Um terço das casas brasileiras não contava com acesso direto à rede de esgoto em 2017. Isso é o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 69,8 milhões de domicílios existentes no país, 66% fazem o escoamento do esgoto pela rede geral. Outros 30,3% utilizam fossas não ligadas à rede e 2,9% fazem o escoamento por outros meios.
Das regiões brasileiras, a Norte é a com menor presença de
casas com rede de esgoto, apenas 20,3%. Lá, 69,2% fazem o escoamento por fossas
não ligadas à rede geral e 8,8% por outros meios. O Sudeste era a região com
mais casas ligadas à rede de esgoto (88,9%) e com menor porcentual de
escoamento por fossas não ligadas à rede (8,9%).
Os dados de 2017 se mantêm equivalentes aos da pesquisa de
2016, quando 65,9% dos lares contavam com acesso direto à rede de esgoto, sendo
maior a presença no Sudeste (89%).
A pesquisa mostrou que o recolhimento de lixo feito
diretamente nas casas aumentou de 82,6% para 82,9% de 2016 para 2017. Mas a
presença desse serviço não acontece de forma igual pelo país. No Sudeste, 91,6%
dos lares possuem o serviço. Já no Norte e no Nordeste, apenas 69,8% e 69,6%,
respectivamente, contam com a coleta direta. “O restante é feito indiretamente,
em caçambas”, afirma Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad Contínua.
No Norte e Nordeste, 18,2% e 16% do lixo são queimados na
própria residência. No Sudeste, apenas 0,6% dos lares dão essa destinação ao
lixo. A coleta por caçamba também é alta no Norte e Nordeste, 10,2% e 12,1%,
respectivamente.
O fornecimento de energia elétrica não mudou, está presente
em 99,5% dos lares.
A pesquisa mostrou que 97,2% dos lares possuem água
canalizada, porcentual que varia de 92% no Nordeste a 99,8% no Sul. O
abastecimento de água ligado à rede geral caiu 0,1 ponto porcentual no último ano.
“A queda tem relação com o racionamento no Distrito Federal”, afirma Maria
Lúcia.
Quem são os brasileiros
De acordo com a Pnad, a população brasileira cresceu 4,23%
entre 2012 para 2017 (198,7 milhões para 207,1 milhões). A maioria está
concentrada na região Sudeste (42%), sendo que a maior parte é mulher (51,6%).
“Observamos tendência de crescimento da população, mas as
mulheres estão tendo menos filhos. Houve aumento da expectativa de vida e os
adultos vão tendo mais peso na população. É uma tendência mundial, mas no
Brasil isso tem acontecido agora. Na Europa isso já era observado”, diz Maria
Lúcia.
Segundo ela, o Estado que possui maior proporção de homens
é o Tocantins.
A população de pessoas com mais de 60 anos cresceu de 12,8%
para 14,6%. Porém, caiu a quantidade de crianças de zero a nove anos de idade,
passando de 14,1% para 12,9% em cinco anos.
Em 2017, 90,4 milhões de pessoas se declararam brancas. O
número representa 2,4% a menos do que em 2012 (92,6 milhões). Já as populações
preta e parda cresceram 21,8% e 7,7%, respectivamente.
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