máxima.

Afrodescendentes

O relatório Panorama Social menciona a distribuição de renda como sendo apenas uma das desigualdades da região. Outro problema é a estrutura da propriedade de ativos físicos e financeiros, considerado "fator fundamental para a reprodução da desigualdade".
A condição étnico-racial é outro fator. Cerca de 130 milhões de afrodescendentes vivem na América Latina, ou 21% da população. Brasil e Cuba concentram 91% do total regional.

Mulheres

Apesar de 14 países terem mecanismos oficiais de combate ao racismo, a Cepal destaca que esse grupo enfrenta desigualdades em todas as áreas de desenvolvimento. Com isso, os afrodescendentes sofrem as maiores taxas de mortalidade infantil e materna, de desemprego e recebem as menores rendas do setor do trabalho.
Sobre as mulheres latino-americanas, o relatório adverte que seu tempo total de trabalho é superior ao dos homens, além de dedicarem um terço de seu tempo ao trabalho doméstico e outros cuidados não remunerados.

A Cepal defende uma mudança estrutural progressiva na América Latina e no Caribe, que gere empregos de qualidade, com direitos e proteção social, e resulte no aumento da produtividade.

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