quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O Caipira de Nárnia e a Ditadura da Toga - Alex Pipkin, PhD


O Caipira de Nárnia e a Ditadura da Toga

Alex Pipkin, PhD*

(5/08/2025) 

Não é ficção. É o que vimos ontem na Fundação Fernando Henrique Cardoso. O ministro Edson Fachin, o famoso “caipira de Nárnia”, aquele que levou o Brasil a um labirinto jurídico, com sua filigrana capaz de descondenar Lula e transformar exceções em regra, defendeu Alexandre de Moraes — esse magistrado que, há tempos, rasga a Constituição e atropela o rito legal, agindo como ditador sob a capa da toga.

Fachin afirmou que a aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra Moraes seria uma “interferência” inadmissível. Que Moraes tem razão e que ninguém pode criticar suas decisões. Como se a toga fosse um escudo sagrado, acima da lei que ele mesmo deveria aplicar.

Mas não se trata de calar críticas. A acusação de interferência externa é uma falácia usada para blindar um sistema autoritário. A Lei Magnitsky foi criada exatamente para punir tiranos e violadores de direitos. Não há soberania quando o que se protege é censura, abuso e perseguição.

E o que está claro é justamente o oposto do que Fachin sustenta. Moraes não é juiz, é um algoz togado, que manipula a Justiça para aniquilar seus adversários políticos. Persegue vozes, distorce fatos, transforma emojis em provas de golpe. A narrativa do 8 de janeiro, já desmascarada por nomes como Benni Schellenberg nos EUA, não passa de encenação. Uma genuína farsa construída para legitimar censura, prender inocentes e calar a divergência.

Ontem, enquanto Fachin discursava, ao seu lado estava Celso Lafer, jurista que já criticou duramente o apoio do governo brasileiro à absurda acusação de genocídio contra Israel. Fachin, por sua vez, é o autor de orgias jurídicas para descondenar o corrupto presidente petista.

Mas ele não está só. Formam um conluio togado figuras como Barroso e Gilmar Mendes, que se dizem defensores da democracia enquanto a deformam de dentro. Barroso, em tom de comício, chegou a dizer: “Nós derrotamos o bolsonarismo”. Tradução: não há mais juízes, há militantes de toga. Escárnio.

O que temos hoje é isso, ou seja, a “defesa da democracia” virou mordaça. A “independência judicial” se tornou perseguição política. E a tal “soberania nacional” serve apenas para blindar os que violam a Constituição impunemente.

Diante disso, o verdadeiro golpe não veio das ruas, veio dos tribunais. Não foi tramado por manifestantes, mas por magistrados com toga, linguagem empolada e um projeto de poder.

Fachin não defendeu apenas Alexandre de Moraes. Defendeu um sistema onde os togados se tornaram intocáveis. Onde a verdade é irrelevante. Onde a Constituição é moldada ao sabor dos interesses do dia.

E ainda assim, acham que os tiranos são os americanos, não os que rasgam a Constituição brasileira.

Mas há um sinal de ruptura. No último domingo, manifestações tomaram as ruas de capitais e cidades do interior. A população começa a despertar diante da farsa togada. Talvez essa seja a única saída legítima que nos resta. A legítima revolta democrática contra o arbítrio disfarçado de legalidade.

*Alex Pipkin é Professor PhD em Administração. Possui graduação em Comércio Exterior e Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.


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