sexta-feira, 30 de junho de 2017

Unicef quer mais investimentos para salvar vidas de crianças pobres

Agência da ONU alertou que se nada for feito quase 70 milhões de crianças irão morrer antes de completar cinco anos até 2030.


Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, afirmou que investimentos feitos em relação à saúde das crianças mais pobres e em suas comunidades podem ajudar a salvar vidas.

A conclusão consta do relatório "Reduzindo as Lacunas: O Poder do Investimento nas Crianças mais Pobres" divulgado esta quarta-feira pela agência da ONU.

70 milhões

O Unicef alerta que se a comunidade internacional não fizer nada para reduzir a mortalidade infantil, em 2030 aproximadamente 70 milhões de crianças morrerão antes de completar cinco anos.

O relatório coletou dados de 51 países onde ocorrem atualmente 80% das mortes que vão desde os recém-nascidos até os cinco anos.

O estudo concluiu que das mais de 1 milhão de vidas de crianças salvas nesses países, 85% eram pobres.

Os especialistas disseram que para cada US$ 1 milhão investidos no setor de saúde de países pobres e ricos, é possível salvar quase o dobro de vidas de crianças nas regiões mais pobres em comparação com as áreas mais ricas.

O acesso a sistemas de saúde e nutrição melhorou mais rapidamente entre as comunidades mais necessitadas, consequentemente, a redução das mortes de crianças menores de cinco anos foi quase três vezes maior entre os grupos mais pobres.

Intervenções

O documento apresenta seis intervenções de saúde que podem ajudar a melhorar a situação, são elas: o uso de mosquiteiros com inseticidas, incentivo à amamentação, cuidado pré-natal e vacinação.

Além disso, o Unicef cita também a presença de um especialista ou uma parteira durante o nascimento do bebê e a busca de tratamento para crianças com diarreia, febre e pneumonia.

O chefe do Unicef, Anthony Lake, disse que "as provas são contundentes. O investimento em crianças pobres não é correto apenas em princípio, mas também é uma prática correta".

Lake afirmou que isso é fundamental para os governos que trabalham para acabar com as mortes que poderiam ser evitadas. Ele declarou que uma criança saudável tem mais chance de aprender mais na escola e de receber salários melhores quando adulto.

O relatório mostra que Afeganistão, Bangladesh e Malauí estão entre os países com os índices mais altos de mortes de crianças menores de cinco anos.

Mas os investimentos feitos em regiões mais pobres entre 1990 e 2015, levaram a mortalidade diminuir pela metade no Afeganistão e em mais de 70% em Bangladesh e Malauí.

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