O lixo, principalmente nos grandes centros urbanos, é um desafio para os nossos governantes, envolvendo mais diretamente a administração municipal.
A decisão do Ministério Público Federal, no Maranhão, em ingressar com uma ação civil pública contra o município de São Luís para reduzir o risco de acidentes aéreos ocasionados por colisão entre aviões e as aves, é uma medida correta. Segundo uma notícia divulgada hoje pelo Portal UOL, com dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em 2012, São Luís registrou 16 casos de colisões com aves, o que representa 1% do total ocorrido no país no ano passado. No todo foram 1.668 ocorrências.
Na ação do MPF, o órgão alega que a Infraero identificou "pontos atrativos de aves", especialmente urubus, na área de segurança aeroportuária. No entorno do aeroporto, há depósitos irregulares de lixo, granjas e matadouros.
No entorno do aeroporto de São Luís, antigamente chamado de aeroporto do Tirirical - hoje Hugo da Cunha Machado -, está o Aterro da Ribeira que recebe todo o lixo de São Luís e demais cidades da Ilha - Região Metropolitana. Esse aterro só é aterro no nome. Na realidade é um lixão a céu aberto... Um grande lixão!... Antes, um outro lixão funcionava quase às margens do Rio Anil, no centro da cidade. Era o lixão do Jaracati..., que recebia todo o lixo de São Luís. Não sei se alguém ainda lembra como era. Talvez somente esteja na lembrança de alguns ambientalistas... Os políticos - com certeza - esqueceram. Já escrevi muito sobre os dois lixões: o Jaracati e o da Ribeira. O primeiro não existe mais. O local é hoje uma área urbanizada, uma região nobre da cidade.
O aterro da Ribeira é o único local que recebe todo o lixo produzido em São Luís e das demais cidades dos municípios que se localizam da Ilha. É muito lixo para um local só. Isso aumenta a população e concentração de urubus, além de causar a poluição do solo, da água e do ar. Hoje, somente a cidade de São Luis produz aproximadamente 1.600 toneladas lixo/dia ou mais um pouco (em 2008 era de 1.300 toneladas/dia). Todo esse lixo (repito, só de São Luís) é colocado diariamente na Ribeira... Como estou ausente por aproximadamente cinco anos da cidade, faltam-me mais informações. Todavia, vou continuar escrevendo sobre esse tema.
Para melhor informar e lembra, repasso ao leitor uma matéria publicada no Jornal Pequeno do dia 4 de junho de 2008 que aborda a posição do Dr. João Tinoco Neto, PhD em Engenharia Sanitária e Ambiental, sobre o Aterro da Ribeira, com manchete e tudo mais que o leitor tem direito... Eis a matéria... É só clicar no leia mais:
Engenheiro sanitário critica o mau uso do Aterro da Ribeira
Dr.João Tinoco |
João Tinoco Pereira Neto esteve ontem em São Luís participando do Fórum de Debates sobre Reciclagem de Resíduos, promovido pelo Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão (ICE-MA). O tema do Fórum – que aconteceu na Faculdade São Luís – foi “Reciclagem de Resíduos: articulação setorial para educação ambiental e geração de trabalho e renda”, e tinha como objetivo refletir sobre a destinação e as alternativas para os resíduos sólidos recicláveis em São Luís.
“Esta reflexão é importante porque contribui para diminuir a poluição do solo, da água e do ar; melhorar a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população; além de prolongar a vida útil de aterros sanitários”, disse o professor.
Ele também lembrou que a reciclagem dos resíduos gera empregos para a população não qualificada, sem falar na geração de receita com a comercialização dos recicláveis, estimulando a concorrência, uma vez que produtos resultantes dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles produzidos a partir de matérias-primas virgens.
Ao ser informado de que a Prefeitura de São Luís coleta 1.300 toneladas de lixo diariamente e que deposita tudo unicamente no Aterro da Ribeira, Pereira Neto afirmou que “isso é inadmissível”. No entender do engenheiro sanitário, “ao mesmo tempo em que os aterros são as soluções mais baratas e viáveis para este tipo de problema, não se pode despejar tanto lixo, todos os dias, num só lugar”.
Construção civil – Outro ponto importante levantado pelo professor foi em relação aos resíduos sólidos provenientes da construção civil, que totalizam mais de 40% dos resíduos produzidos em São Luís.
De acordo com Pereira Neto, a solução desse problema é tão simples quanto barata. “Basta implantar usinas com trituradores e peneiras, separar por granulagem o material resultante da trituração e devolver os resíduos reciclados para a construção civil. Além de ser uma solução para os resíduos da construção civil, a trituração criaria uma fonte de renda para muitas pessoas”.
Ele também lembrou que a reciclagem dos resíduos gera empregos para a população não qualificada, sem falar na geração de receita com a comercialização dos recicláveis, estimulando a concorrência, uma vez que produtos resultantes dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles produzidos a partir de matérias-primas virgens.
Ao ser informado de que a Prefeitura de São Luís coleta 1.300 toneladas de lixo diariamente e que deposita tudo unicamente no Aterro da Ribeira, Pereira Neto afirmou que “isso é inadmissível”. No entender do engenheiro sanitário, “ao mesmo tempo em que os aterros são as soluções mais baratas e viáveis para este tipo de problema, não se pode despejar tanto lixo, todos os dias, num só lugar”.
Construção civil – Outro ponto importante levantado pelo professor foi em relação aos resíduos sólidos provenientes da construção civil, que totalizam mais de 40% dos resíduos produzidos em São Luís.
De acordo com Pereira Neto, a solução desse problema é tão simples quanto barata. “Basta implantar usinas com trituradores e peneiras, separar por granulagem o material resultante da trituração e devolver os resíduos reciclados para a construção civil. Além de ser uma solução para os resíduos da construção civil, a trituração criaria uma fonte de renda para muitas pessoas”.
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