Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
A Comissão Econômica da América Latina e do Caribe,
Cepal, divulgou um relatório informando que os "níveis de desigualdade na
região são muito altos". Isso pode dificultar o alcance dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, ODSs, até 2030.
No ano passado, o coeficiente de Gini para rendimentos
pessoais teve valor médio de 0,469 para 17 países da América Latina,
considerado alto pela Cepal. Zero representa nenhuma desigualdade e 1 significa
desigualdade máxima.
Afrodescendentes
O relatório Panorama Social menciona a distribuição de
renda como sendo apenas uma das desigualdades da região. Outro problema é a
estrutura da propriedade de ativos físicos e financeiros, considerado
"fator fundamental para a reprodução da desigualdade".
A condição étnico-racial é outro fator. Cerca de 130
milhões de afrodescendentes vivem na América Latina, ou 21% da população.
Brasil e Cuba concentram 91% do total regional.
Mulheres
Apesar de 14 países terem mecanismos oficiais de combate
ao racismo, a Cepal destaca que esse grupo enfrenta desigualdades em todas as
áreas de desenvolvimento. Com isso, os afrodescendentes sofrem as maiores taxas
de mortalidade infantil e materna, de desemprego e recebem as menores rendas do
setor do trabalho.
Sobre as mulheres latino-americanas, o relatório adverte
que seu tempo total de trabalho é superior ao dos homens, além de dedicarem um
terço de seu tempo ao trabalho doméstico e outros cuidados não remunerados.
A Cepal defende uma mudança estrutural progressiva na
América Latina e no Caribe, que gere empregos de qualidade, com direitos e
proteção social, e resulte no aumento da produtividade.
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