Oferta Chinesa ao Brasil pode viabilizar Porto, ferrovia e transformar Alcântara - artigo de Simplicio Araújo*

Oferta Chinesa ao Brasil pode viabilizar Porto, ferrovia e transformar Alcântara

Por Simplicio Araújo*

Uma proposta feita pelo governo chinês ao Brasil pode abrir duas grandes oportunidades estratégicas para o Maranhão: a reativação da Base de Lançamentos de Alcântara e a construção do Terminal Portuário de Alcântara, alavancando o desenvolvimento da cidade e de toda a Baixada Maranhense.

Nesta quarta-feira, canais diplomáticos confirmaram que o governo de Pequim apresentou ao Brasil uma oferta que prevê o lançamento de equipamentos orbitais a partir da Base de Alcântara, no Maranhão. Em troca, a China cederia ao Brasil caças Chengdu J-10 de última geração, como alternativa à frota atual da Força Aérea Brasileira, que ainda utiliza os antigos Northrop F-5, já ultrapassados tecnologicamente.

Embora o Itamaraty ainda trate o assunto com discrição, uma fonte do Ministério da Defesa confirmou, sob anonimato, que “a oferta é bem-vinda”. As negociações devem ganhar força com a próxima visita do presidente Lula à China. A chegada do deputado Pedro Lucas Fernandes ao comando do Ministério das Comunicações — um dos principais defensores do Porto de Alcântara — pode acelerar ainda mais o processo.

A Base de Alcântara é considerada um dos pontos mais estratégicos do mundo para lançamentos espaciais, devido à sua localização próxima à Linha do Equador, o que permite maior eficiência e economia nas missões orbitais. Contudo, entraves políticos e jurídicos ainda dificultam o uso pleno da base por parceiros internacionais.

Além da cooperação aeroespacial, a proposta chinesa pode abrir espaço para uma negociação mais ampla, incluindo investimentos na construção do Terminal Portuário de Alcântara e na implantação da Ferrovia EF-317, com 520 km de extensão ligando a Baixada Maranhense às ferrovias Norte-Sul (FNS) e Carajás (EFC). O projeto prevê ainda trens de passageiros, o que impulsionaria o turismo, o comércio e a integração regional.

Essa é uma oportunidade estratégica que exige unidade da classe política maranhense. O ex-governador e atual secretário de Projetos Especiais, José Reinaldo Tavares, e o governador Carlos Brandão já demonstraram sensibilidade à pauta. Mas é fundamental que todos os parlamentares e lideranças do estado unam forças para transformar essa chance em realidade.

A parceria com a China pode tirar dezenas de municípios da extrema pobreza, atrair bilhões em investimentos e gerar milhares de empregos diretos e indiretos, mudando de forma definitiva o destino da Baixada Maranhense — uma região há décadas esquecida pelas grandes políticas de desenvolvimento nacional.

*Foi Deputado Federal, Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Energia e Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Desenvolvimento, Indústria e Comércio